A política externa cubana se manterá fiel a seus princípios
O Primeiro Secretário do Partido ratificou a vontade de Cuba em continuar expandindo suas relações com o mundo inteiro
Autor: Redacción Nacional | internet@granma.cu
Foto: Juvenal Balán
O Primeiro Secretário do Partido, General do Exército Raúl Castro Ruz, ratificou neste sábado durante o VII Congresso do Partido que a política exterior cubana se manterá fiel aos princípios que historicamente defendeu a Revolução.
Sobre as relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, disse que deve ser feita sobre a base da igualdade soberana, a não ingerência nos assuntos internos e o respeito absoluto a nossa independência.
Desde o dia 17 de dezembro se constataram resultados no diálogo e na cooperação, no entanto, o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto há mais de meio século continua vigente, disse, ainda que reconheça a posição de Obama e altos funcionários desse governo contra o bloqueio e os chamados ao Congresso para que o suspenda.
Para avançar deverá eliminar essa política que provoca privações à população e constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico do país, devolver o território da base naval de Guantánamo, assim como eliminar os programas que pretendem subverter o sistema político cubano.
Temos a intenção de construir uma nova relação com os Estados Unidos, uma que nunca existiu antes, a qual só pode reportar benefícios mútuos.
É preciso reiterar que não se deve pretender que, para obtê-la, Cuba renuncie aos princípios da Revolução nem realize concessões inerentes a sua soberania e independência, ceda na defesa de seus ideais nem tampouco no exercício de sua política exterior, comprometida com as causas justas, a defesa da determinação dos povos e o apoio aos países irmãos.
Advogou nesse caminho para concentrar-se no que aproxima ambas as nações e não no que as separa, promovendo o benefício de ambos os países.
Ante a contraofensiva oligárquica que enfrenta a América Latina, reafirmou o apoio decisivo aos governos revolucionários e programas encabeçados por líderes prestigiosos, e ratificou o apoio à Revolução bolivariana e chavista, ao presidente Maduro e à União Cívico Militar, à solidariedade e compromisso e o repúdio às pretensões de isolar a Venezuela.
Acrescentou que Cuba continuará incentivando o processo de paz na Colômbia, assim como ratifica seu tradicional apoio à Argentina na recuperação da soberania sobre as Ilhas Malvinas, Georgias do Sul e Sandwich do Sul. Reafirmou a solidariedade do país antilhano para com a independência de Porto Rico e sua defesa, atualmente a partir da Presidência da Associação de Estados do Caribe, pela plena integração regional.
Em outro momento, criticou a expansão da OTAN para a fronteira com a Rússia, que provocou graves perigos à estabilidade da paz e que se agrava com as sanções unilaterais emitidas contra esse país.
Ponderou a confiança de Cuba na capacidade do governo e do povo sírios para resolver o conflito ali criado.
E quanto às migrações para a Europa, significou que aqueles que migram fogem de guerras, violência e outros flagelos.
Cuba condena também a ocupação por Israel de territórios palestinos e outros árabes, e se preocupa pela completa situação internacional agravada pela crise sistêmica e a tendência recessiva das principais economias, que coloca em manifesto a necessidade de construir uma nova arquitetura financeira. Até que isso não ocorra, se comprometerá o alcance dos Objetivos aprovados pela ONU na nova Agenda de Desenvolvimento Sustentável.
Um dos temas realçados foi a próxima assinatura do Acordo de Diálogo Político entre Cuba e a União Europeia, o qual contribuirá para gerar um clima propício para uma relação mutuamente vantajosa para com este importante bloco de nações. A isso se unem os acordos com o Grupo ad hoc do clube de Paris.
Também destacou acontecimentos transcendentais na política exterior da Ilha acontecidos durante os últimos anos, com as visitas do Papa Francisco à Maior das Antilhas e seu encontro aqui com o Patriarca Kirill, entre outros.
Por outro lado, assinalou que a cooperação cubana com o mundo seguirá baseada no princípio de não dar o que nos sobre, mas compartilhar o que temos.
E prova cabal disso foi a luta de médicos cubanos contra o Ebola, que mereceu reconhecimento mundial, acrescentou.
As complexidades do mundo em que vivemos; as ações para introduzir uma plataforma de pensamento neoliberal apoiada por estratégias de subversão que atentam contra as essências mesmas da Revolução, a história e valores nelas forjada; a inegável existência de problemas acumulados na sociedade, a qual se soma o próprio processo de implantação e os novos cenários de restabelecimentos de relações entre Cuba e Estados Unidos, são fatos que impõem elevados desafios ao trabalho ideológico.
Esses programas são dirigidos para os setores que o inimigo identifica como os mais vulneráveis e abarcam jovens, intelectuais, trabalhadores associados às formas não estatais de gestão, e as comunidades com maiores dificuldades materiais e econômicas, pelos quais devemos salvaguardar no povo a memória histórica da nação e aperfeiçoar o trabalho ideológico diferenciado com ênfase para a juventude e infância, acrescentou.
O melhor antídoto contra as políticas de subversão é trabalhar com integralidade e sem improvisação, melhorar a qualidade dos serviços à população, reformar o conhecimento da história, a defesa da identidade e cultura nacional, enaltecer o orgulho de ser cubano e propiciar um ambiente de legalidade, manifestou.
“Temos adiante imensas jornadas de trabalho neste Congresso, convencidos de que será um evento intenso e frutífero, do qual emanem as direções principais em prol da consecução de uma nação soberana, independente, socialista, próspera e sustentável”, concluiu.
Fonte: http://www.granma.cu/septimo-congreso-del-pcc/2016-04-16/la-politica-exterior-cubana-se-mantendra-fiel-a-sus-principios-16-04-2016-14-04-28
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)