Três mortos no Haiti: cresce o enfrentamento entre oficialistas e opositores
Resumen Latinoamericano, 29 de janeiro de 2016
Uma missão especial da Organização dos Estados Americanos chegará a Porto Príncipe para facilitar o diálogo político e social, porém é repudiada por grandes setores da população.
Uma pessoa morreu no norte do Haiti em um confronto político, em meio a crise eleitoral que vive o país caribenho, enquanto o oficialismo protestava nesta sexta-feira nas ruas para exigir a celebração das eleições presidenciais adiadas.
Este é o terceiro cidadão haitiano que morre em eventos relacionados com a violência eleitoral no Haiti desde que, em 18 de janeiro passado, começaram as manifestações de ruas. A Radio Metropole reportou que uma pessoa morreu ontem em meio aos confrontos políticos na localidade de Pilate, onde a situação continua sendo tensa.
A emissora não forneceu o nome da vítima nem mais detalhes sobre sua morte, porém informou que desconhecidos incendiaram a cada do prefeito de Pilate, Pierre Michel Obas.
O oficialismo decidiu voltar a manifestar-se nas ruas nesta sexta-feira, com a finalidade de pedir a celebração do segundo turno eleitoral adiado, no mesmo dia em que se deu a conhecer a renúncia de Pierre-Louis Opont, presidente do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), encarregado das eleições.
Ao contrário dos dias anteriores, a oposição não convocou novos protestos e, até agora, não se conhece sua reação oficial sobre a renúncia de Opont, que complica a situação política do país a nove dias de concluir o mandato do presidente do país, Michel Martelly.
Uma missão especial da Organização dos Estados Americanos (OEA) chegará a Porto Príncipe no próximo domingo, com o objetivo de facilitar o diálogo político e social após a suspensão do segundo turno presidencial.
A delegação será encabeçada pelo presidente de turno nesse órgão, o representante de Antígua e Barbuda na OEA, Ronald Sanders, informou o organismo em um comunicado.
O Haiti devia realizar no domingo passado o segundo turno das eleições presidenciais, que foram adiadas dois dias antes pelo Conselho Eleitoral Provisório (CEP) ante a situação de violência.
DEMISSÃO DO PRESIDENTE DO CONSELHO ELEITORAL
O presidente do Conselho Eleitoral Provisório (CEP), Pierre-Louis Opont, pediu demissão de seu cargo, após a onda de denúncias contra o organismo acerca de suposta fraude eleitoral nas eleições gerais passadas.
Opont tornou oficial sua demissão em uma carta enviada ao presidente do país, Michel Martelly, com data de 28 de janeiro, destaca EFE.
As acusações geraram protestos nas principais cidades da nação caribenha, que devia celebrar o segundo turno das eleições presidenciais em 24 de janeiro passado. No entanto, devido a isto, foram suspensas.
Madelein García, correspondente da teleSUR no Haití, detalhou que o presidente desse país, Michelle Martelly, está disposto a entregar o grupo presidencial no dia 7 de fevereiro próximo. No entanto, expressou que seu principal temor é a estabilidade política.
Durante uma aparição ante os meios, o mandatário haitiano assegurou que seu dever na atual situação é “garantir a continuidade do Estado”. Nesse sentido, exortou os partidos políticos a chegarem a um acordo político, a fim de evitar o caos no Haiti.
Entretanto, Jovenel Moise, candidato presidencial pelo partido oficialista, assinalou que não se retiraria da disputa eleitoral apesar das acusações do opositor, Jude Celestin, o outro candidato que iria para o segundo turno pela presidência no domingo passado.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)