Síria: Os vídeos do ataque químico foram enviados à Internet um dia antes

Matérias que envolvem as forças do presidente sírio, Bashar al Assad, no uso de armas químicas em Damasco foram preparadas antes do suposto incidente de 21 de agosto, disse o Ministério das Relações  Exteriores russo, que desvelou assim fatos silenciados pelos meios de comunicação ocidentais, que repetiram com louros a versão dos grupos armados sírios.

Moscou continua acompanhando de perto os fatos que cercam o suposto incidente com armas químicas próximo de Damasco, afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores russo, Aleksander Lukashevich, numa declaração.

“Estão chegando a nós mais evidências de que este ato criminoso teve uma natureza claramente provocadora”, destacou. “Em particular, existem informes que circulam na Internet e que mostram que os vídeos sobre o suposto incidente foram colocados no ar várias horas antes que o suposto ataque químico ocorresse. Deste modo, tratou-se de uma ação planejada de antemão”.

A falsidade dos vídeos

Os vídeos, concretamente três, que mostram as supostas vítimas dos supostos ataques químicos próximo de Damasco, foram enviados ao YouTube em 20 de agosto, um dia antes daqueles que supostamente ocorreram, através da conta “Majles Rif”.

Inclusive, considerando as sete horas de diferença entre a Síria e os EUA, onde está localizado o servidor do YouTube, o envio de tais vídeos foi feito várias horas antes que os supostos ataques ocorressem, o que aponta uma clara provocação.

Os próprios vídeos sugerem uma encenação. As crianças mostradas neles, e que parecem drogadas, não estão acompanhadas de seus pais, que não aparecem nem mortos e nem vivos no lugar. Os meninos aparecem nus, enquanto as meninas aparecem completamente vestidas. Não se vê nenhuma estrutura hospitalar, nem sequer clandestina, nem mesmo biombos e bolsas de soro.

Curiosamente, não se vê nenhum animal alcançado pelo gás, nem sequer um pássaro, em que pese se trataria, segundo a oposição, de um ataque que causou 1.729 mortos.

As acusações sobre os ataques químicos de Damasco indicam o lançamento de “outra onda de propaganda anti-Síria”. Esta onda favorece o apelo de algumas capitais, especialmente Paris e Londres, sobre um uso imediato da força contra a Síria, o qual resulta “inaceitável”, assinalou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Aleksander Lukashevich.

Cabe apontar que, durante a jornada de 21 de agosto, o Exército Árabe Sírio bombardeou as posições do Exército Sírio Livre (ESL), localizadas ao Sul de Guta (uma faixa agrícola que circunda a capital). Esta zona de combate foi abandonada pela população civil há vários meses. Parece que as perdas dos grupos militantes foram consideráveis em consequência dos combates e eles se encontram numa situação desesperadora.

Estranhamente as alegações sobre ataques químicos por parte do Exército sírio ocorrem sempre que os rebeldes se colocam numa posição difícil e buscam desesperadamente uma intervenção estrangeira. Desta vez, elas aconteceram, justamente, poucas horas depois dos inspetores da ONU chegarem a Damasco para investigar o uso, por parte dos militantes sírios, de armas químicas na localidade de Jan al Assal, próximo de Alepo, e também a poucos quilômetros do hotel em que os inspetores se alojavam. Alguém poderia imaginar um momento pior para o governo sírio ordenar um ataque químico?

Fonte: http://www.almanar.com.lb/spanish/adetails.php?eid=39368&cid=23&fromval=1

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)