Toda solidariedade à Ocupação Marielle Franco!

POLÍCIA PARA QUEM PRECISA DE POLÍCIA. DIREITOS PARA QUEM PRECISA DE DIREITOS.

Equipe de comunicação da OPA/ Ocupação Marielle Franco – Teresina

Aproximadamente 50 mil famílias sobrevivem sem moradia adequada em Teresina. Somente elas e Deus sabem como!

No dia 30 de janeiro passado, esse doloroso número aumentou quando 80 casas da Ocupação Marielle Franco foram impiedosamente destruídas em violento despejo.

O Estado, que deveria assegurar um direito impresso na Constituição Federal, lei maior do país, apresenta-se como infrator e promotor direto das injustiças.

Além do mais, fora o terreno ocupado não cumprir qualquer função social há mais de década, as famílias da Marielle conseguiram reunir um conjunto de documentos que apontam para fortes indícios de grilagem.

A COAVE, empresa que pedira ao Judiciário o despejo das famílias, estaria roubando para si o terreno que, ao que tudo indica, é público!

Empurradas pela necessidade e por sonhos de vida digna, na manhã de ontem, 20 de fevereiro, Dia Mundial da Justiça Social, as famílias da Ocupação Marielle Franco derrubaram a cerca e retomaram o território, enfrentando corajosamente os capangas que a COAVE contratara e resistindo às investidas da Polícia Militar, que em poucas horas aparecera ao menos três vezes no local, obedientemente acompanhada por representante da empresa e tentando intimidar o povo com ameaças.

“Policial, receba esta documentação. Ela comprova que existe um crime flagrante aqui. O crime está sendo cometido agora, neste momento! Os capangas da empresa estão agindo à luz do dia. Esta terra está sendo grilada. Veja! Segure este documento. Terra pública sendo grilada!”, falou indignado Raimundo Borges, integrante da Marielle, numa das aparições da PM.

Respondendo não ser esta atribuição da Polícia, o comandante da operação emendou com arrogância, como se nenhuma denúncia houvesse sido feita: “Vocês sabem que estão desobedecendo uma ordem judicial, que podem sofrer as consequências por isso? É melhor saírem e esperarem fora da terra.”

Segundo consta nos autos do processo, a área registrada como sendo da COAVE é de 0,8 ha e se localiza numa esquina do quarteirão. A ocupada pela Marielle Franco fica na diagonal oposta do mesmo quarteirão, em outro terreno, em outra rua, e possui um tamanho de 1,6 hectares. O dobro!

Como pode uma posse ser reintegrada a quem não tem a posse?!

Seria sensato da parte do juiz realizar uma perícia, como orientou o promotor antes mesmo de ordenado o despejo. A comunidade o convida, inclusive, para ir ao local e descobrir com os próprios olhos e ouvidos quem está com a verdade.

Polícia para quem precisa de polícia. Direitos para quem precisa de direitos.

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