O poderio nacional dos EUA e a diplomacia contra as drogas na América Latina
Rebelión (*)
Os EUA fazem uso dos instrumentos do poderio nacional para implementar de forma mais consensual os interesses de sua política externa e de segurança na América Latina. Neste trabalho, analisamos os objetivos prioritários a serem alcançados, vendo como se articulam os instrumentos econômicos, políticos, diplomáticos, militares e informacionais, a partir da diplomacia, contra as drogas. Para esta análise são considerados os elementos da diplomacia transformacional, o smart power e os Três D (Desenvolvimento, Diplomacia e Defesa) como instrumentos-chave da sua política externa e de segurança para a região.
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Os instrumentos fundamentais do poderio nacional dos EUA se articulam no fundamental através de instrumentos militares, políticos, econômicos, diplomáticos, ideológicos, culturais e informacionais. Estes se desenvolvem a partir das prioridades que estabelece o Estado-Nação para alcançar seus objetivos estratégicos a nível internacional. Mediante sua combinação efetiva, consegue exercer influência não somente com o uso da força (militar) ou a ameaça da mesma, mas também através do emprego a fundo dos instrumentos econômicos, diplomáticos, políticos e informacionais. Neste sentido se desenha a política exterior e de segurança dos EUA para alcançar seus objetivos estratégicos.
O uso ou combinação destes instrumentos estão apenas condicionados pela conjuntura política, econômica ou militar que afronte o país, assim como pelos instrumentos que sejam delineados como preponderantes por cada administração. Não obstante, sempre existe uma continuidade entre um governo e outro, independentemente de se o partido que esteja à frente seja democrata ou republicano. Afinal de contas, a classe dominante, a elite do poder [1], é a que impõe seus interesses prioritários e em função destes se articulam os instrumentos do poderio nacional.
Por outro lado, cada administração deve trabalhar com bases no legado deixado pelo seu antecessor, de modo que, ao término do governo W. Bush, Obama teve de se esforçar para empregar instrumentos políticos, diplomáticos e informacionais que melhoraram a credibilidade e a imagem exterior deste país, sem prescindir, por isso, da força militar. Os instrumentos do poderio nacional se combinam e complementam como um complexo de ferramentas a serem utilizadas em cada momento, atendendo às circunstâncias específicas com que se deparam. Valorando as situações, os objetivos e interesses da elite de poder, bem como o contexto interno e as circunstâncias internacionais, se aplicam os instrumentos, atendendo as prioridades que se estabelecem na construção da política externa.
O processo de construção da política exterior se compreende, segundo pontua Dra. Soraya Castro, como “(…) o complexo padrão de interações entre organizações, mecanismos e instituições do sistema político, que dão origem a decisões e linhas de ação específicas, tomando em conta as orientações e objetivos do Estado. Este processo reflete a essência e a natureza do Estado, em que se evidenciam as ideias e concepções das classes que ostentam o poder político do país em questão e a inter-relação existente com outras classes da sociedade”.[2]
Deve-se destacar que o uso de um instrumento não descarta o outro, de modo que o que mais se aprecia na atualidade é a combinação dos instrumentos-chave do poderio nacional para fazer possível a liderança internacional, buscando a consolidação hegemônica. A hegemonia, vista como meta e objetivo, compreende-se como uma necessidade para alcançar um maior poderio nacional. Esta se entende como a “(…) capacidade da classe dominante de obter e manter seu poder sobre a sociedade, não somente pelo seu controle dos meios de produção econômicos e dos instrumentos repressivos, mas sobretudo porque é capaz de produzir e organizar o consenso e a direção política, intelectual e moral da mesma”. [3]
No emprego de instrumentos que possibilitem obter o consenso sem a necessidade do uso da força, cria-se um conjunto de valores e condicionamentos morais e socioculturais, impostos direta ou indiretamente pela classe dominante. Esta classe conta com um poder cultural que lhe possibilita influenciar ideias e matrizes de opinião, para o que se vale não somente de um controle sobre as instituições e órgãos repressivos, mas também dos thinking tanks e grandes meios de comunicação. O alcance dos padrões político-ideológicos e morais desta elite de poder resulta imensurável, em uma era onde a revolução científico-tecnológica faz chegar a informação a qualquer lugar do mundo em frações de segundos. Com este poder informacional, o exercício de influência rebaixa as fronteiras nacionais, pretendendo internacionalizar padrões político-ideológicos que facilitem o consenso.
Nesta dinâmica pode-se ver como o soft power e sua relação com a ideologia e com a cultura dentro do sistema de dominação estadunidense busca consolidar e manter a liderança e hegemonia dos EUA a nível global. Para isso estabelecem uma inter-relação entre as organizações, mecanismos e instituições do sistema político estadunidense.
O sistema político dos EUA deve ser entendido como um conjunto de instituições, organizações, mecanismos e regras de classe, constituído por elementos organizativos do sistema, bem como das instituições políticas. O mesmo é concebido como um aparato de poder político das classes dominantes, como um sistema de coerção, cooptação e clientelismo.
O sistema político também pode ser concebido segundo o estudo das relações de poder. O objeto de estudo são as relações políticas e o estudo dos sistemas. No caso dos EUA, resulta necessário o conhecimento dos principais instrumentos do sistema político, não como de um ente isolado, mas como um país que se entende como a primeira potência mundial. A partir deste pressuposto, o sistema político não só concebe a necessária estabilidade política no interior do país, mas também nos locais de interesse além de suas fronteiras. A partir desta perspectiva é que se analisa as ferramentas com as quais se constrói sua hegemonia.
O soft power, de acordo com J. Nye, pretende mudar a face militarista da dominação dos EUA para uma outra que busca um maior consenso e participação, que concede diplomaticamente o caminho do multilateralismo. Desta forma pretende obter a liderança, mas não sob imposição declarada, mas em coordenação – ao menos formalmente – com outros países.
O soft power pode ser visto como o domínio dos espaços em construção e reprodução de ideias, cujo objetivo se concentra em conseguir o respaldo dos interesses da classe dominante. Com ele se pretende o apoio da sociedade civil a nível internacional. No atual contexto internacional, em que os EUA atravessam uma de suas mais graves crises – que parte da economia mas estende-se para a política, a cultura e os valores -, o desenvolvimento de outras formas de influência é imprescindível.
A classe dominante entende a necessidade de aplicar efetivamente instrumentos do poderio nacional como um multiplicador de seus interesses e, portanto, brindam-no com seu apoio a partir do controle que têm sobre as transnacionais, ONGs, fundações, centros de difusão de pensamento, as instituições internacionais, principais meios de comunicação e das Tecnologias da Informação e Comunicações (TIC).
Um exemplo destes programas multiplicadores de ideologia foi o Projeto Democracia, de Reagan, em 1983, quando se centraliza na Casa Branca a Direção da Diplomacia Pública. Dentro dos temas prioritários nos instrumentos do poderio nacional destacam-se: direitos humanos, democracia, governabilidade, segurança (tráfico de drogas, terrorismo internacional, meio ambiente, etc). Estes temas estão presentes na opinião pública mundial, impulsionados pelo uso dos instrumentos de informação, políticos e diplomáticos, que condicionam as matrizes de opinião.
Com o propósito de dar seguimento a alguns destes temas, surgem instituições como a USAID, que conferem um respaldo político-diplomático ao verdadeiro rosto imperial. Os instrumentos do poderio nacional têm como papel vincular a ideologia, os valores, a cultura e a informação da sociedade com a diplomacia e o poder militar para atingir os objetivos da elite do poder. Neste sentido, hoje se poderia incluir as Empresas Privadas de Contratação como outros elementos do poderio nacional, uma vez que sua utilização lhes confere menor compromisso político-diplomático.
O instrumento diplomático tem sido tão eficaz que o Departamento de Estado – a partir da assessoria de eminentes ideólogos – incorporou o conceito de Diplomacia Transformacional, como uma necessidade dos novos tempos. Nesta “nova” forma de fazer diplomacia prevalece o instrumento informacional, a consciência de sua efetividade para chegar a setores populacionais que comumente não têm alta participação política. Com esse objetivo utiliza-se as TICs como um complemento à mídia convencional, para uma efetiva propaganda da diplomacia pública e da ajuda ao exterior.
Dado que os interesses do poderio nacional procuram preservar a liderança e a hegemonia dos EUA em escala global, reforçam-se instrumentos-chave como o econômico, o diplomático, a força do Complexo Industrial de Segurança [4], o poder cultural [5] e de informação.
O poder informacional tem grande impacto sobre as guerras culturais e de dominação ideológica por parte dos EUA, especialmente para a América Latina e o Caribe. A evidente assimetria tecnológica possibilita que o controle e as maneiras de transmitir informações através dos meios de comunicação facilitem a demonização dos processos políticos contestatórios que se vive na América Latina.
Dentro dos instrumentos diplomáticos podem incluir-se aspectos de segurança e economia que adquirem um matiz diplomático. Um exemplo claro dessa instrumentalização se evidencia na chamada diplomacia contra as drogas, onde se aplicam projetos de dominação tomando por justificação este flagelo. Belén Boville Luca (2007) define que “a diplomacia contra as drogas é uma doutrina política e diplomática que se encaixa perfeitamente com as funções e exigências dos Estados Unidos em sua especial relação política e social com a América Latina, e substitui a percepção ideologizada dos pressupostos da Guerra Fria “. [6]
Certamente a complementação dos instrumentos possibilita a construção de fachadas político-diplomáticas que tentam esconder a verdadeira face imperial do poderio nacional dos EUA.
O poderio nacional, de acordo com a teoria realista desenvolvida por Hans Morgenthau em “A política entre as Nações. A luta pelo poder e pela paz ” [7], é o conjunto de elementos que determinam a capacidade de influenciar os acontecimentos que tem uma nação. Também o poderio nacional, que constitui a força de um Estado-Nação, compõe-se segundo Hartman por sete elementos: o geográfico, o demográfico, o econômico, o científico-tecnológico, o histórico e o organizativo-administrativo.
Para o caso estadunidense, o Complexo Militar-Industrial poderia ser tomado de forma ampliada, como um Complexo industrial de segurança, pois dentro dos aspectos de segurança se incluem outros instrumentos não militares que compreendem a questão da segurança informacional, onde se incluem as TICs e os meios de comunicação convencionais, enfatizando a complexa interdependência entre os instrumentos do poderio nacional.
Matías Marini enfatiza que os “(…) países podem se valer de seus recursos de soft power (comunicação, informação, cultura, mídias) para tentar modelar a agenda informativa e orientar as preferências de outros atores.” [8] J Nye, por sua vez, define entre os meios: a coerção, com a ameaça do uso da força (militar); os instrumentos econômicos e a atração a partir do soft power.
O soft power tenta rearticular as forças do poderio nacional estadunidense, para o cumprimento de seus interesses estratégicos. Neste afã, empregam-se os instrumentos que desempenhem uma hegemonia simbólica, intelectual e cultural sobre a chamada aldeia global, em uma tentativa de internacionalizar os valores estadunidenses.
Neste “tipo” de globalização dos estereótipos estadunidenses, deve considerar-se a evolução dos instrumentos do poderio nacional afinados com as mudanças que se produzem na arena internacional. A complexidade das relações demanda uma interdependência complexa – no dizer de Keohane – e, por isso, os instrumentos políticos, diplomáticos, culturais e informacionais desempenham um papel crucial na construção de matrizes de opinião, que gerem consensos e obtenham o apoio de países terceiros.
Entre as razões que geraram essa evolução no uso dos instrumentos do poderio nacional deve ser observada como fundamental a revolução das comunicações, o que levou a novas formas de diplomacia, devido à importância crescente da opinião pública e aos caminhos diferentes que são criados para seu condicionamento. Nas circunstâncias atuais, a liderança internacional não se limita ao domínio militar, político ou econômico; mas é necessário condicionar a mente dos homens e é neste espaço que desempenha um papel essencial o instrumento informativo.
Esta situação torna mais complexa a emissão de consensos e a falácia da democracia se complexifica, nos emaranhadas planos dos instrumentos do poderio nacional. Mediante seu planejamento, constrói-se inimigos imaginários, sobredimensiona-se perigos estrangeiros e se acentuam outros até então latentes, que possibilitem continuar acelerando gastos militares e a condução de fundos para programas como os da USAID.
A partir destes instrumentos se tecem ideologias tais como o smart power, para a consolidação da política externa e de segurança do país hegemônico, a partir de aspectos-chave, como a diplomacia e o desenvolvimento como complemento da defesa (os já citados “Três D”). A capacidade que têm as mídias para incluir temas na agenda internacional, a partir de mediações e a construção de consensos, as convertem num ator de peso nas dinâmicas político-diplomáticas, a ponto de se falar em uma diplomacia das mídias. [9]
Neste contexto histórico, o uso dos instrumentos de poderio nacional lembram as premissas de Hans Morgenthau ao definir a diplomacia como a arte de combinar os vários elementos do poderio nacional com o maior impacto sobre o interesse nacional. [10] O lamentável é que este interesse, implementado pelo poderio dos EUA, tende a atentar contra a soberania, a integridade territorial e autodeterminação de outros povos.
“A intervenção no Afeganistão primeiramente e a intervenção e ocupação do Iraque em março de 2003 demostraram que a força militar e sua variável tecnológica, como dispositivo cardeal do poderio nacional dos EUA, renasceu como o instrumento de poder mais importante na política externa e de segurança contra aqueles que, de forma unilateral, o governo dos EUA define como ‘Estados vilões’.” [11]
A diplomacia contra as drogas: estratégia de dominação dos EUA na América Latina
O problema das drogas deve ser analisado a partir de seus antecedentes históricos, para que se perceba as mudanças que ocorreram em torno deste flagelo. “Nos últimos cem anos, a política de drogas, que deveria ser uma preocupação genuína relacionada a questões de saúde e sociais associadas ao seu consumo, foi se misturando com aspectos geopolíticos, econômicos, diplomáticos e militares”. [12]
A partir desta perspectiva, devem ser compreensíveis os interesses dos EUA em manter o negócio ilegal de drogas. É em torno disso que se articulam os instrumentos da política externa e de segurança dos Estados Unidos, que durante a administração Obama teve um predomínio do smart power e dos Três D como principais instrumentos de projeção dos seus interesses geoestratégicos. Para se justificarem, valem-se do poder informacional do controle hegemônico sobre os meios de comunicação e sua alta entrada nas redes sociais de internet.
A diplomacia contra as drogas [13] surge como a expressão conjunta dos instrumentos do poderio nacional dos EUA a fim de consolidar seus interesses hegemônicos. Para a política externa e de segurança com respeito à América Latina têm sido aperfeiçoadas as políticas de drogas com o passar dos anos. Obviamente, as agências governamentais dos EUA mais relacionados a este assunto têm se envolvido em negociações com vários cartéis de drogas, políticos corruptos e tráfico de armas, com o interesse de, por um lado, continuar a guerra contra o chamado narcotráfico e, por outro lado, consolidar seus interesses econômicos, políticos, diplomáticos e militares na região.
No entanto, o fato de serem os EUA o primeiro mercado de drogas em todo o mundo e, portanto, o consumidor máximo, leva a uma análise estrutural sobre os fundamentos que estimulam a chamada guerra contra as drogas. Quando o centro do capitalismo mundial está enfrentando uma das maiores crises econômicas de sua história, e até a própria Wall Street tem seus “ocupadores”; enquanto o desemprego, as hipotecas e a violência chamam à irracionalidade; o Complexo Industrial de Segurança continua a se desenvolver.
Enquanto isso, a diplomacia se exalta para solapar a crueldade das guerras, tentando emprestar uma imagem de credibilidade para o governo dos EUA. O problema das drogas não deve se limitar a questões de segurança. Os multimilionários custos econômicos que geram, tanto para criminosos como para as agências estatais e privadas que se dedicam ao seu enfrentamento; conformam uma série de interesses econômicos, políticos e diplomáticos, que conduzem a uma leitura mais exitosa para os objetivos geoestratégicos dos Estados Unidos na América Latina.
Os momentos de crise na periferia geralmente geram lucros para a potência envolvida, assim como por trás dos conflitos no Oriente Médio e na Ásia Central está também a droga; para o caso latino-americano, o controle geoestratégicos de zonas de interesse (a Amazônia, a Tríplice Fronteira e outros) é crucial para o governo dos EUA. Nesse sentido, a diplomacia contra as drogas alcançou mais êxitos do que aqueles normalmente relatados. Se os interesses dos EUA são avaliados de acordo com a aplicação dos instrumentos de política externa e de segurança na região, pode-se observar que o benefício nem sempre consiste em vencer a guerra, mas que o simples fato de mantê-la pode gerar maiores lucros.
Obviamente, esta política não se deve a um governo ou outro, mas por trás dos políticos estão os objetivos estratégicos da elite do poder, que não é nada mais do que a classe dominante que de fato governa o Estado. Há em torno deste tema elementos conceituais que devem ser considerados na análise das relações internacionais, bem como da política externa, tal como entendidos por Roberto Gonzalez: “(…) a atividade de um Estado em suas relações com outros Estados, procurando realização de objectivos externos que determinam os interesses da classe dominante em um momento ou período determinado”. [14]
Se em algum problema de alcance global pode se apreciar mais claramente a combinação dos instrumentos do poderio nacional dos EUA, é no flagelo das drogas. Nisso se interconectam os interesses econômicos, políticos, diplomáticos, militares e informacionais de hegemonia, a fim de consolidar os EUA como garantidor da segurança global. A política contra o tráfico ilegal de drogas tem mostrado uma natureza sistêmica, uma vez que, independentemente do partido que dirija a administração, são mantidas as bases que fazem da chamada luta contra as drogas uma estratégia de dominação.
Fazendo um balanço das possibilidades econômicas, políticas, militares e diplomáticas na América Latina, a guerra contra as drogas tem facilitado o crescimento do poderio militar na região, alcançando um maior controle geoestratégico. Tanto é assim que a política anti-drogas dos EUA, em vez de conter o narcotráfico na sub-região andina – por meio do Plano Colômbia -, tem permitido a generalização do problema para toda a América Latina, com ênfase particular no México e na América Central.
Sobre esta situação, Noam Chomsky declarou: “Eu não acho que a guerra contra as drogas seja um fracasso, ela tem um propósito diferente do anunciado (…). O problema das drogas na América Latina está aqui nos Estados Unidos. Nós fornecemos a demanda, as armas, e eles (na América Latina) sofrem “. [15]
O problema baseia-se num importante fundo econômico. Em primeiro lugar, porque o negócio da droga é um dos mais rentáveis a nível mundial, não só pelos lucros que promove, mas também pelos ganhos que gera colateralmente para sua sustentação. Através do tráfico de drogas [16] a nível internacional, ganha-se mais de 320 bilhões [17] de dólares, tornando-se a segunda atividade econômica global, com um mercado de 200 milhões de consumidores no mundo todo. [18]
O caráter ilegal do mesmo e as políticas militaristas que o governo dos EUA indicam como o “melhor” enfrentamento incentivam a compra de armas e outros suprimentos de segurança para conceder um perfil mais beligerante aos cartéis. Esta situação, associada ao fomento do conflito entre os cartéis, e destes contra os governos latino-americanos que os enfrentam, são um excelente incentivo para o complexo industrial de segurança dos EUA.
A geração de empregos que provoca o problema das drogas, juntamente com as inserções político-diplomáticas que possibilita a luta contra as drogas, constitui para os EUA um excelente objetivo, daí ser a diplomacia contra as drogas uma das expressões mais eficazes dos instrumentos de política externa e de segurança dos EUA.
A localização de bases militares em regiões geoestratégicas e a ativação da Quarta Frota manifestam pretensões mais amplas do que a luta contra as drogas. Os interesses econômicos têm participação evidente, tal como no encaminhamento “(…) dos recursos inicialmente anti-drogas contidos no Plano Colômbia e Iniciativa Regional Andina (que) também estão sendo usados para a proteção militar do oleoduto colombiano de Caño Limón-Coveñas, de propriedade mista colombiana-americana”. [19]
No entanto, a atenção para os setores mais pobres das sociedades latino-americanas, com alternativas que freiem os incentivos dos negócios das drogas, resultam limitadas. “Quando se negligencia os aspectos do desenvolvimento, priorizando os da segurança, perpetua-se uma situação que favorece a expansão do cultivo de coca e o fornecimento constante de matéria-prima para a elaboração da cocaína”. [20]
Definitivamente, na política externa dos EUA repercutem as problemáticas internas e, em um contexto de crise, o dinheiro é canalizado para os setores que podem gerar demandas maiores. Este fenômeno de dependência das decisões da política externa das situações domésticas deve-se a que “(…) o papel relativamente autônomo do sistema político interno, às vezes é decisivo no desenvolvimento de uma política estrangeira determinada, e em qualquer análise relativamente séria deve ser tomado em conta “. [21] Por estas razões, embora não seja objeto do presente artigo, a crise econômica que continua a afetar os Estados Unidos deve ser considerada a todo momento para se entender o contexto de muitas decisões tomadas em política externa, e a política de drogas não é uma exceção.
Uma manifestação do duplo padrão da diplomacia contra as drogas travada pelos EUA constituiu a escandalosa Operação Velozes e Furiosos, mediante a qual este governo forneceu armas para narcotraficantes. Esta operação mostrou como que, mediante a cruzada anti-drogas dos EUA, incentiva-se a venda de armas, ao passo em que se aumenta o caráter beligerante dos cartéis, com efeitos incalculáveis para a violência e a insegurança na América Latina. “Uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA determinou hoje (19 de setembro de 2012) que houve ‘falhas graves’ na operação secreta ‘Velozes e Furiosos’, que permitiu o contrabando de cerca de 2.000 armas para o México em 2009, mas absolveu o procurador-geral, Eric Holder “. [22]
Apesar do desprestígio internacional que significou o desmascaramento de uma tal operação frente à opinião pública, o Congresso e o Departamento de Justiça reconheceram a Operação Velozes e Furiosos como um fracasso e não como um erro, concluindo o processo judicial com penas disciplinares e não penais (criminais). “A esperada análise do inspetor-geral do Departamento de Justiça, Michael Horowitz, recomenda ações disciplinares – mas não penais – contra 14 funcionários da Secretaria para Controle de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo (ATF, em Inglês)” [23].
O destino e as mortes que venham a causar as armas da Operação Velozes e Furiosos são imprevisíveis. Sobre o ocorrido, não foram dados todos os elementos ao governo do México, nem se levou em conta os grandes perigos ocasionados à sociedade civil. Definitivamente, os métodos da guerra contra as drogas está longe de proporcionar a paz e a segurança na América Latina.
A estratégia militarizada da guerra contra os cartéis
A estratégia militarizada da guerra contra os cartéis tem levado a resultados prejudiciais para a segurança interna, para a corrupção político-institucional e para a governança. No Relatório sobre drogas 2011, emitido pelo Departamento de Estado dos EUA, qualificou-se a Argentina como o segundo mercado de drogas na América do Sul. Este aumento coincidiu com o crescimento das exportações para a Europa Ocidental e Central através de países da África Ocidental, que servem como corredores (rotas) de cocaína. Sem negar a proliferação do negócio das drogas no Cone Sul nos últimos anos, resulta um tanto sobredimensionada a visão dos EUA a respeito do problema, o que mostre um alerta para onde podem vir a estender as estratégias políticas e militares no futuro.
No contexto atual das relações internacionais, os EUA têm defendido uma militarização geral da sua projeção exterior. Neste sentido, os esforços para combater a droga se militarizam. As consequências desta militarização no combate aos cartéis da droga na América Latina têm levado à intensificação dos conflitos sociais nos países em causa. As dinâmicas político-diplomáticas dos países mais afetados pelo flagelo da droga são influenciadas por elementos de segurança que devem ser priorizados, dadas as terríveis consequências da guerra contra os cartéis.
No momento, não se observam intenções políticas ou econômicas nos setores dirigentes dos EUA que se vinculam à necessidade de reduzir o incentivo ao comércio de drogas na região, o que se reflete na carência de mudanças substanciais nos objetivos e estratégias já definidos. Na realidade, há fatores políticos e econômicos que não permitem uma solução definitiva para o problema. Há fartas provas do crescente envolvimento da Agência Central de Inteligência (CIA), e sua responsabilidade no comércio ilegal de drogas, especialmente nas zonas onde se implantam as forças militares dos Estados Unidos (sejam estatais ou privadas).
Para empresas como Chase Manhattan Bank (proprietários da rede de televisão ABC); General Electric (proprietária da NBC); Brown Brothers Harrimen (da CBS); ter cerca de 10 milhões de lucros líquidos adicionais derivados dos negócios das drogas, suporia o aumento do valor das ações na bolsa em 300 milhões de euros; o que problematiza a situação, porque essas empresas possuem o controle das principais redes de televisão dos EUA. Neste sentido, é difícil de acreditar que iriam apresentar notícias que prejudicariam sua cotização na bolsa. [24]
Os graves perigos que se apresentam a nível mundial, e para a região da América Latina em particular, mostram a necessidade urgente de vincular e sensibilizar os setores mais afetados da sociedade a respeito das graves conseqüências disto. O incremento dos efetivos militares e a penetração de forças militares estrangeiras, bem como de espionagem, sob o pretexto da luta contra o “tráfico” nesses países, resulta em elemento crucial para a compreensão desta problemática.
Um exemplo claro da crescente militarização e expansão das demandas ao Complexo Industrial de Segurança foi revelado pelo jornal The New York Times, que afirmou: “a agência anti-drogas dos EUA tem cinco comandos [25] operativos que levam a cabo missões secretas em países da América Central, América do Sul e Caribe. (…) Esse pequeno exército de operações especiais criado há seis anos para combater o cultivo de ópio pelos talibãs, no Afeganistão, foi transferido com autorização da Casa Branca “. [26]
Esta situação revela uma visão muito mais ampla e perigosa sobre a realidade trazida pela política externa e de segurança dos EUA para consolidar sua hegemonia em nível global.
Conclusões
O governo dos EUA teve que ir reestruturando a sua política no Departamento de Estado e de Defesa devido a um contexto histórico concreto que reivindicou a adequação das diferentes instâncias e agências governamentais aos interesses atuais dos Estados Unidos.
O uso do smart power surge como a arte de combinar o poder suave e o poder duro para a consolidação de seus interesses a nível global. Neste sentido, trabalha-se em áreas que melhorem a credibilidade e a legitimidade do governo dos EUA, em um período atormentado pela crise econômica global e pela agudização da insegurança doméstica. Para fazer isso, não basta somente fazer uso dos aparatos estatais, mas ter um envolvimento crescente com empresas contratantes e ONGs, buscando uma maior credibilidade dos programas implementados.
A necessidade de consolidação da hegemonia e da liderança internacional, em um momento onde a crise multidimensional do sistema mundo – nos dizeres de Wallerstein – atingiu níveis em que não apenas a periferia, mas também o centro, são afetado por esta situação; o governo dos Estados Unidos teve que fazer mudanças em suas políticas, a fim de proteger e recuperar os espaços perdidos.
Esta reestruturação tem sido expressa nas mudanças realizadas, não apenas de figuras que comandavam os fios político-diplomáticos e militares do governo, mas também das estruturas departamentais que existiam anteriormente. Além disso, houve um trabalho sério, com uso do poder informacional que se desenvolve nas áreas de inovação e de novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC), colocadas em função da chamada Diplomacia Transformacional.
Neste sentido, agências como a USAID foram objetos de reformas importantes, buscando obter um maior impacto nas áreas de interesse. Para isso se focaram no trabalho com setores vulneráveis da sociedade, a fim de aumentar as diferenças e obter novos aliados para, conscientemente ou não, apoiar a sustentação de sua hegemonia em regiões-chave como a América Latina.
Nestas políticas, há elementos conceituais a serem reconsiderados pela sua efetividade para a manipulação midiática, a partir de estratégias que possuem como foco os temas da agenda nacional de segurança, problemas que se desatam em outras regiões do mundo. Seguindo esses propósitos, não basta a validação de interesses econômicos, mas também merecem difusão e influência os valores democráticos, políticos e institucionais que são emitidos por Washington como padrões de governança global, para além das alteridades existentes e das diferentes latitudes em questão.
Neste aspecto, deve-se reconsiderar aqueles problemas globais que se definem como ameaças à segurança e à paz internacionais e que possuem uma incidência sobre as estratégias delineadas pelo Departamento de Estado e de Defesa, para a política externa e de segurança.
Ameaças como o terrorismo, tráfico ilícito de drogas, a guerra cibernética, a insegurança na informática, violações dos Direitos Humanos, entre outros, são muitas vezes atraídos para a agenda nacional, como objetivos de segurança nacional, para a dominação das zonas de interesse geoestratégico.
Isso tem exigido mudanças a nível doutrinal e estrutural na formação da política externa dos EUA, o que levou a reformas importantes no governo, que se ajustam às circunstâncias internacionais e domésticas e ao que prevêem do que pode suceder no cenário internacional . Estas reformas repercutem nos objetivos nacionais deste país, no interesse de manter a liderança global.
A política externa e de segurança d os EUA continuou a promover a instalação de bases militares, seguidas pela reativação da Quarta Frota e o fortalecimento do Comando Sul. No campo informacional, têm sido aperfeiçoadas as campanhas de dominação midiática, incentivado os planos desestabilizadores contra governos contestadores, tal como os da Venezuela, Bolívia e Equador.
Além disso, agências como a USAID e a NED aumentaram a sua cota de influência e desestabilização na região. O golpe de Estado em Honduras, a tentativa golpista contra Rafael Correa e as campanhas contra a Revolução Bolivariana e da ALBA-TCP, são expressão disso. Além do mais, as políticas separatistas continuam a debilitar o processo de integração, com ações que pretendem aumentar as contradições histórico-políticas.
Evidentemente, a permanência de processos contestatórios ao regime imperial e a ascensão do Brasil como potência emergente têm sido temas de preocupação que, juntamente com os recursos energéticos disponíveis para a região, estão incluídos entre os interesses da política externa dos EUA no tocante ao Hemisfério Ocidental.
Nesses projetos, a figura de Obama tem sido apoiada por setores importantes das elites de poder, tal como a Comissão Trilateral, a Fundação Ford, o Conselho de Relações Internacionais, o Centro de Estudos Estratégicos Internacionais, o setor de inteligência e o complexo industrial de segurança. Obama também se beneficiou do apoio de figuras dos thinking tanks, como Zbigniew Brzezinski, Joseph Nye, George Soros, Henry Kissinger, Madeleine Albright, Carla Hill, Sam Nunn, entre outros.
Ainda em novembro de 2007, Obama dissera: “(…) Se eu me tornar a face visível da política externa e do poder nos EUA, vou tomar decisões estratégicas com prudência e lidarei com a crise, emergências e oportunidades no mundo, de maneira sóbria e inteligente “. [27]
Mais tarde, a Estratégia Nacional de Segurança dos EUA afirmou:. “Nós trabalhamos, em uma aliança de iguais, para fazer avançar a democracia e a inclusão social, garantir tranquilidade doméstica e a segurança, promover a energia limpa e defender os valores universais dos povos do hemisfério” [28]
Ainda detalhou que, para a região, “os Estados Unidos vão continuar a trabalhar para alcançar um hemisfério ocidental seguro e democrático, através do desenvolvimento de defesa regional e colaboração contra as ameaças internas e transnacionais, tal como as organizações narcoterroristas, o tráfico ilícito e a pobreza social .” [29].
Neste sentido, o smart power tem sido um grande parceiro para a promoção de idéias e valores nas TICs , espaço onde Obama tem atuado com grande êxito, reconhecendo o impacto dessas políticas sobre as relações internacionais, bem como sua eficácia para manipular as matrizes de opinião pública e a atração de setores tradicionalmente “apáticos” à participação política.
No atual contexto internacional, aproveita-se a interatividade das plataformas digitais para interagir a partir de novos códigos de comunicação, com atores internacionais que emergem com força, como o Brasil, fazendo um trabalho detalhado com a sociedade civil da região, concentrando-se nos setores mais vulneráveis. Neste sentido, se potencializa a mediação aos processos políticos mais progressistas na América Latina, através dos grandes meios de comunicação e das TICs.
No entanto, não se descarta o uso do poder duro, sempre com a combinação das ferramentas político-diplomáticas e informacionais, para justificar as políticas imperiais, convocando para esses empreendimentos outras potências centrais, a fim de coletivizar os interesses da política exterior e de segurança.
Em documentos orientadores, como a Estratégia de Segurança Nacional de 2010, o Informe Quadrienal de Diplomacia e Desenvolvimento, as Diretrizes da USAID 2011-2015 e o PPD 16, confirma-se o trabalho com o poder civil, implementado a partir do smart power e os Três D. No Relatório de Revisão Quadrienal de Defesa 2010, destaca-se: “Nossa postura defensiva no Hemisfério se apoiará nas capacidades inter-agências associadas para combater aspectos críticos, incluindo o controle do tráfico ilícito (…)” [30]
Além disso, continuam as estratégias anteriores destinadas ao fortalecimento do Estado de direito, da convivência democrática, fortalecendo estados falidos, a institucionalidade, a governabilidade, a liberdade de associação e de expressão, os Direitos Humanos e a segurança interna e humana; esta última foi recentemente estendida ao termo de segurança civil, para a qual se criou uma vice-secretaria no Departamento de Estado.
A diplomacia prioriza o trabalho com as agências governamentais e novos atores, empresas, ONGs, grupos religiosos e outros setores privados de influência internacional, onde desempenham uma participação crescente as companhias privadas de segurança e outros serviços internacionais.
Nesta dinâmica, adequa-se a diplomacia aos novos tempos, identificando-se oportunidades de influência econômica, política, diplomática e militar, para atender os problemas de segurança, desenvolvimento econômico e estabilidade política. Entre os desafios que se destacam para a sua hegemonia, desempenham um caráter central na América Latina a segurança doméstica, os direitos humanos, tráfico internacional de drogas (TID) e outros delitos conexos.
No que diz respeito ao desenvolvimento, procura-se os negócios com empresários e transnacionais, promovendo relações de mercado, lucros de empresas transnacionais e afins e dos TLC. Além disso, incentiva-se o desenvolvimento de inovação nas esferas científicas e tecnológicas (economia do conhecimento). Outro item de particular interesse dos EUA na região é o controle dos recursos naturais. Para isso priorizam territórios como a Amazônia, para controlar recursos estratégicos.
Como parte da consolidação da sua liderança na região, incentivam contradições internas que prejudicam os projetos de integração regional, a fim de fortalecer a dependência comercial e financeira, procurando mitigar a consolidação de atores extra-regionais de importância (a China e a UE).
Finalmente, pode-se considerar que os EUA fazerm uso do smart power e dos Três D para implementar de forma mais consensual políticas de dominação ideológica, econômica, diplomática e militar, a fim de consolidar e perpetuar a sua hegemonia na América Latina. Como parte dessa estratégia de dominação, utiliza-se do flagelo do tráfico de drogas na região como justificativa para a penetração político-diplomática e militar, sob a cortina de fumaça da chamada guerra contra as drogas.
Notas:
[1] “El camino para comprender el poder de la minoría norteamericana no está únicamente en reconocer la escala histórica de los acontecimientos ni en aceptar la opinión personal expuesta por individuos indudablemente decisivos. Detrás de estos hombres y detrás de los acontecimientos de la historia, enlazando ambas cosas, están las grandes instituciones de la sociedad moderna. Esas jerarquías del Estado, de las empresas económicas y del ejército constituyen los medios del poder; como tales, tienen actualmente una importancia nunca igualada antes en la historia humana, y en sus cimas se encuentran ahora los puestos de mando de la sociedad moderna que nos ofrecen la clave sociológica para comprender el papel de los círculos sociales más elevados en los Estados Unidos.” Em: Charles Wright Mills. La elite del poder. Fondo de Cultura Económica, México, (e.o., 1956/1987), p.12.
[2] Soraya Castro Mariño. El sistema político y el proceso de conformación de la política exterior. in: El proceso de conformación de la política exterior de los Estados Unidos, 1998, p, 13. In: http://www.uh.cu/centros/ceseu/BT%20-%20Estados%20Unidos%20y%20los%20Procesos%20Sociopol%EDticos/ISC07.pdf
[3] Jorge Luis Acanda. 2002. Sociedad Civil y Hegemonía. La Habana: Centro de Investigación y Desarrollo de la Cultura Cuba “Juan Marinello”. pp.251
[4] Assume-se este conceito por ser mais abrangente que o de “Complexo Militar Industrial”, que alude a aspectos estritamente militares, ao passo que “Indústria da Segurança” é mais amplo.
[5] Ver: Michel Foucault. Microfísica del poder. Madrid, 2ª edición de las Ediciones de la Piqueta, 1979. Y Foucault, Michel. Un diálogo sobre el poder. España, Madrid, Editorial Alianza (Alianza Editorial, s.a.) 1995.
[6] Belén Boville Luca de Tena: La Diplomacia de las drogas en las relaciones Estados Unidos- América Latina. En Diálogo. 2007, No.10 Center for Latino Research, p.28.
[7] Hans Morgenthau. “POLÍTICA ENTRE LAS NACIONES”. La lucha por el poder y la paz. Grupo Editor Latinoamericano, GEL, Sexta edición revisada por Kenneth W.Thompson, Buenos Aires, 1992.
[8] Matías Marini: La dimensión comunicativa del poder en las relaciones internacionales. In: http://www.diplomacia-publica.org/?p=16
[9] O italiano Alberto Bruzzone (2005), enxerga a diplomacia pública tanto para atividades culturais, como de informação e de propaganda internacional. “A política pública coordenada a partir de um governo que diversifica seu papel através dos agentes privados. Promove-se o interesse nacional do país para melhorar a sua percepção externa; seu destinatário é a opinião pública das nações estrangeiras que fazem parte de um grupo seleto para os interesses do Estado emissor. Além disso, essa diplomacia tende a estabelecer e melhorar o diálogo entre os cidadãos de dois ou mais países.”
[10] Hans Morgenthau. Política entre las naciones. La lucha por el poder y la paz. Grupo Editor Latinoamericano, GEL, Sexta edición revisada por Kenneth W.Thompson, Buenos Aires, 1992.
[11] Soraya Castro Mariño. Las relaciones entre Cuba y los Estados Unidos después de la invasión a Iraq. In: Los EE.UU. a la luz del siglo XXI. La Habana, Editorial de Ciencias Sociales, 2008, p.435.
[12] Belén Boville Luca de Tena: La Diplomacia de las drogas en las relaciones Estados Unidos- América Latina. In Diálogo. 2007, No.10 Center for Latino Research, p.24.
[13] Drogas: assume-se o conceito da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é definido como qualquer substância que, quando introduzidos no corpo através de qualquer via de administração, produz, de algum modo, qualquer alteração no funcionamento do sistema nervoso central do indivíduo, e também é suscetível de criar dependência psicológica, física ou ambas. Ver: http://www.drogas.cl/drogas_detail.htm
[14] Roberto González Gómez. Teoría de la política Internacional (1ª Parte). Folleto, Universidad de La Habana, Facultad de Filosofía e Historia, sf, p.22.
[15] David Brooks. Las fallidas consecuencias de la lucha contra el narco. In: http://www.cubadebate.cu/opinion/2012/05/14/las-fallidas-consecuencias-de-la-lucha-contra-el-narco
[16] O comércio ilícito de drogas é uma indústria ilegal mundial que consiste no cultivo, produção, distribuição e venda de drogas ilegais, operando de forma semelhante a outros mercados subterrâneas que se produz globalmente. O produto final atinge um alto valor no mercado negro. A dependência de drogas acarreta importantes conseqüências sociais: crime, violência, corrupção, marginalização. Portanto, a maioria dos países ao redor do mundo proíbem a produção, distribuição e venda dessas substâncias.
[17] Ver: Word Drug Report de 2011. In: http://www.unodc.org/documents/southerncone//Topics_drugs/WDR/2011/Executive_Summary_-_Espanol.pdf . Otras Instituciones y autores reflejan crifras superiores que oscilan desde 400 mil a 700 mil millones de dólares.
[18] Daniel Estulin. Los secretos del Club de Bilderberg. In: http://www.apitox.es/docs/Los_Secretos_Del_Club_Bilderberg.pdf
[19] Belén Boville Luca de Tena: La Diplomacia de las drogas en las relaciones Estados Unidos- América Latina. In Diálogo. 2007, No.10 Center for Latino Research, p.28.
[20] Belén Boville Luca de Tena: La Diplomacia de las drogas en las relaciones Estados Unidos- América Latina. In Diálogo. 2007, No.10 Center for Latino Research, p.29.
[21] González Gómez, Roberto. Ob;cit, p.25.
[22] Informe revela “graves fallos” de “Rápido y Furioso” y exime a Eric Holder. In: http://efe.vistasemanal.com/25_inmigracion-e-hispanos/1751219_informe-revela-graves-fallos-de-rapido-y-furioso-y-exime-a-eric-holder.html
[23] Idem
[24] Daniel Estulin. “Los secretos del Club de Bindelberg. En documento Word Pág. In: www.apitox.es/docs/Los_Secretos_Del_Club_Bilderberg.pdf
[25] Foi o ex-presidente George W. Bush que criou os cinco comandos secretos sob o nome de Equipe de Apoio e Assessoramento de Desenvolvimento Estrangeiro (FAST, na sua sigla em Inglês). Cada esquadrão conta com 10 soldados (…) o atual presidente Barack Obama autorizou, após chegar ao poder, em 2009, a implantação dessas cinco esquadrões da DEA na América Latina, além das áreas de cultivo de ópio no Afeganistão. A Casa Branca admitiu abertamente esta mudança nas operações. O treinamento e os equipamentos dos soldados fica a cargo do Pentágono.
[26] EE UU tiene cinco comandos antidroga operativos en Latinoamérica. In: http://internacional.elpais.com/internacional/2011/11/08/actualidad/1320728173_644511.html
[27] Barack Obama. New York Times, 4 de noviembre de 2007.
[28] Estrategia de seguridad nacional estados unidos 2010.
[29] Reporte de Revisión Cuadrienal de Defensa 2010.
[30] Reporte de Revisión Cuadrienal de Defensa 2010.
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* Tradução: Gustavo Ribeiro