Um mês na Palestina ocupada
Resumen Latinoamericano – Um bebê palestino em seu berço depois de Israel, em 7 de abril, destruir a casa de sua família na comunidade palestina de Khirbet Tana, próximo de Nablus. Em menos de dois meses, Israel demoliu quatro vezes vários edifícios desta comunidade com o pretexto de estarem construídos sem permissão. Israel raramente concede permissões de edificação aos palestinos residentes em amplas zonas da Cisjordânia (Foto: Ahmad Al-Bazz ActiveStills).
As forças israelenses mataram sessenta palestinos nos três primeiros meses deste ano e mais de 140 nos últimos três meses de 2015. Nestes seis meses, morreram aproximadamente 30 israelenses.
Um irmão e uma irmã assassinados
As forças israelenses mataram uma mulher grávida e mãe de dois filhos e seu irmão de 16 anos em um posto de controle militar na ocupada Cisjordânia, em 27 de abril, e impediram que os serviços médicos de emergência atendessem os irmãos.
Israel afirmou que Maram Salih Hassan Abu Ismail e seu irmão, Ibrahim Salih Hassan Taha, morreram quando tentavam atacar os soldados, porém as testemunhas desmentiram esta versão dos fatos.
A família dos irmãos afirmou que Abu Ismail tinha obtido permissão para passar pelo posto de controle de Qalandiya, nas cercanias de Ramallah, para ir a Jerusalém a uma visita médica e não entendeu as ordens gritadas em hebreu pelos soldados.
Em 1° de maio, Israel revelou que os tiros mortais foram disparados por um guarda de segurança privada, contratado pelo Ministério da Defesa israelense e não pela polícia, como informado inicialmente. “Dado que não foi a polícia que disparou fatalmente” contra os irmãos, informou o jornal de Tel Aviv Haaretz, “o Ministério da Justiça não iniciou nenhuma investigação dos agentes de polícia envolvidos”. Desconhece-se a existencia de alguma investigação dos assassinatos.
Em 14 de abril, as forças israelenses mataram Obrahim Baradiya, de 50 anos e residente do campo de refugiados de al-Arroub, próximo da cidade de Hebrom, depois de, supostamente, tentar golpear um soldado na cabeça com um machado.
Detenções e demolições
Segundo a OCHA, no mês de abril, as forças israelenses detiveram dezenas de palestinos em Jerusalém nos protestos relacionados à entrada de israelenses e de grupos de colonos no complexo da mesquita de al-Aqsa, dentro da Cidade Velha [de Jerusalém].
Em toda Cisjordânia as forças israelenses demoliram dezenas de edifícios pertencentes a palestinos, sendo removidos aproximadamente 175 palestinos, incluindo quase cem crianças.
Israel também emitiu 30 ordens de paralisação de obras e de demolição no bairro Silwan, em Jerusalém, o que faz com que mil palestinos que vivem em 90 habitações corram o perigo de ser removidos. Um grupo de colonos trabalha com o governo israelense para apoderar-se de propriedades palestinas na zona e convertê-las em habitações para os colonos e instalações turísticas para um parque religioso.
No entanto, uma casa palestina da zona de Jenin foi convertida em um ponto de observação israelense, o que afetou 25 membros da família, inclusive 19 crianças.
Ao longo do mês, pretensos colonos israelenses golpearam com seus carros três palestinos, dois deles crianças.
A OCHA informou que um palestino ficou gravemente ferido em um dos incidentes. Além disso, um grupo de israelenses atacou e feriu um motorista de ônibus de 64 anos, próximo da estação central de ônibus em Jerusalém Ocidental.
Gaza sob o fogo
Ao longo do mês de abril, os soldados israelenses abriram fogo contra Gaza em inúmeras ocasiões, inclusive contra pescadores, apesar de supostamente Israel ter ampliado a zona na qual se permite pescar na costa de Gaza. As autoridades israelenses também suspenderam a importação de cimento para Gaza pelo setor privado, afirmando que este era desviado para o Hamas, dificultando ainda mais a reconstrução de milhares de casas destruídas durante o ataque de Israel em 2014.
A passagem fronteiriça de Rafah, controlada pelo Egito (o único ponto de entrada e saída para a imensa maioria das 1.800.000 pessoas residentes em Gaza), permaneceu fechada todo o mês. Esta passagem fronteiriça continua fechada desde outubro de 2014, exceto durante os 42 dias em que se abriu parcialmente.
As autoridades de Gaza informaram que mais de 30.000 pessoas, incluídos uns 9.500 casos médicos e 2.700 estudantes, estão registrados e na espera de poder viajar através desta passagem fronteiriça.
Os palestinos do campo de refugiados de Yarmouk, próximo da capital síria, Damasco, sofreram ataques em consequência de um feroz combate entre grupos rivais armados, o que impediu que os milhares de civis que permanecem no campo pudessem conseguir comida e água.
Uma menina corre em Belém diante do Muro de Israel na Cisjordânia, durante a Maratona Palestina Direito ao Movimento, em 1° de abril (Foto: Oren Ziv ActiveStills).
Vários arqueólogos desenterram as ruínas de uma igreja bizantina na cidade de Gaza, em 2 de abril (Foto: Mohammed Asad APA).
Soldados israelenses detém um palestino no cruzamento de Beit Einoun, próximo da cidade de Hebrom, em 4 de abril (Foto: Wisam Hashlamoun APA).
Uma palestina participa da atividade semanal frente aos escritórios da Cruz Vermelha da cidade de Gaza, para exigir a colocação em liberdade de entes queridos encarcerados em prisões israelenses, em 4 de abril (Foto: Ashraf Amra APA).
Palestinos inspecionam os escombros de uma casa demolida pelos soldados israelenses no povoado de Qabatiya, próximo da cidade de Jenin, em 4 de abril. Os soldados israelenses arrasaram as habitações pertencentes aos quatro jovens mortos a tiros em fevereiro, durante um ataque armado em Jerusalém, no qual também morreu um agente da Polícia de Fronteiras Israelense (Foto: Nedal Eshtayah APA).
Vários ativistas da campanha de boicote, desinvestimento e sanções [a Israel] protestam frente aos escritórios da UNICEF em Beirute, Líbano, para pedir a esta agência da ONU dedicada à infância que anule seus contratos com uma empresa israelense de segurança, devido a seu envolvimento nas violações dos direitos dos palestinos, em 5 de abril (Foto: Anne Paq ActiveStills).
Os palestinos se manifestam em 11 de abril em solidariedade com Majd Oweida, um engenheiro elétrico detido por Israel em fevereiro, quando tentava viajar para a Cisjordânia com o objetivo de recrutar participantes para um concurso televisivo de talentos. Israel o acusou de trabalhar com o grupo armado Jihad Islâmica interceptando transmissões de drones militares, piratear sinais das câmeras da polícia israelense e recopilar informação sobre voos do aeroporto de Ben Gurion, próximo de Tel Aviv (Foto: Momen Faiz)
Mulheres palestinas lavam pratos fora de uma caverna utilizada como refúgio no povoado de al-Mufaqarah, ao sul da cidade de Hebrom, em 14 de abril. Al-Mufaqarah é uma das 12 comunidades situadas em uma zona declarada “zona de tiro” pelo exército israelense e a cujos habitantes Israel proíbe edificar (Foto: Wisam Hashlamoun APA).
Vários palestinos observam um edifício que albergava uma casa de câmbio no centro da cidade de Ramallah, depois de sofrer um ataque do exército israelense, em 14 de abril. Um porta-voz do exército israelense declarou à agência de notícias Ma’na, que o exército atacou a casa de câmbio para confiscar “fundos terroristas”. Quando o dono da empresa se negou a abrir cofre, os soldados trataram de explodi-la, o que provocou um incêndio (Foto: Mohammad Alhaj).
Meninos palestinos jogam próximo de um posto de controle militar israelense no caminho para a rua Shuhada, o antigo beco comercial da cidade de Hebrom que Israel fechou há mais de 20 anos, em 15 de abril (Foto: Oren Ziv ActiveStills).
Os enlutados levam o corpo de Ibrahim Baradiya, morto a tiros depois de pretensamente atacar com um machado um soldado israelense, durante seu funeral em 16 de abril, no acampamento de refugiados da cidade de Hebrom (Foto: Wisam Hashlamoun APA).
Vários palestinos mostram cartazes do preso em greve de fome Sami Janazrah em uma manifestação por conta do Dia dos Presos Palestinos na cidade de Hebrom, em 17 de abril. Janazrah começou a repudiar a comida em princípios de março para protestar por seu encarceramento sem acusação nem julgamento por parte de Israel (Foto: Wisam Hashlamoun APA).
As autoridades israelenses investigam os restos de um ônibus queimado depois de uma explosão em Jerusalém, na qual a pessoa que supostamente colocou a bomba, um jovem de 19 anos de um campo de refugiados da zona de Belém, sofreu ferimentos fatais e 20 israelenses ficaram feridos em 18 de abril (Foto: Atef Safadi EPA).
Pessoal palestino dos serviços de emergência participa da explosão controla em 19 de abril de um edifício na cidade de Gaza, que foi destruído durante o ataque israelense de 2014 (Foto: Ashraf Amra APA).
Vários israelenses se manifestam em Tel Aviv, em 19 de abril, em apoio a um soldado condenado por homicídio depois de assistirem ao vídeo, onde o mesmo executa um palestino ferido na cidade de Hebrom, em fins de março (Foto: Oren Ziv ActiveStills).
Vários palestinos inspecionam a casa de Hussein Abu Ghosh depois de ficar gravemente prejudicada pelo exército israelense no campo de refugiados de Qalandiya, próximo da cidade de Ramallah, em 20 de abril. Abu Ghosh, de 17 anos, foi assassinado com um tiro depois que ele e outro jovem supostamente apunhalaram duas mulheres em uma colônia israelense em janeiro. Segundo a OCHA, sua família de 8 membros, incluindo cinco crianças, foi removida em consequência da demolição de sua casa como represália (Foto: Shadi Hatem APA).
Dima al-Wawi, de 12 anos, é recebida por sua família em um posto de controle militar palestino depois de sair em liberdade de uma prisão israelense, em 24 de abril. Dima foi detida em fevereiro, após supostamente se aproximar com uma faca na mão, de uma colônia israelense (Foto: Keren Manor ActiveStills).
As equipes de futebol Shabab Jabaliya e Shabab Khan Younis disputam a final da Copa Gaza, no estádio Yarmouk, na cidade de Gaza, em 24 de abril (Foto: Ashraf Amra APA).
Vários fiéis celebram o Domingo de Ramos da Páscoa ortodoxa na Igreja de São Porfírio, na cidade de Gaza, em 24 de abril. (Foto: Ashraf Amra APA).
Vários palestinos colhem trigo em uma granja em Khan Yunis, Faixa de Gaza, em 25 de abril (Foto: Ashraf Amra APA).
Mulheres palestinas da cidade de Gaza agitam bandeiras durante uma manifestação para pedir que acabem com a divisão política entre palestinos e a reconciliação nacional, em 16 de abril (Foto: Ashraf Amra APA).
Soldados israelenses escoltam vários colonos judeus durante seu percurso pela cidade de Hebrom no dia da Páscoa, em 26 abril (Foto: Wisam Hashlamoun APA).
Vários combatentes das Brigadas Qassam de Hamas Qassam ante um simulacro de ônibus israelense queimado na cidade de Gaza, em 28 de abril (Foto: Mohammed Asad APA).
Fonte original: https://electronicintifada.net/ Rebelión
Tradução para o espanhol: Beatriz Morales Bastos
Fonte:http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/05/08/un-mes-en-palestina-ocupada/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)