PCB com Boulos em SP!

Sobre o apoio do PCB a candidatura Boulos para prefeitura de São Paulo no 1º turno.

A cidade de São Paulo

Resumir a situação atual de São Paulo é desafiador, mas a cidade enfrenta uma realidade complexa. Desde 2017, São Paulo tem sido governada pela direita, com João Dória e, mais recentemente, Ricardo Nunes, alinhado à extrema direita e aliado de Bolsonaro. Como a maior área urbana da América Latina, com a maior economia e população do Brasil (12 milhões de habitantes), a cidade se encontra em um estado deplorável Exemplos dessa situação incluem:

O legislativo da cidade é completamente alinhado aos desmandos do executivo e da extrema-direita bolsonarista: nenhum projeto de lei entra em votação no plenário sem consentimento do executivo primeiro; com exceção dos vereadores do PSOL e parte do PT, pautas contra a classe trabalhadora da cidade são aprovadas sem dificuldades, inclusive pautas abertamente fascistas, como o PL da fome (do fascista e MBL Rubinho Nunes), que visava multar quem alimenta as pessoas em situação de rua. Não há participação popular nas decisões das políticas públicas da cidade.
Praticamente todo o serviço público foi entregue à gestão de Organizações Sociais (OSs) ; 97% da Assistência Social, praticamente todas as AMAS (Assistência Médica Ambulatorial) e UBS (Unidade Básica de Saúde), na cultura, educação, cemitérios, etc. O próprio executivo está desmantelado, sem servidores públicos suficientes para dar conta da demanda de trabalho que é gerir a cidade de São Paulo. O dinheiro para as OSs é desviado, como a farra das creches, que o próprio prefeito está envolvido. E não há concursos públicos previstos há anos.

A cidade vive um surto especulativo das construtoras: com a aprovação de uma alteração no Plano Diretor da cidade, há um boom de construção de imóveis residenciais de péssima qualidade (os chamados studios, às vezes com 17m²) em praticamente toda a extensão da cidade. Outro resultado da especulação é o número de imóveis sem cumprir a função social (600 mil). Desses, nenhum foi expropriado conforme ordena o Estatuto das Cidades. E isso numa cidade com mais de 60 mil pessoas em situação de rua! E sem contar as outras milhares de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade no quesito moradia, seja por morar em áreas de risco, seja por comprometer boa parte da renda em aluguéis. De acordo com a própria prefeitura (com o maior orçamento do país), foram entregues somente 10 mil unidades habitacionais em quatro anos.

As áreas periféricas e o centro da cidade estão abandonados. Investimentos ocorrem somente se os vereadores destinarem a emenda parlamentar: uma jogada eleitoreira amplamente utilizada pelos vereadores alinhados ao Ricardo Nunes. Não há investimentos de saneamento, de urbanização, de criação de áreas de lazer, não há projeto urbano que inclua a classe trabalhadora.

A extrema direita está avançando suas pautas na cidade: além do PL da Fome, Nunes fechou o serviço de aborto legal e seguro do Hospital Vila Nova Cachoeirinha. Os vereadores se acham no direito de invadir bailes funks e destruir o comércio local; a militarização da GCM é crescente; a tentativa de militarizar as escolas está na pauta do dia; a situação da Cracolândia, na área central, é tratada como caso de polícia: violência, expulsão das pessoas, internamentos compulsórios em “comunidades terapêuticas”, que beneficiam ONGs e grupos fundamentalistas de extrema-direita, muitas vezes disfarçados de organizações evangélicas.

Não bastasse estes pontos (que não esgotam a destruição promovida por Nunes), temos, desde 2023, outro proto-fascista bolsonarista no governo do Estado, Tarcísio de Freitas. Resultado: aumento da violência policial nas periferias; privatização dos serviços públicos que também atendem a capital, como a SABESP, a CPTM e o Metrô, aumento das passagens de ônibus interurbanos – essenciais para a população da zona metropolitana de São Paulo, que mora nas cidades vizinhas, mas trabalham na capital; aumento da passagem dos trens e metrôs, cortes na educação, cultura; militarização das escolas estaduais. Isso com anuência do prefeito Ricardo Nunes.

Para piorar nossa situação, temos uma imprensa complacente: Tarcísio é vendido como um gestor “técnico”, o nome de Nunes raramente aparece nas denúncias sobre os problemas da cidade.

O PCB e as eleições municipais de São Paulo.

A análise do PCB São Paulo para a cidade é a seguinte: é necessário conter o avanço da extrema direita em São Paulo, e a eleição municipal é um dos flancos de ataque ao fascismo brasileiro. São com parlamentares eleitos, “amigos” indicados em cargos de confiança que a extrema direita, ainda traduzida como bolsonarismo, consegue se financiar (além de roubos e golpes).

O PCB compreende o processo eleitoral como parte da luta pela emancipação da classe trabalhadora, ainda que com seus diversos limites (de representação da classe, de alcance midiático, dos limites da própria democracia burguesa). Se furtar de participar do processo, onde a população está mais atenta e interessada na política para a cidade, é um erro.
Além disso, a eleição na cidade de São Paulo se mostra como uma prévia do processo eleitoral nacional de 2026: a disputa entre forças progressistas e a socialdemocracia contra a extrema-direita bolsonarista.
Para brecar o desmonte da cidade, derrotar eleitoralmente o bolsonarismo, para dar algum respiro à classe trabalhadora paulistana, o PCB São Paulo está participando da frente progressista para a eleição de Guilherme Boulos desde o primeiro turno das eleições. Caberá a nós e às nossas pré-candidaturas à vereança trazer as propostas concretas para a classe trabalhadora, pautar a superação do capitalismo e somar esforços na luta contra a extrema-direita, nossa prioridade principal.

Não baixaremos nossas bandeiras em nenhum momento da pré-campanha e da campanha eleitoral. O PCB mantém autonomia em suas linhas e ações políticas e jamais recuará de apresentar suas pautas e de estar nas ruas, nos locais de trabalho e de moradia, ao lado da classe trabalhadora, para derrotar a extrema-direita.

Comissão Política Regional – PCB – SP
Coordenação Municipal – PCB – SP