O comércio de armamentos e o ataque de Israel à Gaza
Israel desencadeou novamente todo seu poder militar contra a população palestina que vive em condição de segregação, particularmente na sitiada Faixa de Gaza, num ato ilegal e desumano de agressão militar. O apoio logístico que Israel possui para lançar impunemente seus ataques devastadores provém da vasta cooperação internacional e do comércio militar que o mesmo mantém com governos aliados ao redor do mundo. Ao longo do período de 2008-2019, os EUA estarão aptos a prover a Israel armamentos estimados em torno de 30 bilhões de dólares. No mesmo período as exportações militares anuais de Israel para o mundo atingirão bilhões de dólares.
Recentemente, países europeus têm exportado bilhões em armas para Israel, além disso, a União Europeia vem fomentando empresas militares israelenses com bolsas de pesquisas equivalentes a centenas de milhões de euros. Economias emergentes como a Índia, o Brasil e o Chile estão rapidamente aumentando seus negócios e sua cooperação militar com Israel, apesar de seu apoio diplomático aos direitos dos palestinos. Estes governos – ao importarem e exportarem armamentos e facilitarem o desenvolvimento da tecnologia militar israelense – estão efetivamente enviando uma clara mensagem de aprovação à agressão militar israelense, incluindo seus crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade.
A tecnologia militar israelense é propagandeada e exportada ao redor do mundo como resultado de “testes reais em campo de batalha”. O comércio militar e as pesquisas conjuntas dos aliados de Israel relacionadas ao desenvolvimento militar legitimam a impunidade de Israel para cometer graves violações à Lei internacional e facilitam o enraizamento do sistema israelense de ocupação, colonização e sistemática violação dos direitos dos palestinos. Conclamamos à ONU e os governos de todo o mundo a tomar medidas imediatas para consolidar uma unidade internacional favorável a um compreensível e legal embargo militar a Israel, similar ao que foi imposto à África do Sul durante o regime do Apartheid.
Assinam este documento:
Adolfo Peres Esquivel, ganhador do prêmio Nobel da Paz, Argentina
Ahdaf Soueif, escritor, Egito/Reino Unido
Aki Olavi Kaurismäki, cineasta, Finlândia
Alice Walker, escritor, EUA
Arcebispo Desmond Tutu, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, África do Sul
Betty Williams, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Irlanda
Boots Riley, rapper, poeta, produtor cultural, EUA
Brian Eno, músico, Reino Unido
Caryl Churchill, diretor teatral, Reino Unido
Chris Hedges, jornalista, ganhador do Prêmio Pullitzer 2002, EUA
Cynthia McKinney, parlamentar, ativista, EUA
David Palumbo-Liu, acadêmico, EUA
Etienne Balibar, filósofo, França
Federico Mayor Zaragoza, ex-diretor geral da UNESCO, Espanha
Felim Egan, pintor, Irlanda
Frei Betto, teólogo da libertação, Brasil
Gillian Slovo, escritora, Reino Unido/África do Sul
Githa Hariharan, escritora, Índia
Giulio Marcon, parlamentar do partido Esquerda, Ecologia e Liberdade, Itália
Hilary Rose, acadêmica, Reino Unido
Ilan Pappe, historiador, Israel
Ismail Coovadia, ex-embaixador da África do Sul em Israel, África do Sul
James Kelman, escritor, Escócia
Janne Teller, escritora, Dinamarca
Jeremy Corbyn, parlamentar do Partido Trabalhista, Reino Unido
Joanna Rajkowska, artista, Polônia
Jody Williams, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, EUA
John Berger, artista, Reino Unido
John Dugard, ex-juiz da Corte Internacional de Justiça, África do Sul
John McDonnell, parlamentar do Partido Trabalhista, Reino Unido
John Pilger, jornalista e produtor cinematográfico, Austrália
Judith Butler, filósofa, EUA
Juliane House, acadêmica, Alemanha
Karma Nabulsi, Universidade de Oxford, Reino Unido/Palestina
Ken Loach, cineasta, Reino Unido
Kool AD (Victor Vazquez), músico, EUA
Liz Lochhead, poeta nacional da Escócia, Reino Unido
Luisa Morgantini, ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Itália
Mairead Maguire, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Irlanda
Michael Mansfield, advogado, Reino Unido
Michael Ondaatje, escritor, Canadá/Sri Lanka
Mike Leigh, escritor e diretor, Reino Unido
Naomi Wallace, diretora teatral, diretora de Televisão, poeta, EUA
Noam Chomsky, acadêmico, escritor, EUA
Nurit Peled, acadêmico, Israel
Prabhat Patnaik, economista, Índia
Przemyslaw Wielgosz, editor-chefe da edição polonesa Le Monde Diplomatique, Polônia
Raja Shehadeh, escritora e advogada, Palestina
Rashid Khalidi, acadêmico, escritor, Palestina/EUA
Richard Falk, ex-relator especial das Nações Unidas nos territórios ocupados da Palestina, EUA
Rigoberta Menchú, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Guatemala
Roger Waters, músico, Reino Unido
Ronnie Kasrils, ex-ministro, África do Sul
Rose Fenton, diretora de redação da Free World Centre, Reino Unido
Sabrina Mahfouz, escritora, Reino Unido
Saleh Bakri, ator, Palestina
Sir Geoffrey Bindman, jurista, Reino Unido
Slavoj Zizek, escritor, Eslovênia
Steven Rose, acadêmico, Reino Unido
Tom Leonard, escritor, Escócia
Tunde Adebimpe, músico, EUA
Victoria Brittain, jornalista, Reino Unido
Willie van Peer, acadêmico, Alemanha
Zwelinzima Vavi, secretária geral do Congresso dos Sindicatos Sul-africanos, África do Sul