COM CUBA SOCIALISTA, SEMPRE

A campanha de descrédito que, a partir do governo Obama, se desenvolve nestes dias em nível internacional contra a gloriosa Revolução Cubana, é parte fundamental da contraofensiva geral que os EUA lançam sobre a América Latina e o Caribe, avessa ao caminho construído pelos povos contra o neoliberalismo, que se reflete num conjunto de governos populares e progressistas, no fracasso da ALCA e nos avanços de uma integração que se liberta da secular hegemonia de Washington.

O governo Obama reconhece e legitima o golpe de Estado em Honduras – onde mantém-se todos os dias a perseguição e o assassinato de militantes da resistência –, invade vilmente o Haiti aproveitando o terremoto produzido neste país, lança a Quarta Frota e enche de bases militares a América do Sul e o Panamá, sustenta a todo custo uma guerra criminosa no Afeganistão e no Iraque e apoia os desmandos contra os direitos humanos cometidos por Israel na Faixa de Gaza; montam agora uma poderosa ação midiática porque UM delinquente convicto se suicida numa prisão cubana.

Seguindo mansamente o mandato da Casa Branca, o Parlamento Europeu ditou uma resolução similar àquela adotada em 2004 pelos EUA destinando esforços e recursos para imiscuir-se descaradamente nos assuntos internos cubanos, enquanto atravessam a mais profunda crise do capitalismo do velho continente no pós-guerra, que condena o povo grego e outros povos às políticas de ajuste, desemprego e miséria. A política intervencionista para a América Latina se manifesta também no translado provocativo de plataformas petroleiras e unidades militares para o Atlântico Sul na zona de nossas Ilhas Malvinas, submetidas a um arcaico status colonial.

A campanha contra Cuba é uma montagem estruturada em base ao domínio sobre os mais poderosos meios de comunicação globais e os monopólios midiáticos locais que fazem coro, para semear o ódio contra uma Revolução que respeita profundamente os direitos humanos em seu conteúdo mais integral, político, econômico, social e cultural.

A opção socialista decidida democraticamente mil vezes pelo povo cubano, nas condições do subdesenvolvimento econômico e do bloqueio de quatro décadas que os EUA praticam sem descanso, permite a seus cidadãos o exercício de uma democracia participativa, um modelo de justiça social e igualdade de acesso à saúde, à educação e ao emprego que não tem comparação entre os países com semelhante grau de desenvolvimento, assim como entre outros mais desenvolvidos.

Em Cuba, não se registra um só caso de desaparecimento forçado de pessoas, nem de tortura, nem de assassinato por razões políticas por parte do Estado, nem de incursões militares para assassinar povoados, nem outras brutais violações aos direitos humanos que são cometidos diariamente em muitos países que recebem o apoio dos EUA.

Este é o caso da Colômbia, onde diariamente são assassinados dirigentes, militantes e simples habitantes pelas forças militares ou paramilitares; é também o caso do Peru, cuja situação carcerária apresenta signos claros da total falta de respeito pela condição humana. Uma análise da situação carcerária em nossa região colocaria Cuba em primeiro lugar quanto ao trato daqueles que violaram as leis e devem estar privados de liberdade.

A nenhum detido em Cuba são impedidas as visitas familiares, nem é negado o seu direito a tratamento médico, tal como ocorre com os cinco antiterroristas cubanos presos injustamente nas prisões dos EUA. Em Cuba não se tortura ninguém, como ocorre nos cárceres ianques de Guantánamo e Abu Graib.

Nos EUA, registra-se a mais alta quantidade de presos no mundo -2.200.000 – sendo que os afroamericanos e os latinos representam a aterrorizante cifra de 90% deste total.

Os crimes que são diariamente cometidos pelos EUA ou pelos governos a eles alinhados são sistematicamente ocultados, enquanto que um caso pontual de suicídio de um delinquente, que as autoridades cubanas se encarregaram de esclarecer adequadamente, é potencializado ao máximo para ferir Cuba e sua Revolução, que sim, necessita de mudanças, como em todo processo revolucionário, mas que, no entanto, serão decididas apenas pelo seu próprio povo que, como tantas vezes o fez, voltará a demonstrar quantas vezes seja necessário que segue o legado de Fidel, de Camilo, de Che e de todos os heróis dessa terra, como os cinco jovens antiterroristas cubanos que estão presos injustamente nos cárceres dos EUA e cuja imediata liberdade exigimos.

Do mesmo modo, exigimos a imediata extradição para a Venezuela do terrorista Luis Posada Carriles, autor, entre outros, do atentado ao avião da Cubana de Aviación que caiu em Barbados, morrendo todos os passageiros e a tripulação. Esse sujeito e outros da sua estirpe gozam de total liberdade nos EUA.

Tampouco se realizam campanhas midiáticas globais nem adquirem repercussão na imprensa local os casos de Julio Jorge López, Luciano Arruga ou o recente assassinato de Silvia Suppa em nosso país, que, assim como o já mencionado López, foi testemunha nos julgamentos reabertos nas causas por violações aos Direitos Humanos na Argentina durante a ditadura militar.

Clamamos pelo fim das campanhas de mentiras e calúnias contra a Revolução Cubana, exemplo e guia para os povos de nossa região e do mundo, e convocamos a realização na Argentina de novas, mais amplas e massivas ações de solidariedade com a Ilha da Liberdade, primeiro território livre da América, onde a palavra Socialismo se escreve em nosso próprio idioma.

(tradução de Rodrigo Oliveira Fonseca)

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