CAPRILES CONTRA A AMÉRICA LATINA

Além disso, seus repetidos e grosseiros insultos à Presidenta Cristina, da Argentina, parecem demonstrar o apoio tácito de Capriles à ocupação britânica das Malvinas.

A contraofensiva dos Estados Unidos contra a nova unidade latino-americana já conta com algumas vitórias como a assinatura de tratados de livre comércio e os golpes parlamentares de Honduras e Paraguai.

O golpe em câmera lenta de Capriles, duas vezes derrotado como candidato presidencial venezuelano, já causou 10 mortes (entre eles 2 crianças) e constitui parte desta contraofensiva, coordenada na Venezuela pelo ex-presidente Uribe e seus grupos paramilitares, com recursos da CIA, a direita europeia e suas ONGs na Venezuela.

XENOFOBIA

Outros sinais do golpe de Capriles é a reaparição midiática de dois ex-presidentes da petroleira PDVSA: Gustavo Rossen, hábil conspirador, e o torpe Guaicaipuro Lameda. Junto a eles, emergiram na Televisão outros participantes do golpe de 2002, que promoveram o anticomunismo e a xenofobia anticubana. Desta vez, porém, todos acrescentaram a seu discurso o racismo anticaribenho e antilatino-americano: Nicolás Maduro é acusado de ser colombiano ou filho de colombianos, e Capriles desqualifica pessoalmente os chefes de Estado que vieram e continuam vindo se despedir e render homenagens ao Comandante Hugo Chávez.

Esta política se manifestou nas ruas com ataques contra os serviços de saúde, onde trabalham médicos cubanos (Barro Adentro para a atenção primária e os avançados Centros de Diagnóstico Integral – CDI), em cuja defesa várias vítimas caíram assassinadas pela violência opositora iniciada o 15 de abril, no dia seguinte ao estreito, porém claro, triunfo de Maduro.

MALVINAS E MISOGINIA

Segundo o candidato direitista, potências como Rússia, China e Brasil são mendigos, que vivem da caridade venezuelana (?), enquanto a pequena e bloqueada Cuba seria um império que ocupa a Venezuela. Na veemência de Capriles, destaca-se sua crueldade com as mulheres, venezuelanas ou estrangeiras, que ocupam cargos públicos. Para os chavistas isto tem mais a ver com uma falha de caráter que com geopolítica. A Ministra da Mulher do governo venezuelano o acusou abertamente de misógino. Além disso, seus repetidos e grosseiros insultos à Presidente Cristina, da Venezuela, parecem demonstrar o apoio tácito de Capriles à ocupação britânica das Malvinas. Ao contrário de um campeão continental como Chávez, este líder direitista é um dos poucos, fora os Estados Unidos e Israel, que apoia o bloqueio estadunidense à República de Cuba.

CONTRA A TELESUR

Uma grande vantagem política e eleitoral de Capriles é sua absoluta liberdade de dizer qualquer coisa sem obrigação alguma, nem sequer de coerência, com o que disse antes ou dirá depois. Porém, quando afirma que uma mudança na Venezuela significaria uma mudança na América Latina, sabe muito bem o que diz. Essa mudança é a meta de sua política contra os organismos de união, ALBA, CELAC,  MERCOSUL, PETROCARIBE, UNASUL etc. Tal como o assédio e a agressão de seus grupos à interestatal TeleSUR, sobre a qual o líder direitista já afirmava, no ponto 138 de seu Programa que, ao chegar ao poder, estudaria as condições em que se encontram a Telesur e a Radio del Sur para servir, efetivamente, como parte do projeto de integração da América Latina. Aqui, a ambiguidade característica das propostas de Capriles não é mais que um eufemismo para a nacionalização e posterior privatização da TeleSUR, que seria vendida ao Grupo Prisa espanhol.

CONTRA A VENEZUELA

O reconhecimento à relutância do Presidente Maduro pelos governos europeus da OTAN não impede que os Estados Unidos mantenham seu apoio ao golpe de Capriles, sabendo que o apoio promovido por seus sócios da OTAN é provisório, enquanto busca uma quebra de governabilidade na Venezuela ou a violência de rua alcance tal gravidade que obrigue a um pronunciamento militar, que justifique uma ruptura em cadeia e uma ingerência aberta. Para Washington, o que está em jogo não é a já impossível presidência de um Capriles, evidentemente incapaz de levar à liquidação do chavismo, mas sua capacidade de desequilibrar a Venezuela mediante a violência, o suficiente para desmontar ou entrevar a unidade latino-americana. Para esse propósito de romper ou entravar a união da América Latina, Capriles é perfeito, pois parece depreciar aos governos e povos do continente assim como ao governo e à maioria do povo de Venezuela.

SEU NORTE É O NORTE

No que se refere ao grande projeto bolivariano e san matiniano selado com o abraço de Guayaquil, ao sonho de Martí, Morazán, Villa e Zapata, Sandino ou Che Guevara e tantos outros, para Capriles e seus seguidores, esse sonho não passa de sonho. Na grandeza de Chávez não veem senão um mito, diante do qual hoje se proclama realista, comemorando 200 anos. Os que, aliados ao Império, inundaram os campos para que o Libertador arrasasse no mar, os que enfrentaram e mataram Bolívar, são os mesmos que enfrentaram e mataram Chávez.

“Quem vê o presente, vê todas as coisas: as que ocorreram no insondável passado, as que vão ocorrer”. (Marco Aurélio)

Fonte – publicação: Contrainjerencia

Fonte: http://www.nacionalypopular.com/index.php?option=com_content&task=view&id=21474&Itemid=1

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)