Abril Combativo e os desafios dos filhos de Chávez

Entre os dias 13 e 14 de abril, somos milhões os filhos de Chávez, não apenas na Venezuela, mas também na América Latina e no Caribe e nos outros continentes em que sua grandeza estimula todo o planeta.

A herança que recebemos na hora de sua morte nos coloca o desafio de impulsionar a continuidade de seu legado em todas as ordens, sem ceder nos princípios e no enfrentamento aos planos dos inimigos internos e externos, que hoje como ontem se propõem a derrotar esse processo revolucionário, conspirando e utilizando todos os meios e vias possíveis para revertê-lo.

Nesse contexto “reaparece” este fantasma, que alguns temem e que outros pretendem esconder e ignorar, a luta de classes, polarizando a sociedade venezuelana, que se expressa em revolução, em contrarrevolução e em reforma.

O vazio deixado por Chávez na hora de sua morte nos coloca uma série de problemas: o da continuidade, o da consolidação e o do desenvolvimento do processo revolucionário como elementos centrais. Desenvolver essa proposta para se chegar a soluções práticas é algo que só pode ser feito à luz de uma visão objetiva e revolucionária, encaminhada de imediato a destacar a deficiência e as limitações do próprio processo, dadas as forças e as tendências que, de forma contraditória, se expressam e operam no interior da sociedade.

O infame assassinato que deixou como resultado o desaparecimento físico de Chávez é complexo, com o inimigo calculando milimetricamente o desenlace final do líder como parte de um plano escalonado que não se detém.

Acontece que a Venezuela hoje não está partindo de zero, mas emergiu de um processo riquíssimo em possibilidades revolucionárias, com acúmulos guiados por Hugo Rafael Chávez, em que as instituições políticas e econômicas dessa IV República haviam caído em uma crise profunda, nas mãos do Fundo Monetário. Chávez ascende criando toda uma nova situação na subjetividade das massas, a partir do reordenamento da sociedade, com medidas e execuções práticas na gestão desse novo poder, em que os excluídos começam a ter um novo papel protagonista, sob uma plataforma ordenada pelo anti-imperialismo, restituindo em seu justo valor o pensamento Bolivariano – que não se limita à geografia de seu país, mas se tornando extensivo a todo o continente, com uma série de iniciativas, na criação de um novo marco jurídico, que apontam para o coração da hegemonia imperialista, com novas normativas econômicas, políticas e militares.

Hoje se conta não só com o voto duro dos revolucionários – que são indiscutivelmente a maioria –, a qual há que preservar, qualificando-se para traduzi-lo de forma orgânica para todas as vertentes da sociedade com os coletivos, o governo e o Estado.

Resgatar o socialismo apoiado em sua liderança, para expandi-lo como via programática anticapitalista até as consciências das grandes massas do nosso continente, é de um grande valor, obrigando-se com isso à necessidade de dar um passo do subjetivo ao objetivo como materialização em tempo real, frente à grande crise sistêmica do capitalismo.

Não renunciar a essa herança de Chávez, resgatá-la para seu aprofundamento, organizando-nos de forma consciente como revolucionários é a tarefa fundamental, já que sem organização revolucionária não podemos aprofundá-la nem concluir a missão de destruir o Estado da lV República e concretizar os ideais Bolivarianos da Pátria Grande.

Tradução: PCB Partido Comunista Brasileiro