Não aos ataques e às ameaças fascistas!
O Partido Comunista Brasileiro – PCB manifesta profundo pesar e sentimentos à família, amigos/as e companheiros/as de Marcelo Arruda, Guarda Municipal, sindicalista, dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu e membro do movimento policiais antifascismo, que foi executado na noite do último sábado, 9 de julho, em sua festa de aniversário de 50 anos.
O assassinato de Marcelo, assim como a bomba jogada no comício do pré-candidato Lula da Silva em 7 de julho no Rio de Janeiro, os ataques judiciais ao pré-candidato Ciro Gomes através de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal em dezembro de 2021, a ameaça de cassação do Deputado Glauber Braga (PSOL), além da apresentação de notícia crime por parte do Ministério da Defesa no dia 24 de junho deste ano são tentativas de intimidação neofascista e ataques às tímidas liberdades democráticas duramente conquistadas no Brasil.
Esses ataques e crimes revelam a face nua e crua do bolsonarismo: repressão e morte frente às divergências políticas e ao risco de derrota eleitoral. Bolsonaro, isolado e desgastado politicamente, em decorrência dos recentes episódios da prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, do assassinato, na Amazônia, do jornalista inglês Dom Philips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo, do escândalo de assédio sexual na Caixa Ecômica, além da crise na Petrobrás e do impacto da elevação dos preços dos combustíveis, tenta paralisar a oposição com suas chantagens golpistas e segue radicalizando suas manifestações públicas, buscando manter unidas suas bases sociais mais fiéis, como os setores de extrema-direita, mesmo perdendo, por conta dessa postura, outros setores da sociedade que poderiam votar em sua candidatura.
No governo Bolsonaro consolidou-se a articulação entre neoliberalismo e neofascismo, com uma forte tendência reacionária no Congresso que visa regredir ou suspender muitas conquistas sociais e democráticas ainda presentes na Constituição, um amplo arco de aliança burguesa que dá sustentação e consegue mobilizar setores da população para seus intentos e violências golpistas contra os trabalhadores e as parcelas mais pobres da população.
Essa articulação da classe dominante brasileira, tendo como um dos operadores políticos principais o alto escalão das forças armadas, deve ser responsabilizada pelo assassinato de Marcelo Arruda e pelos demais crimes e tentativas de intimidação, na medida em que tais frações da burguesia dão sustentação a um governo protofascista, que agita e propaga a morte, a fome, o desemprego e a carestia.
Conclamamos todos os setores populares e democráticos por uma ampla unidade de ação nas ruas, bairros periféricos e locais de trabalho pela defesa das liberdades democráticas, contra esses ataques fascistas e contra as bases econômicas de sustentação bolsonarista. O combate ao fascismo se dá com mobilização popular e reforço das lutas organizadas da classe trabalhadora por seus direitos, contra a precarização das condições de vida e os ataques do capital.
Que o assassinato de Marcelo não fique impune!
MARCELO ARRUDA, PRESENTE! AGORA E SEMPRE!
Em defesa das liberdades democráticas da classe trabalhadora e dos movimentos populares!
Fora Bolsonaro! Pelo Poder Popular!
Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro