Tudeh: 40 anos de luta contra o regime islâmico

Declaração do Comitê Central no 40.º aniversário dos ataques do regime da República Islâmica ao Partido

40 anos de luta implacável dos membros do Partido Tudeh do Irã contra as conspirações irmãs do imperialismo e da reação, mantendo no alto a bandeira dos trabalhadores e explorados do país!

Caros compatriotas,

O dia 6 de fevereiro de 2023 marca o 40º aniversário dos ataques dos aparatos de segurança da República Islâmica do Irã contra o Partido Tudeh do Irã. Nos últimos 40 anos, muitos documentos e escritos foram publicados pelo nosso Partido e por um considerável número dos líderes da então República Islâmica em suas memórias e comentários pessoais — documentos e escritos que revelam as razões óbvias e escondidas para esse ataque generalizado que visava destruir o Tudeh.

De 6 de fevereiro de 1983 até maio de 1983 — quando foi transmitido, pela mídia estatal do Irã, o programa televisionado mostrando os membros e apoiadores do Partido vítimas de uma tortura brutal nas mãos dos “Soldados Anônimos do 12.º Imã” — as forças de inteligência da Guarda Revolucionária Islâmica, assim como outras forças de segurança do regime, voltaram-se contra o Partido […] e milhares de líderes, quadros, membros e apoiadores do Partido foram detidos em todo o país e imediatamente enviados a câmaras de tortura nas prisões do regime, onde passaram por todos os tipos de depravações. A tortura implacável dos membros e líderes durante o mês e meio que se seguiu aparentemente foi realizado como parte de seu interrogatório. Mas, na realidade, visava facilitar a implementação de um cenário pré-planejado onde crimes falsos foram atribuídos e imputados a membros do Partido.

Khomeini, seguindo a aplicação desse cenário, e em uma mensagem que foi publicada nos jornais diários iranianos, declarou o ataque ao Partido e a prisão de um número considerável de lideranças como uma grande vitória [Jomhuri-e-Islami, edição 1138, 5 de maio de 1983]. Boa parte dos jornais do país naqueles dias e meses foram preenchidos de telegramas, editoriais e artigos concordando e parabenizando o ataque ao Partido. Os sermões políticos nas orações de sexta-feira da época do ataque foram destinados a descrever a “traição do Partido” e realizar análises e comentários sobre os “danos” emanados desses “traidores”. Por exemplo: o discurso de Mahdavi-Kani na oração de sexta-feira em Teerã e o discurso de Jannati em Qom, em 6 de maio de 1983, alegavam que: “A prisão e as confissões explícitas dos líderes do Tudeh foram uma grande vitória para a nossa nação.” [Jomhuri-e-Islami, edição 1139, 7 de maio de 1983].

Documentos específicos foram publicados nos anos recentes mostrando a cumplicidade, coordenação e cooperação entre as agências de segurança dos países imperialistas — especialmente a CIA, dos EUA; o MI6, do Reino Unido; o Mossad, de Israel e as forças de segurança do Paquistão e da Turquia — e a Guarda Revolucionária Islâmica e outras organizações de segurança do regime iraniano na preparação do ataque ao Tudeh. A evidência de estreita cooperação da CIA e do governo do Reino Unido é inequívoca nesses documentos, após a deserção de Vladimir Kuzichkin (oficial da KGB) para o Reino Unido em 1982 e a entrega de documentos falsos sobre o Tudeh através de contatos de inteligência paquistaneses às autoridades do Irã. O governo da República Islâmica usou esses documentos para lançar um ataque nacional contra o Partido Comunista do Irã e reprimir os membros e lideranças do Partido.

Saeed Hajjanrian, um vice-chefe da unidade de “Inteligência” do gabinete do então Primeiro-Ministro iraniano, referiu-se ao papel de intermediação da Organização de Inteligência do Paquistão (o Inter-Services Intelligence, ISI) nesta fala: “Nós ouvimos dos paquistaneses. Eles disseram que possuem informações que desejam repassar” [site “História Iraniana”, artigo “O caso do Partido Tudeh do Irã — membros do Tudeh foram presos cedo demais”]. Além disso, Hashemi Rafsanjani também mencionou o papel da Organização de Inteligência do Paquistão nas suas memórias, em 1982, intituladas “Enfrentando a Crise”. Em suas anotações de 27 de setembro de 1987, uma segunda-feira, ele escreve: “Javad (Madarshahi) e Habib, que foram ao Paquistão para conseguir informações de um informante e obtiveram informações interessantes e úteis, retornaram. Eles relataram as atividades da KGB, do Partido Tudeh [do Irã] e o futuro soviético no Irã.”

Entre os documentos interessantes que foram publicados nos últimos anos estão os relatórios relacionados a “Nicholas Barrington”, o mais relevante representante do governo britânico em Teerã naquela época. Em um desses relatórios, ele fala sobre sua reunião com Mostafavi (no Ministério das Relações Exteriores) em 5 de maio de 1983 e menciona que Mostafavi estava muito interessado em saber a opinião do governo britânico sobre a supressão do Partido Tudeh (do Irã). Nicholas Barrington escreve no mesmo relatório: “Mostafavi chamou minha atenção para o fato de que o membro do Tudeh que apareceu na televisão na noite anterior [como parte das confissões forçadas dos líderes do Partido] esteve 24 anos nas prisões do Xá e ainda não havia revelado detalhes da organização Tudeh, apesar de todas as torturas da SAVAK. Somente então, sob a República Islâmica, tudo foi revelado. Eu disse, em parte em tom de brincadeira, que talvez a tortura da República Islâmica fosse mais eficaz do que a do Xá”. O relatório de Barrington afirma que o governo britânico informou as autoridades iranianas de sua satisfação com a supressão do Partido Tudeh do Irã. É interessante notar que, no dia seguinte ao ataque nacional do regime ao Tudeh, o Times de Londres expressou satisfação em seu editorial sobre a supressão do Tudeh pelo governo do Irã.

Ao contrário de todas as falsas alegações dos líderes do regime, incluindo Mohsen Rezaei, comandante-em-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana naquela época, a razão para o ataque ao Tudeh não foi impedir a implementação de um “golpe” do Partido contra a República Islâmica. Mir Hossein Mousavi, o primeiro-ministro iraniano na época, em uma conversa com a revista Hozeh (edições 37 e 38) comenta sobre a conspiração para o “golpe” do Partido contra o regime, como alegado pela inteligência da Guarda Revolucionária: “Fomos contatados por telefone e disseram que o Tudeh havia planejado um golpe maciço e que algo poderia acontecer nas próximas 24 a 48 horas. Ligamos para nosso irmão, o Sr. Hashemi Rafsanjani, e a questão foi discutida com outros altos funcionários do país. Aparentemente, o aiatolá Khamenei e o aiatolá Mousavi Ardabili não estavam por perto ou disponíveis naquele momento. Finalmente, fomos imediatamente ver o Imã (Khomeini). Os irmãos da Inteligência relataram o problema. O Imã (Khomeini) ouviu atentamente a questão… e disse: ‘Esta informação está completamente incorreta. Não haverá problema.’ Insistiram (os oficiais da Inteligência) que esse não é o caso, e que eles próprios [os líderes do Tudeh] admitiram. O Imã disse: ‘Não estou dizendo que você não deve ter cuidado ou não deve investigar, mas precisa saber que essas questões e informações são mentiras.’ Mais tarde, a análise do Imã foi considerada correta e seu julgamento prevaleceu…”

Isso é digno de nota, dado o desprezo abertamente autoproclamado de Khomeini pelo Tudeh e pela esquerda marxista no país.

Em conexão com o ataque ao Partido, Hajjarian, que era então um deputado da unidade de “Inteligência” do Primeiro-Ministro da República Islâmica, acrescentou: “O problema que os rapazes da Guarda Revolucionária tinham era que eles encaravam [os líderes do Partido] como uma questão de segurança, mas não tinham elementos de acusação contra esses elementos presos. As reuniões [dos líderes do Partido] foram realizadas na Rua Fereshteh [na casa do Partido] em horários declarados e não havia nada de secreto [sobre eles]. Portanto, os rapazes da Guarda Revolucionária estavam desesperados sobre como lidar com os interrogatórios. Partovi [Mehdi] foi o resultado dessas circunstâncias… De qualquer forma, o país estava em ebulição, a relação entre o Irã e a União Soviética se deteriorou e as informações falsas dadas ao Sr. Khoeiniha [Mohammad Mousavi Khoeiniha, assessor de Khomeini antes de ser nomeado promotor-geral] tiveram que ser justificadas de alguma forma. [A questão Partovi] surgiu neste momento e se tornou o foco dos interrogatórios…” [site “História Iraniana”, artigo “O caso do Partido Tudeh do Irã — membros do Tudeh foram presos cedo demais”].

Como apontamos repetidamente nos últimos anos, uma visão geral do estado do país e da posição dos líderes do regime naquela época fornece evidências claras de que o ataque nacional direcionado ao Partido Tudeh do Irã visava interromper a agitação política [contra o regime] e evitar que suas revelações viessem à tona — especialmente contra a continuação da Guerra Irã-Iraque sob o slogan antipatriótico “Guerra, guerra até a vitória”. Para os reacionários no governo, garantir a vitória no ataque ao Tudeh foi evidentemente mais importante do que a vitória nas frentes de guerra. Por esta “vitória”, Khomeini agradeceu aos “Soldados Anônimos do 12.º Imã”, ou seja, os mercenários da Guarda Revolucionária Iraniana, do Ministério da Inteligência e agentes da CIA, Mossad e do Serviço de Inteligência do Reino Unido.

O regime da República Islâmica e seus líderes, assim como seu antecessor imperial, que tinham muito medo (e continuam tendo) da crescente influência do nosso Partido, especialmente dentro da classe trabalhadora, não estavam felizes ou satisfeitos em apenas prender, torturar e executar milhares de membros e apoiadores do Tudeh. Eles precisavam costurar e espalhar ceticismo e incerteza na sociedade iraniana contra a influência social e moral significativa e de longa data do Tudeh, usando seus métodos sombrios e sujos. O ataque em larga escala e bem propagandeado do regime contra o Tudeh envolveu a transmissão pública de programas de televisão repulsivos com vítimas de tortura; a participação forçada de vários membros da liderança do Partido, do lado do promotor, no julgamento dos oficiais militares do Tudeh nos tribunais “revolucionários”; bem como as extensas operações do aparelho de inteligência do regime que foram projetados para construir uma atmosfera de desconfiança e suspeita e, portanto, frustrar completamente qualquer continuação das atividades do Partido, seja dentro ou fora do país. Paralisar os membros e apoiadores do nosso Partido que restaram com prisões e execuções; empurrar o Partido para a fragmentação e, ao mesmo tempo, abalar os fundamentos da crença no Partido, bem como desacreditar a história e a tradição de luta do Tudeh como a mais antiga organização política e revolucionária do nosso país, estavam entre os principais objetivos estratégicos do regime [e assim permanece até hoje].

Em um importante documento ratificado no 6º Congresso do Tudeh, por ocasião do 30º aniversário do ataque nacional ao Partido, é mencionado que: “A retomada das atividades do Partido Tudeh do Irã, após uma breve pausa — levando Mousavi Ardabili, o chefe do judiciário do país na época, a reconhecer as raízes profundas do nosso Partido na sociedade iraniana — seguida pela realização da 18º Plenária do Comitê Central do Partido em dezembro de 1983, e a eleição do novo Comitê Central e Politburo, demonstrou o fracasso [abjeto] das tentativas do regime ditatorial de erradicar nosso Partido. A migração de milhares de membros e apoiadores do Partido para escapar das organizações de inteligência e segurança do regime que haviam criado grupos para ‘caçar os membros do Partido Tudeh’ em todos os cantos do país, bem como a tentativa do regime de aproveitar a imigração (enviando oficiais de segurança disfarçados ou ‘tornados’ vítimas dos órgãos de segurança) para se infiltrar nas fileiras do Partido e sabotar a já difícil tarefa de reconstrução do Tudeh, estavam entre os outros sérios problemas que enfrentamos.” [Documentos do 6.º Congresso do Partido Tudeh do Irã, NamehMardom, No. 915, 25 de fevereiro de 2013].

Também deve ser enfatizado que os últimos 40 anos, após o ataque da República Islâmica do Irã contra o nosso Partido, foram um dos períodos mais difíceis nos 81 anos de vida do Partido Tudeh do Irã, o Partido das massas e o Partido dos Trabalhadores e Explorados do nosso país. O difícil período de migração de longo prazo [exílio], o fracasso da Revolução de Fevereiro de 1979; o estabelecimento de um regime reacionário impopular no Irã e os sérios desafios que as forças de direita apresentaram aos princípios originais da Revolução de 1979; a grave crise ideológica/teórica para os movimentos operário e comunista mundiais após o colapso da União Soviética e dos países do Bloco Oriental; a consequente declaração de uma “Nova Ordem Mundial”, com a hegemonia do imperialismo estadunidense em seu centro e a teoria do “fim da história” em defesa do capitalismo monopolista; ao londo das profundas e destrutivas rupturas nas fileiras do movimento comunista e do mundo do trabalho foram responsáveis por apenas alguns dos inúmeros obstáculos enfrentados pelos dirigentes, quadros e membros do Partido no caminho da reconstrução organizacional, teórica e política do Partido Tudeh do Irã.

Caros combatentes do Tudeh!

Quase 43 anos após o 2º Congresso do Partido Tudeh do Irã em 1948, o 3º Congresso do Partido foi realizado em fevereiro de 1992 — no auge da propaganda generalizada da mídia imperialista sobre o “fracasso histórico do socialismo” e a campanha coordenada daqueles que sucumbiram a essa propaganda. A realização deste Congresso e a aprovação do programa e da constituição do Partido, que reconsagrava a natureza de classe e a visão de mundo marxista-leninista do Partido Tudeh do Irã, bem como a subsequente manutenção desta linha, apesar do pano de fundo extremamente desfavorável nesse período histórico, é corretamente vista como um importante ponto de virada na reconstrução político-organizacional do Partido… Essa linha realizou-se com sucesso até o momento, levando-nos até a realização do 7º Congresso do Partido Tudeh do Irã (“O Congresso Khavari”) em junho de 2022.

Como afirmado no relatório do Comitê Central ao 7º Congresso, “Nos últimos 40 anos, não houve um dia em que nosso Partido não tenha enfrentado uma nova conspiração ou forma de trapaça pelo aparato de segurança do regime para minar seu programa ou qualquer oportunidade para sua atividade frutífera. Atacar as políticas do Partido e tentar desacreditar sua liderança, enquanto promove grupos pseudo-Tudeh para substituir nosso Partido, tudo persegue um único objetivo… isto é: evitar a unidade ideológica e política nas fileiras do Partido Tudeh do Irã e impor os pontos de vista alinhados com as políticas históricas empregadas nos primeiros anos após a Revolução — como colocar empenho na política de “luta de facções intrarregime”, essencialmente defendendo o governo impopular e criminoso da República Islâmica.

Durante a revolta heróica do nosso povo contra o regime do “Líder Supremo” nos últimos meses, tais políticas hipócritas e anti-Tudeh foram acompanhadas de slogans vazios e falsos [insultos, na verdade] que tentaram taxar esse movimento popular como uma “virada para o Ocidente” ou uma “conspiração dos EUA”, a fim de, em última análise, defender [e desviar as atenções do] regime da República Islâmica. Também se pode ver que essas políticas e pontos de vista levaram a acusações [erradas] contra o corajoso movimento popular — no qual centenas de pessoas comuns foram mortas e milhares presas — de perpetrar “violência” contra os executores e mercenários do regime opressivo.

Caros camaradas do Tudeh!

Nosso país está passando por um período muito sensível. O movimento popular que abrange centenas de cidades em nosso país desde setembro passado com o slogan “Mulher, Vida, Liberdade”, desafiando seriamente a existência do regime da República Islâmica, colocou tarefas muito importantes diante de todos nós, combatentes da classe trabalhadora e explorada. Apesar de todos os altos e baixos desse movimento decorrentes das mudanças em nossa sociedade, que inclui amplos estratos e classes de nosso povo, o regime do ‘Líder Supremo’, — por toda a sua repressão, matando combatentes da liberdade e levando milhares de mulheres e jovens ao cativeiro — ainda não foi capaz de acabar com esse movimento popular que exige o fim do governo despótico em nossa terra natal. Outro ponto importante é que, junto a esse movimento e os protestos de rua em andamento em várias cidades, os protestos de trabalhadores e explorados, aposentados, professores e trabalhadores contratados também continuam. A crise econômica, social e política do regime é tão profunda que divisões agora podem ser vistas entre as primeiras fileiras do regime sobre como salvá-lo das crises atuais.

Como mencionado nos documentos do 7º Congresso do Partido Tudeh do Irã (“O Congresso Khavari”): “Hoje, mais do que nunca, nosso Partido precisa se basear na força de suas fileiras e nos esforços unidos dos membros e apoiadores do Partido a fim de intensificar a luta contra o regime do ‘Líder Supremo’.” A validade das políticas e análises pioneiras do nosso Partido foi provada através de testes difíceis nas batalhas políticas das últimas três décadas, aumentando a credibilidade e a reputação do nosso Partido como um dos poderosos batalhões no movimento operário e comunista mundial, como demonstrado em seu apoio contínuo às campanhas políticas e à publicação de suas análises em vários documentos das reuniões dos partidos comunistas e operários do mundo, bem como o evidente aumento da influência de nossas ideias na luta diária dos trabalhadores e explorados, jovens, estudantes e mulheres em em luta no nosso país, tremulando a bandeira da luta da classe trabalhadora do Irã e seus aliados contra o regime ditatorial dominante.

Salvaguardar este precioso legado da luta de longa data da classe trabalhadora do Irã é salvaguardar o Partido de nossos heróis e heroínas — como Arani, Rouzbeh, Mobasheri, Siamak, Keyvan, Hekmatjou, Tizabi, Rahman Hatefi, Keymanesh, Hajjari, Hosseinpour, Shenasayee e Fatemeh Modaressi… Um voto sagrado a que o Comitê Central do nosso Partido e todos os membros e apoiadores até agora aderiram e continuarão a aderir. A derrota retumbante das conspirações contínuas e sucessivas do regime reacionário e impopular do “Líder Supremo” para destruir o Partido Tudeh do Irã é uma prova forte e inegável da legitimidade duradoura da luta do Partido Tudeh, o Partido dos Trabalhadores e Explorados, nos últimos anos.

Comitê Central do Partido Tudeh do Irã.

6 de fevereiro de 2023.

Traduzido por Euclides Vasconcelos

Fonte:
http://www.solidnet.org/article/Tudeh-Party-of-Iran-Statement-of-the-CC-on-the-40th-anniversary-of-the-onslaught-of-the-Islamic-Republic-regime-on-the-Party/

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