Brasileiros realizam Dia Nacional de Lutas, Greves, Paralisações e Protestos

imagemMilhares de trabalhadores e estudantes participaram, em todo o Brasil, das mobilizações que marcaram o Dia Nacional de Lutas, Greves, Paralisações e Protestos, na sexta-feira (25). O dia, organizado pelas centrais sindicais, tinha como eixos consensuais: Em defesa da saúde e educação: Contra a PEC 55 (antiga 241) e a Reforma do Ensino Médio; Em defesa dos direitos dos trabalhadores: Contra a Reforma Trabalhista; Em defesa da aposentadoria: Contra a Reforma da Previdência; Em defesa do emprego: Redução da jornada de trabalho sem redução salarial.

O dia 25 de novembro foi o ponto alto da Jornada de Lutas com a participação e convocação de todas as Centrais Sindicais e entidades de base. A data também é um marco na luta das mulheres, pois é o dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. Novas manifestações ocorrem no dia 29 de novembro, quando está prevista a apreciação da PEC (55) no Plenário do Senado Federal, em primeiro turno. Nesta data, caravanas de várias partes do país devem chegar à capital federal para o ato ‘Ocupa Brasília’.

Os docentes de universidades e institutos, em greve ou mobilizados contra a PEC e contra a Medida Provisória (MP) 746/16, que institui a Reforma do Ensino Médio, tiveram participação ativa nos protestos de sexta-feira.

Confira relatos de algumas mobilizações

A maior manifestação do dia 25 ocorreu em Porto Alegre (RS), e reuniu mais de 15 mil pessoas. O ato saiu da Esquina Democrática, caminhou pelo centro da cidade e terminou próximo à Cidade Baixa. Houve grande participação de servidores públicos estaduais, que estão mobilizados contra o pacote de ajuste recentemente anunciado pelo governador José Ivo Sartori. Houve atos também no interior, em cidades como Pelotas e Santa Maria, com a presença de docentes em greve da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), além dos docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Em Belém (PA), houve outra grande manifestação, com a presença de 5 mil pessoas. O ato ocorreu na Praça da República. Pela manhã, servidores do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), da Universidade Federal do Pará (UFPA) cruzaram os braços em protesto contra a PEC 55. Estudantes, docentes e servidores da Universidade Federal do Pará (UFPA), que ocupam o campus da instituição em Belém desde o começo de novembro, também fecharam os portões de acesso, em sinal de protesto. Docentes da Universidade Estadual do Pará (Uepa) também participaram ativamente das manifestações.

No Rio de Janeiro (RJ), mais de 2 mil pessoas participaram. O protesto que também questionou as chamadas contrarreformas do governo Temer e o pacote de projetos enviado pelo governador Luiz Fernando Pezão ao legislativo teve a participação de docentes, estudantes e técnico-administrativos de universidades, como a Federal Fluminense (UFF), a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e a Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Petroleiros atrasam entrada nos postos de trabalho. Bancários em luta contra a reestruturação do Banco do Brasil vestiram preto para protestar também contra os cortes de cargos. Na parte da tarde, a manifestação na capital fluminense teve como principal eixo o combate à violência machista. A manifestação foi encerrada por volta das 20h30, com o ato público em frente ao Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa – cercada por policiais militares.

Em São Paulo (SP), um ato envolvendo as principais Centrais Sindicais foi realizado em frente ao INSS, no fim da manhã, denunciando a Reforma da Previdência, e outros projetos que estão indo a voto no Congresso Nacional, como a PEC 55, e a Reforma Trabalhista. Em diversas fábricas da região, os metalúrgicos entraram com atraso na entrada do turno da manhã, como protesto. Em São José dos Campos (SP), aconteceram mobilizações em sete fábricas: GM, TI Automotive, Ericsson, Avibras, Gerdau, Parker Filtros e Hitachi. Às 10h, houve um ato unificado na Praça Afonso Pena.

No centro de Belo Horizonte (MG), houve mobilização de estudantes. Trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap), localizada em Betim (MG), também atrasaram a entrada nos postos de trabalho em sinal de protesto contra a retirada de direitos e a privatização da Petrobras. Em São João Del Rei (MG), os trabalhadores realizaram ato com travamento de rua. Docentes em greve da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), da Federal de Ouro Preto (UFOP), da Federal de Lavras (Ufla) e da Federal de São João del Rei (UFSJ) realizaram manifestações.

Na cidade de Carmópolis (SE), o eixo principal do Dia de Mobilizações foi o combate à violência contra as mulheres. Petroleiros também organizaram mobilizações na cidade. Em Recife (PE), a manhã foi repleta de protestos. Atos envolveram interdições de vias, como a avenidas Cruz Cabugá e Agamenon Magalhães. Na parte da tarde, houve ato unificado, impulsionado pelas centrais sindicais, movimentos populares e estudantil, na Praça do Derby. Bancários fizeram manifestação em frente à agência do Banco do Brasil em João Pessoa (PB). Em Campina Grande (PB), trabalhadores dos Correios fazem greve de 24 horas como parte das ações do dia de lutas.

Em Maceió (AL), a manifestação ocorreu na Praça dos Martírios, no centro da cidade. Em Salvador (BA), o ato, que lembro a questão da violência contra a mulher, saiu da reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e caminhou até o bairro do Comércio, com participação de docentes das universidades estaduais. Durante a manhã, integrantes do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro Bahia) também fizeram mobilizações em frente à sede da Petrobras no bairro do Itaigara.

Em Macapá (AP), docentes, servidores e estudantes das universidades foram às ruas contra a PEC 55/2016 e os ataques do governo Temer. Em Manaus (AM), manifestantes protestaram em frente ao Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), inaugurado na manhã do dia 25. Durante o ato, mulheres com trajes que remetiam ao feminicídio lembraram o Dia de Combate à Violência Contra a Mulher. Mais de 500 representantes de entidades sindicais, estudantis, movimentos sociais e sociedade civil organizada participaram, também, do ato público “Ocupa Manaus contra a PEC 55”, promovido pela Frente de Lutas “Fora Temer”.

Rodoviários integraram o dia de luta em Fortaleza (CE), junto a outras categorias, entre as quais, trabalhadores da construção civil, professores, servidores em greve, servidores da Previdência Social, trabalhadores dos Correios, e estudantes das escolas ocupadas. Cerca de 3 mil trabalhadores se concentraram na Praça Portugal e saíram em caminhada até a superintendência do Banco do Brasil, durante a manhã. Houve ainda uma passeata pelas ruas da Aldeota. Também ocorreram manifestações no interior, em Limoeiro e Iguatu.

Em Goiânia (GO), servidores públicos, estudantes e integrantes das centrais sindicais compuseram o ato que percorreu as ruas da cidade. A concentração começou por volta das 8h, na Praça do Bandeirante, no Setor Central e seguiu em caminhada em direção ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, sede administrativa do governo. Os manifestantes levaram um caixão representando a “PEC da Morte”.

Em São Luís (MA), estudantes, professores, servidores públicos e do setor privado participaram da manifestação no centro histórico da cidade. Após a concentração, os manifestantes seguiram pela Avenida dos Portugueses, que dá acesso à Universidade Federal do Maranhão. Em Natal (RN), centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis ocuparam a sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern).

Em Teresina (PI), representantes de diversas entidades trabalhistas e estudantis tomaram as ruas do centro da cidade pela manhã. Os manifestantes lembraram o dia de luta contra a violência contra a mulher. O ato começou por volta das 8h, na Delegacia Geral do Trabalho, na Avenida Frei Serafim e encerrou em frente ao Prédio da Previdência Social, na Praça da Bandeira, às 11h. Os docentes do Instituto Federal do Piauí (IFPI), da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), estiveram na manifestação.

Em Curitiba (PR), houve bloqueio na BR 277 pelos estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), perto do campus Politécnico. Metalúrgicos atrasaram entrada nas principais fábricas. Docentes da Universidade Federal da Integração Latinoamericana (Unila) realizaram ato em Foz do Iguaçu, no interior do estado.

Em Vitória (ES), o ato contou com a adesão expressiva de setores da educação. A manifestação, que ocorreu durante toda manhã, foi em frente à Secretaria de Estado da Educação (Sedu), e fortaleceu o ato dos estudantes secundaristas, que estão há mais de uma semana acampados no pátio do prédio.

Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES-SN

Com informações de CSP-Conlutas e Sul 21. Imagens de Facom-Ufpa, CSP-Conlutas e Sul 21.

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