Venezuela “sim é uma ameaça” para os EUA

imagemPor Eleazar Díaz Rangel

Enquanto Julio Borges insiste em conclamar a Força Armada para rebelar-se, Obama prolongava a vigência do decreto que declara a Venezuela ameaça à segurança dos EUA.

Imagine o que isso significa! Os exercícios de ação integral Zamora 200 se desenvolveram ontem com sucesso em uma nova demonstração da unidade cívico-militar como nunca ocorreu na Venezuela. Nem sequer nos anos da “gloriosa revolução de outubro”, sobre a qual Betancourt dizia que “no governo da revolução não se sabe onde começa a participação do civil e começa a guerra do oficial”. Palavras de esforço para agradar os militares.

Essa unidade vem se consolidando desde os momentos mais difíceis, quando, por exemplo, oficiais ativos incentivavam a partir da praça Altamira suas unidades a se somarem à rebelião.

Não conseguiram atrair nenhum pelotão, sendo uma situação complicada do Governo.

A política de Chávez foi eficiente em criar consciência na instituição armada, em sua oficialidade, suboficiais e na tropa, que a tornaram invulnerável a esses chamamentos.

Ontem escutei uma interessante intervenção de Freddy Bernal sobre o importante papel que deviam estar desempenhando os Clap nestes exercícios e, inclusive, com ideias para o debate com os militares.

Seguidamente, escutei cinco generais em Bolívar, considerando Guayana como zona estratégica. Foram convincentes e inovadores nas informações que forneceram sobre a preparação para a defesa integral dessa região, incluída a força antiaérea de mísseis. Porém, me causou estranhamento que em nenhuma dessas intervenções se aludisse à participação dos Clap.

Escrevo esta nota na manhã de sábado, quando estava ocorrendo o exercício Zamora 200.

Pelo visto e escutado, ficou evidente a unidade interna da Força Armada, blindada aos chamamentos, abertos ou velados, de rebelar-se, e de unidade com as forças populares organizadas, do povo, razão pela qual é justo afirmar que a unidade cívico-militar saiu fortalecida.

Ao lerem a última declaração da Conferência Episcopal, onde se pede a reforma do formato de diálogo, observarão que é exatamente o mesmo que está pedindo a MUD. Tampouco, agora pode dizer-se que são simples coincidências.

E já que falamos de coincidências, existe outra significativa entre as alianças da oposição e dos partidos com a revolução. Tanto em uma como na outra, os aliados pequenos, mas que contribuem com votos, se queixam porque não são valorizados, não são consideram.

Somente no Haiti se vê estas coisas. Um dia, agentes da DEA prenderam o senador Guy Philippe e o levaram aos EUA com amplas acusações como narcotraficante. Ainda assim, foi eleito ao Senado. Seus antecedentes começam antes, quando organizou milícias para derrubar o presidente Aristide, o que conseguiu com o apoio dos EUA e da França. Posteriormente, se envolveu a fundo no tráfico de drogas. Porém, a forma como foi preso quase o converte em um herói. Não existe possibilidade de que libertem.

Hoje (9 am) debuta o vice Tareck El Aissami em “José Vicente hoy”.

Quando, todavia, não se observa um impulso da economia, os médios produtores agrícolas Felipe Riera, Héctor Salom e Aníbal Díaz em Lara, confiantes de que essa recuperação virá, decidiram triplicar as semeaduras em 2017 com relação a 2016. Planejam semear 120 hectares com cebolas, melão, tomate e mamão. Com os recursos econômicos, o pessoal e, claro, as terras. Qual é o problema? Encontrar sementes, fertilizantes e, em geral, os agroinsumos. E, uma vez conseguidos, enfrentar, como todos os produtores do campo, outro problema: os elevados preços. Vejam este exemplo: um litro de abac, que há dois anos custava Bs 600, hoje custa Bs 18 mil. E uma pergunta: o que faz a Agropátria?

Obama, o fraudulento

O governo do presidente Barack Obama foi o mais fraudulento da política estadunidense. Nenhum ofereceu tanto e não cumpriu. Nunca antes um presidente gerou tantas expectativas como ele. E em relação à Venezuela, nem os Bush adotaram políticas tão agressivas como ele. Ditou um decreto vigente que declara a Venezuela como uma “extraordinária ameaça à segurança dos Estados Unidos” e a sua política exterior. O primeiro é uma grande mentira porque em algum momento chegou a reconhecer que a Venezuela não era tal ameaça, porém não revogou o decreto apesar da Cúpula das Américas, reunidas no Panamá, ter condenado essa desproporção.

O que, penso eu, era certo é que, sim, a Venezuela afetava sua política exterior. Desde que Hugo Chávez assumiu o poder, acabou essa política de submissão e de dependência com relação a Washington, de considerar a América Latina como seu quintal. Com Chávez, a política exterior venezuelana se tornou independente e soberana, passou a falar com Washington sem papas na língua. Tal linha foi se estendendo a outros países da região quando elegeram governos progressistas.

Para concluir, Obama termina seu mandato como o presidente estadunidense que mais extradições solicitou e, para invalidar seu prêmio Nobel da Paz, no último ano (2016), ordenou lançar sobre a Síria, Iraque e Afeganistão mais de 26 mil bombas! E para compensar sua aproximação com Cuba, prorrogou por um ano seu decreto contra a Venezuela.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2017/01/16/opinion-venezuela-si-es-una-amenaza-para-eeuu/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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