Bancada progressista do Parlasul manifesta repúdio a prisão de Guilherme Boulos em São Paulo

imagemLíder do MTST foi preso durante reintegração de posse realizada pela Polícia Militar de São Paulo; prisão de Boulos ‘viola claramente o direito à livre manifestação garantido na Carta Magna brasileira’, dizem parlamentares

Deputados do Parlasul (Parlamento do Mercosul) manifestaram nesta terça-feira (17/01) seu repúdio à prisão do ativista Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), durante uma operação de reintegração de posse realizada pela Polícia Militar de São Paulo nesta manhã.

“A prisão de Boulos, por suposta desobediência civil, é um sintoma do momento político e social que o Brasil e a região vivem com governos de direita que buscam criminalizar os movimentos sociais, e eliminar as liberdades e direitos sociais conquistados com muito esforço pelo povo nos últimos quinze anos”, escreveram parlamentares de Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela em declaração divulgada nesta tarde.

Boulos foi detido pela Polícia Militar durante ação de reintegração da Ocupação Colonial, na região de São Mateus, zona leste de São Paulo. A PM alegou desobediência para justificar a prisão e também citou a participação de Boulos em atos contra o governo Temer.

“Temos horas de filmagens suas de outras manifestações e ocupações e sabemos que você é liderança, você está detido por desacato, obstrução da via, obstrução da justiça e incitação de violência”, disse um integrante da Tropa de Choque, em fala colhida pelo coletivo Jornalistas Livres.

“Boulos lutava pelo direito à moradia digna e uma solução pacífica para a disputa que ainda estava em mãos do Poder Judiciário”, afirmaram os parlamentares. “A Polícia Militar de Geraldo Alckmin (PSDB) viola claramente o direito à livre manifestação garantido na Carta Magna brasileira.”

A bancada progressista do Parlasul destaca também que, “no Brasil, o golpe cometido contra a Presidenta legitimamente eleita vem implantando um Estado de Exceção que agride direitos civis e políticos, e intenta neutralizar, com violência e autoritarismo, a oposição ao retrocesso neoliberal.”

“Desde a Bancada Progressista no Parlasul, nos solidarizamos com a luta popular do MTST e de todos aqueles movimentos sociais do Mercosul que buscam evitar retrocessos nessa nova onda de governos neoliberais na região”, concluem.

Segundo o site Rede Brasil Atual, as cerca de 700 famílias da Ocupação Colonial queriam o adiamento da reintegração para que pudessem ser inscritas em programas de habitação da prefeitura. Uma ação do Ministério Público que também pedia o adiamento foi ignorada pela PM, antes mesmo de ser apreciada pela Justiça. O líder do MTST foi levado à 49ª DP para prestar depoimento.

Leia a seguir a íntegra da declaração dos parlamentares progressistas do Parlasul:


DECLARAÇÃO DO GRUPO PROGRESISTA DO PARLASUL CONTRA A PRISÃO DE GUILHERME BOULOS, LÍDER DO MTST

Montevidéu, 17 de janeiro de 2017

Os Parlamentares da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, integrantes do Grupo Progressista no Parlamento do MERCOSUL, repudiam a prisão arbitrária do companheiro Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) do Brasil.

Guilherme Boulos foi preso hoje (17/01/17) pela Polícia Militar de São Paulo, quando intermediava o diálogo e acompanhava a reintegração de posse da ocupação Colonial, buscando um resultado favorável às mais de 3 mil pessoas que ocupavam dois terrenos particulares e um terreno da Prefeitura de São Paulo. Boulos lutava pelo direito à moradia digna e uma solução pacífica para a disputa que ainda estava em mãos do Poder Judiciário.

A prisão de Boulos, por suposta desobediência civil, é um sintoma do momento político e social que o Brasil e a região vivem com governos de direita que buscam criminalizar os movimentos sociais, e eliminar as liberdades e direitos sociais conquistados com muito esforço pelo povo nos últimos quinze anos. A Polícia Militar de Geraldo Alckmin (PSDB) viola claramente o direito à livre manifestação garantida na Carta Magna brasileira.

No Brasil, o golpe cometido contra a Presidenta legitimamente eleita vem implantando um Estado de Exceção que agride direitos civis e políticos, e intenta neutralizar, com violência e autoritarismo, a oposição ao retrocesso neoliberal.

Desde a Bancada Progressista no Parlasul, nos solidarizamos com a luta popular do MTST e de todos aqueles movimentos sociais do MERCOSUL que buscam evitar retrocessos nessa nova onda de governos neoliberais na região.

#FORATEMER

Assinam: Parlamentares integrantes do Grupo Progressista do Parlamento do MERCOSUL (PARLASUL)

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