Portugual viveu uma das maiores greves gerais de sua história

Na avaliação de Arménio Carlos, secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), greve geral de quarta-feira (14) foi uma das maiores já realizadas em Portugal, representando um “cartão vermelho que os trabalhadores e as trabalhadoras mostraram à política de direita do governo PSD/CDS, e também à troika”. Estudo confirma queda do PIB e aumento do desemprego no país.

Esquerda.Net

15.11.2012

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Lisboa – Num primeiro balanço, o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Arménio Carlos, considerou que a greve geral realizada quarta-feira é “uma das maiores já realizadas em Portugal”. Para o sindicalista, a greve “foi claramente um cartão vermelho que os trabalhadores e as trabalhadoras mostraram à política de direita do governo PSD/CDS, e também à troika”.

Arménio Carlos dedicou uma saudação especial a todos os trabalhadores “que não sendo filiados em sindicatos da CGTP se disponibilizaram a convergir para aprofundar a unidade na ação e demonstrar mais uma vez que a unidade conquista-se, consolida-se e desenvolve-se a partir dos locais de trabalho, a partir de objetivos concretos e de propostas concretas”.

Dados do INE confirmam queda do PIB

Para o secretário-geral da CGTP, “a greve foi oportuna porque coincide com a divulgação de estudos, nomeadamente um do INE, que confirma mais uma vez a queda do PIB e simultaneamente o aumento do desemprego, dando mais uma confirmação de que se porventura não se verificar rapidamente uma alteração destas políticas, também rapidamente Portugal ficará numa situação insustentável”.

Arménio Carlos destacou os trabalhadores da administração pública e dos transportes como os principais protagonistas da greve, mas dedicou uma palavra especial aos trabalhadores do setor privado, onde destacou empresas como a EDP de Sines, “que parou pela primeira vez a cem por cento”, a Lisnave a 96%, a Bosch a 90%, os estaleiros de Viana do Castelo, que pararam na quase totalidade, a Securit, com uma paralisação de 95%.

Governo recusa-se a divulgar números de adesão à greve

Jornalismo, jornal eletrônico do Sindicato dos Jornalistas que cobriu a greve geral, entrou em contato com o governo para pedir a sua versão da adesão à greve. A resposta foi um despacho do Secretário de Estado da Administração Pública que dispõe, entre outras coisas, que “não será divulgada qualquer informação sobre níveis de adesão à greve nos dias em que as mesmas ocorrem, bem como nos dias imediatamente subsequentes”.

Manifestações e concentrações em todo o país

Em Lisboa, concentrou-se uma manifestação que reuniu sindicalistas da CGTP e de sindicatos como o dos estivadores, e ativistas de movimentos sociais, como os Precários Inflexíveis e a plataforma “Que se lixe a troika”.

Foram milhares de pessoas que se dirigiram para a Assembleia da República, gritando palavras de ordem como “Esta divida não é nossa”, “Espanha, Grécia, Itália e Portugal, a nossa greve é internacional” e ainda “Fora, fora, fora daqui a fome, a miséria e o FMI”.

Em todo o país, realizaram-se 39 concentrações ou manifestações em 12 distritos.

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