‘Mais um dia de combates’, mensagem de nosso correspondente na Venezuela

O Portal do PCB reproduz a descrição de mais um dia de enfrentamentos contra os golpistas na Venezuela, enviados por militante do Partido e da UJC que se encontra no país.

“Segue um pequeno relato dessa terça, ainda que muito superficial, por conta dos cansaços físico e mental e pelo intenso dia de mobilização e enfrentamento. “Esta é a crônica de um golpe anunciado”, afirmou Nicolás Maduro sobre o conjunto de ações perpetradas pela direita golpista desde que o resultado das eleições sacramentou a vitória que representa a continuidade da Revolução Bolivariana.

Os elementos dessa crônica continuaram a desenvolver-se hoje pelo país – em alguns lugares pôde-se ver o enfrentamento direto, frente aos ataques perpetrados pela horda fascista, como em Zulia e em Maturin.

Aqui em Maturin, capital do Estado Monagas, onde me encontro, tivemos um duro enfrentamento com os golpistas durante todo o dia. Pela manha, eles se aproximaram do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), instituição que resguardamos desde ontem. O forte contingente de militantes e pessoas do povo que defendem o processo revolucionário que estávamos ali defendendo a Revolução, e a presença de soldados da Guarda Nacional Bolivariana, não deixou que eles depredassem o local, e logo se dispersaram para outros pontos da cidade.

Após isso, muitos deles tentaram invadir a Universidade Bolivariana da Venezuela (UBV), mas os próprios estudantes, entrincheirados, impediram que entrassem e destruíssem um dos principais legados de Chávez.

Já no início da tarde, os golpistas tomaram a praça da Catedral de Maturin, principal ponto turístico da cidade, e já se dirigiam novamente para a sede do CNE, atendendo à convocação de Henrique Capriles, que pediu que seus correligionários se dirigissem às sedes do órgão em todo o país.

O enfrentamento foi inevitável. Como uma verdadeira horda fascista, vieram atacando com pedras, garrafas de vidro e dispararam uma grande quantidade de tiros, um dos quais atingiu um de nossos camaradas.

Diante disso, também os atacamos com o que tínhamos nas mãos, e assim fomos expulsando a corja golpista e retomando o terreno que já haviam ocupado, os arredores da Catedral.

Este enfrentamento, que em parte está registrado no vídeo a seguir, é apenas uma das consequências do chamado de Capriles à violência entre os cidadãos venezuelanos.

Agora à noite, prossegue a violência pelo país: queimaram mais um Centro de Diagnóstico Integral (CDI), onde os médicos cubanos trabalham praticando seu internacionalismo e sua solidariedade com o povo venezuelano. Médicos que têm sido ameaçados de morte pelos seguidores de Capriles…

Hoje, como era de se esperar, começou o ataque aos comunistas, que tiveram sua sede no Estado de Anzoátegui atacada pelos golpistas. Ainda não temos informes sobre vítimas ou feridos. Além disso, atacaram também a casa da presidenta do CNE, Tibisay Lucena. Muitos outros atos isolados estao acontecendo Venezuela adentro.

Por que chegamos a este cenário? O que está por trás da ânsia desesperada de alguns setores da direita pela tomada do poder de forma tão sedenta? E quem pagará a conta? Quem responderá pelas vidas que perdemos?

Há que ser duro com os golpistas, sobretudo seus líderes, e imputar-lhes as mais duras penas da lei, para que não volte a se repetir aqueles dias de abril de 2002.

Por isso, as palavras de ordem que o povo levanta são: NÃO PASSARÃO! NÃO VOLTARÃO!”

Vídeo da batalha de hoje em Maturín, capital de Monagas:

http://www.youtube.com/watch?v=PPH9gNMPSE0