Em uma semana, três dirigentes de esquerda foram assassinados na Venezuela

imagemPor Neirlay Andrade e Valeria Fariña, Resumen Latinoamericano, 1° de abril de 2016 – Três dirigentes de diferentes forças de esquerda foram assassinados na última semana na Venezuela. Estes crimes ocorreram após a coalizão que agrupa a direita local (MUD) apresentar o chamado “Roteiro 2016”: um plano que se propõe não apenas derrubar o Presidente Nicolás Maduro, mas também liquidar o processo de mudanças na Venezuela.

Na noite de quinta-feira, 31 de março, através de um contato telefônico com o canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), o governador do estado de Trujillo, Henry Rangel Silva, informou o assassinato do prefeito do município La Ceiba, Marco Tulio Carrillo.

O dirigente municipal do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) foi baleado e sua morte fechou uma semana dolorosa, iniciada na noite de 24 de março passado, quando matadores em motocicleta crivaram de balas o deputado do Conselho Legislativo de Táchira, César Vera, militante do Movimento Revolucionário Tupamaro.

Ao assassinato de Vera na zona fronteiriça do país, se seguiu em menos de 72 horas, outro horrendo crime: um grupo armado invadiu a residência do ativista do Grande Polo Patriótico, Fritz St Louis, e dispararam contra ele.

St Louis provinha da comunidade haitiana e investigava as máfias que transportavam pessoas da ilha caribenha para a Venezuela, “praticamente na qualidade de escravos”.

Declaração de guerra contra o projeto bolivariano

Estes três assassinatos ocorreram depois que a Mesa da Unidade Democrática, coalizão que agrupa as forças reacionárias do país – que ostenta atualmente a maioria parlamentar – anunciou o “Roteiro 2016”; um plano cujo objetivo é derrubar o Presidente Nicolás Maduro e liquidar as conquistas alcançadas pelo povo durante as últimas duas décadas.

O “Roteiro” foi apresentado menos de uma semana depois que Washington renovou a Ordem Executiva que declarou a Venezuela uma ameaça incomum e extraordinária aos interesses dos Estados Unidos.

No documento da MUD se planeja abertamente “protestos de rua para pressionar pela renúncia” de Maduro e chamar para a formação de um suposto “governo de unidade nacional”.

Tal e como em 2014 ocorreu com “La Salida”, quando setores de extrema direita chamaram a tomar as ruas, esta nova tentativa por mobilizar a base social da oposição já foi vanguardizada por grupos de choque que pretendem novamente propagar o caos: em Táchira, na terça-feira, 29, dois policiais morreram atropelados quando um ônibus sequestrado rompeu o cerco de funcionários que faziam frente a algumas confusões apresentadas pelos meios privados como um “protesto estudantil”.

Rapidamente, a Federação Venezuelana de Estudantes Universitários (FVEU) negou a autoria destes protestos e qualificou o ocorrido como um ato terrorista de violência injustificada.

“Os grupos que promoveram os episódios de violência em Táchira não só não representam a agremiação estudantil, como favorecem a criminalização dos setores que hoje nos mantém firmes e mobilizados pela defesa da passagem estudantil e a reativação dos serviços de transporte e alimentação universitária”, explicou a FVEU através de um comunicado.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/04/02/asesinan-en-una-semana-a-tres-dirigentes-de-izquierda-en-venezuela/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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