Brasil-EUA devem ratificar acordo de exploração do pré-sal
Ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer afirma que a viagem da presidenta Dilma aos EUA servirá para sacramentar acordo de cooperação mútua entre Brasil-Estados Unidos, visando à exploração do pré-sal, e que teria como meta “assegurar um suprimento seguro de petróleo para o mundo ocidental”
O professor Sauer, da USP, assegura que o acordo vem sendo costurado desde março de 2011, quando Obama e Dilma mantiveram encontro em Brasília, na Confederação Nacional da Indústria. Além da pressão para explorar à toque de caixa o petróleo do pré-sal, faz parte da estratégia estadunidense avançar sobre a parte do Golfo do México que ainda está inexplorada. O objetivo é aumentar a oferta de óleo no mercado mundial e forçar a baixa dos preços da OPEP. O pacote inclui, ainda, incrementar a exploração do gás de xisto.
O acordo entre Brasil e Estados Unidos é considerado pelo professor Sauer altamente prejudicial aos interesses do povo brasileiro:
“Nessa cadeia produtiva, de acordo com o que estão tramando, todos vão se locupletar. O único prejudicado será o verdadeiro dono desse patrimônio, o povo brasileiro. Mais uma vez, forças encasteladas em palácios, no Congresso, corporações e a chamada grande mídia tramam para sabotar a soberania e os interesses nacionais” – afirma o professor.
O Brasil tem uma economia dependente, desde a colonização. O pré-sal poderia nos redimir e reescrever essa história:
“Mas a presidenta Dilma escolheu hipotecar o futuro dos nossos descendentes e desonrar a tradição de luta dos nossos antepassados, que transformaram a Petrobrás na nossa mais significativa realização.” – disse Sauer, durante palestra promovida pela Campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso, no Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e que está disponível, na íntegra, na TV Petroleira (www.tvpetroleira.tv )
Ildo Sauer considera “um crime de responsabildidade” leiloar o petróleo brasileiro sem sequer medir a quantidade de óleo contida no pré-sal, o que seria fácil quantificar, por meio de pesquisas:
“O Ministério do Planejamento e Gestão só faz a execução orçamentária. O planejamento não existe. O petróleo deveria ser retirado do pré-sal paulatinamente, a partir de um projeto de nação. Mas será entregue por qualquer bagatela, para atender a interesses eleitoreiros e fiscais imediatos e de forma submissa”.
A maior prova da submissão e da subserviência do governo brasileiro aos interesses estadunidenses – avalia o professor – será “a entrega de Libra e a proletarização da Petrobrás, em favor dos interesses do capitalismo financeiro internacional e nacional”. Coincidentemente, o leilão de Libra será realizado dois dias antes do encontro entre Dilma e Obama, nos Estados Unidos. Estaria a presidenta prestando contas do “dever de casa”, antes do encontro que deverá sacramentar o grande negócio entre as partes?
Ildo Sauer não só apóia mas vê como única saída a realização de grandes manifestações de rua contra o criminoso leilão que se anuncia e os acordos lesivos aos brasileiros que caminham para se consolidar.
Fonte: Por Fátima Lacerda, jornalista da APN, publicado no Brasil de Fato-RJ
http://csunidadeclassista.blogspot.com.br/2013/08/brasil-eua-devem-ratificar-acordo-de.html