MST é exemplo de organização, diz ANITA

Movimento se reafirma na luta

Anita Prestes vem a MT e diz que MST é maior movimento organizado de trabalhadores do mundo

Keka Werneck, da Assessoria de Imprensa da ADUFMAT

“O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) é a maior organização popular do Brasil, da América Latina e do mundo”, afirmou Anita Prestes, filha da revolucionária Olga Benário e de Luiz Carlos Prestes, em palestra que marcou os 15 anos do MST em Mato Grosso, dia 14 de agosto.

No dia 14 de agosto de 1995, o MST fazia a primeira ocupação em Mato Grosso, na fazenda Aliança, município de Pedra Preta, Sul do Estado, coração do agronegócio à época. Entraram 1.100 família, entre homens, mulheres e crianças. Em 1996, saíram os primeiros dez assentamentos, entre eles o 14 de agosto, o 28 de outubro, Antônio Conselheiro, Ernesto Che Guevara e Chico Mendes.

“Sinto-me honrada por este convite. E digo que estou sempre ao lado daqueles que, como o MST, lutam por uma outra sociedade”, disse Anita, que, após a palestra sobre “A Formação de Quadros para a atual Conjuntura”, descerrou a placa fundadora do Centro de Formação Política e Pesquisa Olga Benário, onde foi realizada uma programação de dois dias. “Essa escola revela que o MST está tendo a preocupação de preservar e dar continuidade à luta dos revolucionários que, como minha mãe, tombaram pela causa. Não é possível construir o futuro, sem levar em conta todas as lutas do passado”.

Anita Prestes, que é  professora aposentada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também leciona na Escola Florestan Fernandes, reforçou que o caminho desta luta é, de fato, rumo ao socialismo e desejou ao Movimento “sucesso”.

João Paulo, da coordenação nacional do MST, se dirigiu a Anita, afirmando que esse Centro é espaço para a propagação da agroecologia, das boas músicas e da cultura popular, das reflexões sobre as práticas políticas e o legado de revolucionários, como Olga Benário e Luiz Carlos Prestes.

A programação dos 15 anos do MST em MT, começou no dia 13, pela manhã, com um ato político. Lideranças sindicais e de movimentos sociais, além de parlamentares e secretários de Estado, estiveram presentes, para prestar apoio ao Movimento.

Durante o ato, Solange Serafim, da coordenação estadual do Movimento, lembrou que “o MST de MT é um grupo de homens e mulheres, que ousaram enfrentar a força do latifúndio”. Muitos dos presentes se emocionaram com as místicas e as memórias que foram sendo trazidas a todo momento à programação.

Em nome dos camaradas que morreram na luta pela terra e das 4.272 famílias do MST assentadas em Mato Grosso, além das 2.500 que ainda estão acampadas, Antônio Carneiro, da coordenação estadual do Movimento, reconheceu o espírito de luta de todos os presentes e destacou que a batalha aqui é ferrenha. “Estamos no segundo estado em concentração de terras, segundo em trabalho escravo, campeão em uso de venenos agrícolas e onde vivem 100 mil famílias sem-terra, conforme dados do IBGE-2006. Diante disso, o MST é apenas uma pequenina parte desta grande luta e vamos precisar de aliados, do campo e da cidade, se quisermos conquistar uma sociedade mais justa, contra o capital e contra este Estado, que só defende os interesses do poder que já está aí”.

Carneiro disse ainda que o MST vai continuar lutando contra “os parasitas do agronegócio, nem que isso ainda custe muito sacrifício”. Professores da UFMT estiveram presentes na festa, entre eles Dorival Gonçalves, Alair Silveira e Roberto Boaventura . Anita Prestes ficou hospedada na casa do professor Carlos Roberto Sanches, que participou de toda a atividade.

Os cantores, compositores e violeiros Pereira da Viola e Zé Geraldo fizeram shows na sexta e no sábado para um pública animado.

Fonte: http://www.adufmat.org.br/mostra_noticia.php?id=1743

 

Categoria