Consulta Popular: Nota Pública – Internacional

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São Paulo, 16 de Agosto de 2010

Nota Pública – Internacional

Para

Coordenações Estaduais e Coord. Regional Nordeste

Núcleos e militantes

À sociedade

Estimados companheiros e companheiras, saudações!

O imperialismo estadunidense acentua sua ofensiva na América Latina. A derrota do projeto ALCA – obra de lutadoras e lutadores do povo latinoamericano em movimento –, que consolidaria e aprofundaria o neoliberalismo e as relações de dependência com os EUA, o ascenso de governos progressistas e movimentos sociais de caráter contestador, e a consequente serie de reformas democráticas que vive a região, provocam o imperialismo e o fazem agir contra a autodeterminação dos povos latinoamericanos, em resposta ao constante declínio de sua hegemonia.

As armas utilizadas não são novas. Golpes de Estado, tensão armada e ameaças diplomáticas – diretas ou indiretas – fazem parte do arsenal de ataque estadunidense desde os anos de Guerra Fria. De tal modo, o Golpe em Honduras, a reativação daIV Frota marítima, o aporte do porta-aviões durante a visita de Hillary Clinton ao Brasil, e o uso do Estado colombiano como títere de seus interesses na região, não surgem necessariamente enquanto uma surpresa às forças de resistência e aqueles que lutam por uma nova América Latina.

É na contramão da história que o imperialismo atua, avançando na implementação da ALCA de maneira “homeopática” através dos Tratados de Livre Comércio (TLC’s), da militarização e do jogo de interesses político, contra os povos latinoamericanos. A implementação das sete bases militares na Colômbia (e agora mais duas em Honduras) nada são alem de instrumento para um futuro controle de nossos recursos naturais (em especial o petróleo) e arma de tensionamento político, utilizando a desculpa do combate ao narcotráfico para ameaçar a estabilidade política da região. O recente incidente envolvendo Colômbia e Venezuela nada mais foi do que uma mostra do legado do governo Uribe e de sua submissão ao imperialismo, que deve ser mantida por seu sucessor.

Ainda mais grave é o Golpe em Honduras, em que um exército treinado em bases estadunidenses agrediu a democracia e autodeterminação de um povo que vivia a expectativa de reformas e melhoras no governo Zelaya. Neste ponto, é louvável a ação do governo brasileiro e sua atuação perante a OEA/ONU no não-reconhecimento da gestão golpista de Micheletti e do governo de Porfírio Lobo. O Golpe, assim como a intervenção estadunidense no Haiti, que oportunistamente utilizou um desastre natural para exercer sua força e seu controle, as tentativas de golpe no Paraguai, são avisos mais do que claros de que o imperialismo está vivo e olhando para a América Latina.

É cada vez mais necessário, portanto, que nos aprofundemos na compreensão dos fenômenos internacionais e sua influência na luta de es. Diante de uma postura de ofensiva imperialista, nós, lutadoras e lutadores do povo, devemos não somente nos mantermos em resistência e em solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras latinoamericanos, mas avançarmos na luta contra a implementação das bases militares, contra a ingerência do Pentágono e de sua política para a América Latina e, mais do que nunca, lutarmos pela construção de instrumentos antiimperialistas, antineoliberais e anticapitalistas como a ALBA e sua Articulação de Movimentos Sociais, em busca de um Projeto Popular Latinoamericano e em favor da e trabalhadora mundial.

Coordenação Nacional

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