Dirigente comunista é torturado pelos fascistas da Ucrânia

Um dirigente comunista da cidade de Lvov foi torturado em Kiev. Um blog comunista local postou, em 27 de fevereiro, uma mensagem de Rostislav Stepanovich Vasilko1, comunista da cidade de Lvov.

“Camaradas, eu sou Rostilav Stepanovich Vasiko, Primeiro Secretário do comitê local do Partido Comunista da Ucrânia em Lvov. Os Banderistas [partidários do colaborador dos nazistas Stepan Bandera] me bateram muito em Kiev. Eles perseguiram minha mãe, ameaçaram minhas crianças de morte. Eles ameaçaram me matar e matar minha esposa. Ajudem-me a conseguir asilo político em outro país. No dia 22 de fevereiro, das 11h às 23h, os facínoras da Euromaidan me torturaram no Parque Mariinsk. Eles enfiaram agulhas embaixo das minhas unhas e me bateram com tacos e me deram murros. Perfuraram meu pulmão direito, quebraram três costelas e meu septo nasal. Eles racharam o meu crânio e eu estou com uma concussão de segundo grau. Tenho hematomas por todo o meu corpo. Os Banderistas levaram tudo, pegaram meus documentos e meu dinheiro”.

A cidade de Lvov é um reduto dos fascistas da Ucrânia. Foi nessa cidade que a OUN-B (Organização dos Nacionalista Ucranianos), liderada por Bandera, realizou um massacre de judeus nos primeiros dias de ocupação alemã no País, em 1941.

O massacre foi liderado por Yaroslav Stetsko, aliado dos EUA durante a guerra fria (como Bandera). Stetsko é o principal ideólogo do partido Svoboda, um dos partidos de extrema-direita à frente do gople.

Houve outros ataques contra comunistas depois do golpe. Os deputados comunistas do parlamento tiveram que se esconder para não serem atacados pelos fascistas.

A violência da extrema-direita deixou de ser apenas simbólica. Até o golpe, os direitistas vinham derrubando e depredando estátuas de Lênin, além de um monumento em homenagem aos soldados soviéticos que tombaram expulsando o nazismo da Ucrânia.

Já havia também episódios de violência física, como so casos de dois judeus esfaqueados em Kiev e uma sinagoga atacada no interior no começo de fevereiro. Mas agora a violência fascista se generalizou, com perseguições contra comunistas, judeus e a igreja ortodoxa russa.

Para tomar conta da Ucrânia o imperialismo impulsionou a extrema-direita no País. A aliança entre o fascismo ucraniano e os EUA é antiga. Como a SS nazista fez antes de ocupar a Ucrânia, os norte-americanos financiavam Bandera e Stetsko para causar problemas para a URSS.

Durante os protestos desse ano, financiados pelos EUA e com a ajuda de agentes da CIA (um agente da CIA foi preso em um dos protestos), os fascistas reuniram na Praça da Independência militantes de extrema-direita de todos os cantos do País. Assim, organizados e com cerca de 30% dos manifestantes durante os protestos, a extrema-direita tomou conta do movimento e deu a ele o sentido político que queria.

Além de derrubar estátuas, espancar e matar pessoas, uma das primeiras medidas que os fascistas aprovaram por meio do Parlamento submetido a eles foi contra a língua russa, falada por cerca de 30% da população da Ucrânia.

Agora, o imperialismo evoca cinicamente a “soberania” da Ucrânia, como se o golpe não tivesse sido uma ingerência dos EUA no país. Se não houver uma guerra civil e o País simplesmente se dividir, parte da Ucrânia está condenada a virar uma nova Grécia, desgraça imposta à população por uma manipulação do imperialismo.

O imperialismo vem tentando a mesma manobra em outras regiões, como Venezuela, Tailândia e Síria. Caso os EUA sejam bem sucedidos em todos esses golpes, há a possibilidade de que isso seja uma saída temporária para a crise capitalista. Os prejuízos seriam repostos em cima das populações dos países atrasados, um enorme retrocesso para a classe trabalhadora em todo o mundo.

1. Rostislav Stepanovich Vasilko (na foto) é dirigente do Partido Comunista da Ucrânia torturado pelos fascistas ucranianos.

http://www.pco.org.br/internacional/dirigente-comunista-e-torturado-pelos-fascistas-da-ucrania/aeyo,e.html