Cônsul da Venezuela denuncia continuação do golpe de estado e ingerência imperialista dos EUA

Em entrevista coletiva, o cônsul da Venezuela no Rio de Janeiro, Edgar González disse que nos dias 11 e 12 de fevereiro de 2015, desarticulou-se e desmantelou-se um novo ATENTADO GOLPISTA CONTRA A DEMOCRACIA E A ESTABILIDADE GERAL DA PÁTRIA VENEZUELANA. Houve uma tentativa de usar um grupo da Aviação de militares ativos e aposentados e alguns integrantes da Força Armada Nacional Bolivariana, para provocar bombardeios, atentados e ataques contra objetivos estratégicos, incluindo civis, como a sede do Executivo, Legislativo e Judiciário e meios de comunicação. O plano foi chamado de “Operação Jericó”. Tudo isto se assemelha a uma ação que também foi desarticulada em março de 2014.

Graças à atuação em conjunto com os oficiais jovens da Pátria, da juventude das comunidades, dos órgãos de inteligência, contra inteligência e segurança, foi possível fazer o seguimento ao atentado golpista e ser desarticulado a tempo.

Durante a noite do dia 11 e a madrugada do dia 12 de fevereiro, foram realizadas várias detenções muito importantes, as quais levaram à prisão de uma parte dos envolvidos. As investigações continuam para desmanchar o resto dos participantes, entre eles, alguns envolvidos comprometidos durante o plano anterior.

A VENEZUELA SOB OBSERVAÇÃO

A República Bolivariana da Venezuela tem denunciado desde o ano 2014 o arremesso inconstitucional da direita venezuelana e de fatores estrangeiros que pretendem derrubar o Governo constitucional e democraticamente eleito no país. As violentas agressões contra a democracia venezuelana provem da ultradireita e seu objetivo é ameaçar e acabar com a estabilidade do sistema democrático, tentando impor seus planos de desestabilização e falta de reconhecimento da vontade da maioria popular, a qual tem sido ratificada sucessivamente a favor do processo Bolivariano nas diferentes eleições realizadas nos últimos 15 anos no país.

“A SAIDA” 23 de janeiro de 2014

Segundo Edgar González, no dia 31 de outubro de 2013, o senhor Leopoldo López, em companhia dos terroristas José Colina Pulido e Germán Valera López – que fizeram atentados contra as sedes diplomáticas de Colômbia e Espanha -, anuncia em Miami no evento Arepazo que “tem que apressar a saída do governo… e que Nicolás Maduro tem que sair, antes que seja tarde, da Presidência da Venezuela”, “como podemos esperar mais seis anos, como podemos esperar mais seis anos… não podemos assumir uma atitude própria de um sistema democrático”.

A partir do dia 23 de janeiro de 2014, o plano da oposição conhecido como a “A Saída”, expressão para tratar da imposição da renúncia do Presidente Nicolás Maduro ou seu derrocamento através das manifestações “pacíficas”, as quais se tornaram violentas, trazendo saldos dolorosos de mortes, feridos e a criação de um clima de insegurança e tensão constante na população de alguns estados e municípios do país, controlados por governadores e autoridades locais contrários ao governo Bolivariano. O maior líder que se destacou durante “A Saída” foi o senhor Leopoldo López, dirigente do Partido Vontade Popular, quem expressou através das redes sociais: “formulamos a necessidade de uma saída ao desastre, uma saída que passa por construir uma força popular que esteja ativa nas ruas”. ”Nos encontraremos nas ruas da Venezuela”, disse, quando também manifestou que no país se aproxima “A Saída e a mudança”.

A fundamentação é baseada nas expressões da oposição López e Machado.

“Os venezuelanos devem exigir a saída de um governo corrupto”.

“… vamos à luta com Força, com Fé, para que Venezuela possa impulsionar a Mudança que os venezuelanos merecemos”.

Esse chamado foi apoiado por diversos dirigentes, setores políticos da direita venezuelana e setores estudantis, a maioria das universidades privadas colocava em marcha o plano desestabilizador no dia 12 de fevereiro de 2014, dia do Bicentenário da Batalha da Vitoria e Dia da Juventude, numa ação que ficou conhecida como “La Guarimba”.

O saldo trágico da ação perpetuada por diferentes grupos violentos deixou 43 mortos, centenas de feridos e danos incalculáveis ao setor público e privado.

Os acontecimentos violentos provocados por esses setores de oposição ultrarradical foram deturpados e manipulados pelas grandes corporações privadas de comunicação nacionais e internacionais, apresentando-os como manifestações “pacíficas” reprimidas pelo governo venezuelano e, apontando que a legitima atuação dos oficiais da ordem pública – cumprir a lei de salvaguarda dos bens e vidas da maioria da população e paz do país -, não estiveram dentro do marco do uso proporcional da força, mas que foram atos de supostas violações massivas dos direitos humanos dos manifestantes supostamente pacíficos.

Antes, durante e após o fracasso da violência, segundo Edgar Gonzàlez, o presidente Nicolás Maduro fez um chamado permanente, sincero ao diálogo, à paz e ao entendimento. Inclusive, com a participação da UNASUL, foi impulsionada uma mesa de diálogo com todos os fatores envolvidos, com transmissão nacional pela radio e televisão. Entretanto, mesmo com o esforço do processo de diálogo, tentaram impor condições para continuar dialogando, demonstrando a falta de interesse para o entendimento. Igualmente, foi desdenhado pela oposição venezuelana e não continuaram com o diálogo por decisão própria, no marco da Constituição Nacional e leis. A oposição política na sua maioria, por ação ou omissão, preferiu continuar com a agenda de desestabilização, mantendo a ação do golpe de estado continuado, prevalecendo o desconhecimento das autoridades legitimamente constituídas, com o apoio do governo dos Estados Unidos da América e alguns aliados europeus para derrubar o governo venezuelano.

DE ONDE VEM O GOLPE CONTINUO: O ESCRITÓRIO DE INICIATIVAS DE TRANSIÇÃO (OIT) DOS EEUU NA VENEZUELA.

Em agosto de 2004 (mês do Referendo Revocatório contra o Presidente Chávez), o governo dos Estados Unidos da América designa como Embaixador na República Bolivariana da Venezuela o senhor William Brownfield. Segundo o portal WikiLeaks, o Embaixador Brownfield tinha a missão de elaborar um plano em longo prazo para derrubar o chavismo. Segundo um documento dirigido a Washington, de data 09 de novembro de 2006, o Embaixador Brownfield relembra as diretrizes traçadas dois anos antes:

O Plano de Cinco Pontos contra o Governo Bolivariano:

Fortalecer as instituições democráticas;

Infiltrar-se na base da política de Chávez;

Dividir o Chavismo;

Proteger os negócios vitais para os Estados Unidos;

Isolar Chávez internacionalmente.

Por último, Edgar González disse, denunciamos a assinatura do Decreto Executivo emitido pela Administração dos Estados Unidos da América no qual declara a Venezuela uma ameaça a Segurança Nacional e a política exterior dos Estados Unidos da América, constituindo assim como um ato de gravíssimo, sem precedentes que forma parte da política ingerencista que vem desenvolvendo os EUA, contra a Paz, a estabilidade e a institucionalidade Venezuelana, em especial no afã de destituir o Governo Legítimo do Presidente Nicolás Maduro, líder da Revolução Bolivariana.

Sergio Caldieri – Irâ News – Pátria Latina

Foto: Érica Soares/Inverta