Todo apoio à Comunidade Palmares!

PCB – Piracicaba / SP

Sem resguardo da assistência social, mas com apoio dos movimentos sociais, moradores da Comunidade Palmares lutam pelo direito à moradia.

Desde sábado (7), a Comunidade Palmares (OPA – Organização Popular) enfrenta em Piracicaba-SP as adversidades e a violência impostas pelo Estado burguês àqueles que decidem buscar seus direitos.

A comunidade, que vem fazendo a retomada de uma área pública há pelo menos 10 dias, é formada por aproximadamente 50 famílias de trabalhadores em situação de vulnerabilidade social. São núcleos familiares com baixíssima renda familiar e que não conseguem arcar com os altos aluguéis de uma das cidades mais caras para se morar do interior paulista.

Piracicaba, com cerca de 420 mil habitantes, possui mais de 76 núcleos informais, um déficit habitacional de mais de 10 mil famílias e nenhuma política pública habitacional para resolver o problema.

Enquanto donos de terras, empreendimentos e empreiteiras ganham rios de dinheiro com a produção de moradia, a população mais pobre só consegue sobreviver morando em ocupações urbanas. No caso da Comunidade Palmares, a ocupação é feita em uma área municipal destinada a equipamentos públicos que, após 14 anos de registro do plano urbanístico, nunca foram construídos.

Na madrugada de sábado (8) para domingo (9), uma área próxima à Ocupação começou a pegar fogo, e os ocupantes prontamente se dirigiram ao local com terra e pás para evitar que as chamas se alastrassem pelo resto da vegetação. Os próprios ocupantes chamaram os bombeiros, os quais, diante da confusão, chamaram a PM, que chegou com truculência contra as famílias da Ocupação e buscou criminalizar a comunidade pelo incêndio que os próprios ocupantes tentavam conter.

No domingo (8), o juiz protocolou uma liminar de despejo e a comunidade foi notificada de que a tentativa de reintegração vai acontecer na terça-feira (10) pela manhã. O secretário de governo do prefeito Luciano Almeida (Progressistas), em conjunto com a secretária da assistência social, estiveram na comunidade com mais ameaças e sem nenhuma proposta de mitigação dos problemas. Ou seja, a prefeitura, mais uma vez, ao invés de buscar resolver a alta taxa de déficit habitacional, decidiu aprofundar os problemas da cidade.

Organizações e movimentos sociais já estão se mobilizando para garantir proteção jurídica e impedir esse abuso contra uma população que só busca um lugar para viver e fazer valer o direito constitucional de moradia digna para todos.