Líbia: Liberdade para os presos políticos

Informaram-nos que existia uma “primavera” na Líbia e que o povo reclamava liberdades.

Data de publicação: 28 de outubro de 2013

Um país com conquistas sociais muito superiores à média europeia

Nunca recebemos notícias de um líbio que tivesse fugido de barco e nem se afogado no Mediterrâneo. Realmente era difícil que num país com conquistas sociais muito superiores à média europeia, o povo escapasse do território, em busca de uma vida melhor.

Telefone, água, luz… grátis

Porque na Líbia não apenas existia o pleno emprego. Todo líbio, pelo fato de sê-lo, tinha um salário do governo e moradia como direito constitucional. Uma moradia não pequena, mas com uma média de 150 metros quadrados. Também tinham medicina universal e gratuita, ensino custeado pelo Estado em todos os níveis, telefone fixo grátis, como a luz e a água… A Líbia tinha o maior índice de desenvolvimento humano de toda a África, segundo dados da própria ONU. Como marchariam os líbios?

Quarenta e oito países tiveram que unir seus exércitos

Por isso nos estranhou tanto que o povo se rebelasse contra um governo que lhes dava tudo. Porém, não foi tão fácil para as potências colonialistas fazerem isso com a Líbia, um país em grande extensão, mas com menos de seis milhões de habitantes. Quarenta e oito países tiveram que unir seus exércitos ao da OTAN para destruir a Líbia, para arrasar a Líbia, para assassinar 260.000 líbios e expulsar do país 2.000.000, para acabar com o estado líbio, que tanto custou para colocar em marcha, partindo do zero.

O lobby anglo-franco-judaico-americano, um grupo armado!

Para retomar a British Petroleum. Para levar, como fizeram os EUA, mais de 200 bilhões e dólares dos bancos líbios. Para apoderar-se de suas reservas de ouro, seu petróleo, sua água…Claro que a partilha não foi para todos, apenas para o lobby anglo-franco-judaico-americano. A Líbia foi atacada apesar da Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, que proibia expressamente entrar em guerra, dar um golpe de estado, invadi-la… As democracias ocidentais não jogam limpo. Atuam como um grupo armado.

Um governo fantoche de dupla nacionalidade

Após a farsa das eleições em que não se permitiu a votação de metade da população, os EUA impuseram um governo fantoche de dupla nacionalidade, estadunidense e líbia, tão rechaçado que seus membros vivem fora da Líbia. Agora pedem ajuda à OTAN, porque se sentem ameaçados pelas tribos líbias, ou seja pelo povo líbio, pelos donos e soberanos da Líbia.

Condenar e executar

Além disso, este governo fantoche, que pratica a tortura e os “desaparecimentos”, que rouba e saqueia os bens de milhares de líbios, que aprovou leis com base nas quais os funcionários que exerciam tais cargos antes do golpe de estado, não podem mais trabalhar na administração: médicos, professores de universidade, etc. (em consequência, fecham universidades e centros de ensino), que enche o país de grupos armados dedicados ao terror e à exploração do mesmo por outros países (como a Síria, Mali, Egito, Tunísia…), agora pretende executar vilmente os presos políticos que estão nas prisões, como Abuzid Dorda, um homem muito querido, ex-embaixador da Líbia na ONU, lançado ao vazio do telhado da prisão; Saif al Islam Ghadafi, filho do Coronel, que foi torturado e preso; o ex-primeiro ministro líbio, Al Baghdadi al Mahmoudi, extraditado para a Tunísia e também preso e torturado. Isso para mencionar alguns dos 31 presos políticos que pretendem julgar, condenar e executar. Porém, calcula-se que o número de presos na Líbia seja superior a 16.000.

Chamamento à humanidade

Nós, do Olhos para a Paz, fazemos um chamamento à humanidade e ao bom senso em defesa dos presos políticos líbios, para os quais pedimos a imediata libertação, já que não cometerem delitos de sangue e apenas são acusados de ter pertencido ou colaborado com um governo que dividia as rendas do petróleo e atendia as necessidades do povo.

Autor: Purificación González de la Blanca

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)