Regime de Kiev trava guerra para reduzir a população da Ucrânia

O presidente em exercício da Ucrânia, Alexander Turchinov, recentemente apelou ao povo das auto-proclamadas repúblicas nacionais de Donetsk e Lugansk a que apoiasse a sua operação anti-terrorista e se pusesse ao lado do governo para liquidar “terroristas e separatistas”. Kiev está a tentar fazer com que os outros acreditem que não há mais ninguém além de fictícios soldados russos e terroristas envolvidos em acções de combate no sudeste. O que mais pode ele dizer? Os governantes interinos de Kiev não podem contar a verdade e admitir que estão a matar os seus próprios cidadãos. Seria o equivalente a admitir que cometem crimes de guerra. Apesar disso, os factos reais começam a revelar-se. Uma equipe da Sky News não encontrou traços do Serviço de Segurança Federal Russo, do Directorado Principal de Inteligência (inteligência militar) ou de grupos armados a operarem localmente, as forças que os Estados Unidos estão tão vigorosamente a pedir que “se retirem”. Os jornalistas notaram o facto de que o povo local chama aqueles que se levantam de “defensores”.

A pista de aviação de Kharkov tornou-se uma base de transição para soldados mortos e feridos do exército ucraniano bem como de mercenários que tomam parte em acções de combate. Um bloguista com base em Kharkov informou que o povo olhava de modo pouco amistoso para o grupo de forças que voltava de Slavyanks. O povo murmurava: “os nazis estão vindo”. Eles tinham pena mesmo dos alemães aprisionados, especialmente aqueles que estavam feridos. Mas estes parecem ser seus “irmãos”.

Não é de estranhar, as acções de combate travadas pelo exército ucraniano fazem com que os civis sofram mais do que voluntários das auto-defesas armadas. Em Kramatorsk os militares ucranianos mataram uma enfermeira de 21 anos, Yulia Izotova, e três dos seus amigos que tentavam esconder-se. Uma mulher civil de 30 anos morreu depois de ser alvejada na cabeça por um fogo de franco-atirador (sniper) quando estava na sua varanda em Slavyansk, bairro de Khimki. Duas crianças foram mortas na aldeia de Semeonovka. Isto são apenas relatórios de rotina diária. Os militares tratam a população local se fossem ocupantes a operarem noutro país. Em Starobelsk, na região de Lugansk, uma loja foi saqueada e uma cabra roubada a uma mulher local. Os soldados mataram o animal para fazer um churrasco. Tendo bebido demais, eles organizaram corridas de veículos blindados e então começaram a atirar uns nos outros. Quinze pessoas foram feridas em consequência. Na região de Donetsk eles fizeram uma copeira executar uma dança de spriptease. Ela teve de cumprir receando pela sua vida.

A baixas entre os militares ucranianos estão a crescer. Segundo Vyacheslav Ponomarev, o representante do povo de Slavyansk, nos primeiros 10 dias de operação o número de mortos das forças pró-governo foi de 650, incluindo 250 de extremistas do Pravy Sector; 120 das unidades militares privadas Dnepr e Azov constituídas e financiadas pelo oligarca Igor Kolomoisky; 90 de forças especiais do Serviço de Segurança da Ucrânia; 40 da 95ª brigada aerotransportada do exército e 20 de operacionais do Ministério do Interior. A companhia militar privada polaca Analizy Systemowe Bartlomiej perdeu 6; as companhias de serviços de segurança estado-unidenses Greystone e Academi perderam 14 e 50, respectivamente. As baixas da Central Intelligence Agency e do Federal Investigations Bureau foram de 25, com 13 mortos. De 1 a 12 de Maio as forças de auto-defesa de Donetsk tiveram 8 baixas, com 3 feridos.

O Kiev Times , um jornal estabelecido com boa reputação, em 15 de Maio publicou uma notícia pormenorizada descrevendo como o governo interino de Kiev escondeu os factos acerca de baixas medidas em milhares . Segundo o jornal, os dados oficiais incluem somente os recrutas do exército regular e do Ministério do Interior, os quais sofrem poucas baixas por estarem localizados distantes da área de combate. Eis porque as fontes oficiais relataram apenas 21 homens mortos e 65 feridos desde o começo da operação. Eles não contam as perdas sofridas pela Guarda Nacional e os punidores (chasteners) das unidades armadas Kolomoisky. Em contrapartida os responsáveis de Kiev contam os mercenários mortos como desaparecidos em combate e desertores.

A junta trata aqueles que a defendem com pouco respeito. Segundo o Kiev Times, a princípio os cadáveres eram levados para um crematório em Kharkiv, a seguir quando o número de baixas crescia nos primeiros dias da operação, vieram escavadoras para Slavyansk e cavaram sepulturas comuns a encher posteriormente. Segundo as forças de auto-defesa do Donbasse, soldados da Guarda Nacional mataram todos os seus próprios feridos no campo de batalha.

Os insurrectos de Slavyansk dizem que a Guarda Nacional tem utilizado principalmente militantes do Pravy Sector e das unidades de defesa Maidan como fontes de recrutamento. Ela opera do mesmo modo como os fascistas alemães que ocuparam a Ucrânia em 1941-1944. Os soldados do exército regular recusam-se a matar o seu próprio pessoal, eles não apontam um alvo quando disparam. Mas eles receiam abandonar as posições que estão a manter sob a armas de guardas nacionais. Exemplo: em Starovarvarka, a 30 km de Slavyansk, militares ucranianos foram fuzilados pelo Pravy Sector por se recusarem a disparar sobre civis.

Sem se importar com as perdas enormes, a Guarda Nacional continua o recrutamento para enviar reforços para o Donbass. Uma das razões é constituída pelsos tumultos incontrolados que apareceram em Kiev em consequência do golpe. Eles ameaçam o poder de Timoshenko, Turchinov e Yatsenyuk. Os grupos que possuem armas continuam tentativas de atacar edifícios administrativos e estão na intenção de continuar a “revolução”. Enviando-os para o Donbass eles morrem aos milhares enquanto matam também o povo local em Donetsk e Lugansk quando aumenta a resistência de civis ao regime baseado em Kiev.

A economia da Ucrânia está em depressão. Os membros da junta são bastante cínicos para fazer coisas tétricas – eles estão a reduzir a população do país. Os cadáveres não precisam de empregos, salários, pensões e subsídios de desemprego. Os créditos concedidos pelo Fundo Monetário Internacional poderiam ser gastos em novas aventuras militares enquanto se reduz o número daqueles que precisam das verbas orçamentais.

20/Maio/2014