Luta de classes na institucionalidade e nas ruas
Oscar Figuera, Secretário Geral do Partido Comunista da Venezuela (PCV). Foto: Tribuna Popular.
Caracas, 24 de janeiro de 2016, Tribuna Popular TP – O ano de 2016 será complexo para o povo venezuelano e para o processo de mudanças políticas e sociais que se desenvolve em nosso país desde 1999, especialmente acerca do triunfo contrarrevolucionário da ultradireita e dos setores neofascistas nas eleições de 6D passado e na consequente instalação da Assembleia Nacional (AN) sob a direção de um novo pacto antipatriótico das elites oligárquicas.
Assim assinalou Oscar Figuera, Secretário Geral do Partido Comunista da Venezuela (PCV) e Deputado da Assembleia Nacional.
“Marca-se o início de uma nova fase de aprofundamento da luta de classes na Venezuela, tanto no cenário institucional como na rua, porém, ao final, o que determinará o curso dos acontecimentos será o processo de acumulação de força alcançado pelos setores revolucionários”, ressaltou Figuera.
O dirigente explicou que se aprofundarão as confrontações de classe, “no político, ideológico, social e econômico, frente ao acumulado pela oposição pró-imperialista e também frente aos setores burocráticos e reformistas que, com um discurso pseudorrevolucionário, entregaram as conquistas do processo de mudanças”.
Neste contexto, manifestou Figuera, se produziu a ação do presidente da AN, Henry Ramos Allup, no dia seguinte de sua instalação, contra o símbolo de identidade nacional e patriótica que representa Simón Bolívar, “tentando golpear o imaginário independentista, como expressão do histórico enfrentamento entre o pan-americanismo dos pró-imperialistas e o latino-americanismo dos bolivarianos”.
Setores da direita e o próprio Ramos Allup pretenderam se desculpar afirmando que o que repudiam é um quadro, porém ofenderam o caráter eminentemente bolivariano do povo, porque todo retrato é uma interpretação da realidade, que se pode gostar ou não, porém sempre deve ser respeitada a essência do que representa uma obra, que neste caso é o Libertador.
“Não devemos cair em nenhuma das diversas provocações que estão sendo montadas pela ultradireita a partir da AN, que é um dos principais poderes do Estado. Porém, somos obrigados a demonstrar que o povo está disposto a defender sua história e suas conquistas, e que as forças patrióticas, democráticas, populares e revolucionárias, nesta conjuntura, também defenderão de ataques os poderes Executivo, Judiciário e Eleitoral”, alertou Figuera.
Desde muito cedo no período desta AN (2016-2021), foi possível constatar a reconfiguração e reedição de um pacto antipatriótico que, expôs Figuera, “é tradicional dos setores reacionários socialdemocratas e social-cristãos na Venezuela; uma gênese e uma trajetória que arrastam também os partidos de ultradireita e neofascistas que pretendem apresentar-se com novas roupagens e como os que vão fazer as mudanças, quando sempre estiveram a serviço da oligarquia e do grande capital transnacional para entregar as riquezas do país”.
“Sim, a sociedade venezuelana merece mudanças, mas mudanças revolucionárias. Por isso, o PCV ratifica seu compromisso de continuar lutando com a classe operária e todo o povo trabalhador contra a oligarquia e o imperialismo, para reverter os avanços da direita, e realizar as necessárias autocríticas que permitam a correção dos erros e o aprofundamento dos acertos”, finalizou Figuera.
Fonte:https://prensapcv.wordpress.com/2016/01/24/lucha-de-clases-en-las-instituciones-y-en-la-calle/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)