Assassinatos, ameaças, gemidos sionistas e acordos políticos ameaçadores
Ramón Pedregal Casanova/Resumen Latinoamericano, 19 de agosto de 2015 – “Matei muitos árabes em minha vida e não existe nenhum problema com isso!”. (Naftalí Bennet, Ministro da Educação israelense)
Os sionistas estão em uma corrida para apoderar-se da memória dos povos do mundo sobre a Palestina e apagá-la, e também para que o que fazem diariamente não venha à tona, não seja conhecido e, assim, sobrepor uma imagem embranquecida que se encaixe na chamada civilização ocidental. Dessa maneira, a propaganda é uma de suas máximas preocupações. Os sionistas, os colonizadores, os imperialistas, a grande burguesia, todos trabalham a propaganda para ser dominante no conjunto social e na mente de cada pessoa, de cada ser humano trabalhador. Silêncio, querem silêncio, e se rompem o silêncio depois de matar é para ameaçar ou para gemer. Sim, mesmo assassinando diariamente se fazem de vítimas. Os povos do mundo inteiro exigem que as instituições internacionais detenham os sionistas, os povos do mundo inteiro os acusam, querem tribunais internacionais que façam justiça, os povos do mundo inteiro colocam seus crimes em documentos públicos e eles, os sionistas, não contestam, ou ameaçam ou gemem fazendo-se de vítimas.
Existe dúvida de que ameaçam? Leiam o que dizem, atentem para as afirmações de Moshe Yaalon, ministro de Defesa de Israel, seguindo a doutrina Truman, o presidente dos EUA que mandou bombardear a população civil das cidades de Hiroshima e Nagasaki, que agora faz 70 anos. Moshe Yaalon se referia ao Irã, para que fossem atiradas bombas atômicas. Não faz muito tempo, também ameaçou atirar bombas sobre Gaza. Tem certa fixação com as bombas atômicas. Israel não reconhece o Tratado de Não Proliferação Nuclear, como tampouco reconhece as resoluções da ONU, não reconhece o direito à existência da Palestina, não reconhece a volta dos refugiados palestinos a sua terra, nem a necessária devolução do roubado. Israel se expressa assim porque os Tribunais Internacionais não atam suas mãos. Quantas coisas e não acontece nada. Ou talvez sim, aconteça. Ante os contínuos crimes que comete e o ambiente que vem gerando as denúncias palestinas e de solidariedade com a Palestina: a União Europeia começa a se movimentar para que os bancos que operam com Israel planejem a possível suspensão de suas relações com os bancos sionistas pela ocupação da Palestina; Netanyahu tem previsto chegar a Londres em setembro, e agora pode enfrentar uma petição no Parlamento para ser detido a sua chegada, que é o que pedem 100.000 signatários que vivem na Inglaterra, quantidade suficiente para que o parlamento inglês tome uma posição.
Truman mandou atirar as bombas atômicas quando viu que os soviéticos ganhavam também a guerra contra os japoneses. Na semana passada, antecipadamente, uma delegação sionista composta por militares denunciados por crimes de Lesa Humanidade foram detidos e deportados no aeroporto de Londres pelo qual chegavam.
Israel-Yaalon escuta o protesto contra seus crimes e busca distrair a atenção ameaçando o mundo com o precipício da guerra atômica. Porém, não é só Israel, existem outros atores por trás: na Conferência para revisar o Tratado de Não Proliferação, não foi possível obter um acordo. O Egito propôs um fórum, com ou sem Israel, para eliminar as armas nucleares no Oriente Médio em 2016. Porém, os EUA, a Inglaterra e Canadá se opuseram. Israel, o único Estado da zona que dispõe de bombas atômicas, entre 200 e 300, tem guarda-costas.
O Tratado de Não Proliferação tem três pontos sobre os quais se mantém o equilíbrio mundial: a não proliferação de armas atômicas, o uso pacífico da energia nuclear e a busca do desarmamento. Esta negativa em cumprir com o Tratado terá como finalidade fazer o que fez Truman, quando via que perdia a guerra frente à União Soviética? Israel-Yaalon perde frente à opinião pública mundial, frente à Palestina e, por isso, visa uma fuga para adiante, busca uma guerra para além, uma guerra que lhe abra caminho no Oriente Médio como Estado imperialista?
Com semelhante assassino, assinou o governo grego de Tsipras – alguém pode nos dizer a esta altura que Tsipras não é direitista? – o tratado de colaboração militar mais extremo, o mesmo que Israel tem com os EUA. O que sabe esse governo grego sobre os planos de guerra atômica de Israel contra o povo palestino e contra o Irã?
Ante o assalto terrorista à Gaza no ano passado, por estas datas Tsipras declarava: “Não devemos ficar passivos. O que ocorre na frente de nossa costa do Mediterrâneo pode ocorrer mais tarde em nossas costas”. A que se referia? Ao que faziam os terroristas que assaltavam Gaza ou à defesa organizada, férrea e unida do povo de Gaza? Porque se o governo anterior da direita grega colaborava com o sionismo, quando o Syriza tornou-se governo o que fez foi assinar o tratado de defesa com o colonialismo e o terror israelense: ingresso em seu território de unidades israelenses, instalação, residência de pessoal militar, treinamento e atividades conjuntas. O descaro, a pouca vergonha, o direitismo do governo de Tsipras alcança as expressões dos sionistas contra o povo palestino, declarou que “como Israel, também a Grécia está ameaçada pelos foguetes iranianos”.
O responsável máximo da marinha militar grega também assinou com os sionistas um acordo de cooperação que não deixa nada claro que quer dizer quando se refere à partilha dos “serviços hidrográficos”. Os signatários vão participar conjuntamente do roubo da água do povo palestino? Se esse governo vende o país a partir de suas raízes e se assimila os interesses do sionismo, terá obtido o passaporte desses terroristas?
Por certo, falando do exército israelense, acreditam Tsipras e seu governo que a vida dos meninos e meninas da Palestina não tem valor humano? Porque a Secretaria Geral da ONU para a Questão das Crianças e dos Conflitos, Leila Zerrougui, propôs em fins de maio deste ano, incluir o exército israelense na lista de países e organizações que atentam contra a vida das crianças. Essa lista é composta pelas organizações terroristas Al Qaeda, Boko Haran, Estado Islâmico, o Talibã, a República Centro Africana e o Congo.
Que se faça o silêncio, que ninguém saiba, que o mundo esqueça, que os valores da paz, o reconhecimento do outro, a consideração e a empatia para quem está em frente não existam, porque para os sionistas esses valores são contrários aos seus como grupo religioso. Assumir os ditames de Israel-EUA significa assumir também esses princípios ou “condições”, diz Ariel Sharon, outro assassino que se gabava do que fez na Nakba, em Sabra e Chatila, em tantos lugares da Palestina. Assumir esses princípios é ignorar a humanidade, é colocar-se como parte da segregação racial, da expulsão do povo palestino, da ocupação de sua terra e da colonização, do muro ilegal, do roubo da água e da luz, do bloqueio à Gaza. O que falta fazer, Alexis Tsipras?
É preciso colocar em primeiro lugar a memória dos povos, a memória política, a memória que permita identificar os inimigos do povo palestino, que é a memória de todos. A memória que faz com que se denuncie no Paris Plage, no Rototom de Benicasin, no aeroporto de Londres, em qualquer parte do mundo, e faça com que se generalize o BDS, que os bancos europeus, pressionados claro que sim, deixem de operar com os bancos sionistas, e o Tribunal Internacional de Haia os julgue por crimes de guerra, genocídio e crimes de Lesa Humanidade.
Toda nossa solidariedade com o povo palestino.
Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2015/08/19/asesinatos-amenazas-gemidos-sionistas-y-acuerdos-politicos-amenazantes-2/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)