Palestra de Ivan Pinheiro sobre Venezuela

O secretário-geral explica seu ponto de vista levando em consideração o profundo acirramento e divisão da sociedade venezuelana. Sua avaliação é de que uma vitória só poderia se sustentar por uma diferença considerável de votos. Cabe ressaltar, ainda, que a grande maioria daqueles que se abstiveram de votar eram chavistas.

Ivan, que esteve na Venezuela na semana em que ocorreu o plebiscito, afirma que parte da direita venezuelana, respaldada por órgãos de inteligência do governo Bush, tinham um plano de golpe preparado para o dia de votação.

O planejamento golpista seria levado adiante caso o “Sim” ganhasse por pouca diferença de votos, gerando a violência no interior do país e abrindo espaço para uma intervenção militar imperialista.

“Tinha um golpe, uma sublevação preparada para ser desfechada ainda durante a tarde. Esse quadro mudou com as mudanças nas pesquisas (de vitória para o “Não”)”, afirmou. Criticando os órgãos de imprensa, Ivan afirma nunca ter visto sociedade com liberdades democráticas tão asseguradas quanto na venezuelana dos dias atuais.

Ivan destaca que a derrota no referendo foi um divisor de águas, um delimitador de campos entre as forças políticas que até agora vinham apoiando o processo político desencadeado pela eleição de Hugo Chavéz.

“Agora não tem ‘revolucionário de boutique’ ou conciliação, não tem meio termo. Todos sabem de que lado cada grupo está”. É essa realidade, segundo Ivan, que pode gerar um aprendizado que transforme essa derrota em um caminho para a revolução socialista.

Esse aprendizado, afirma o secretário-geral do PCB, deve se centrar na organização popular, que em seu ponto de vista deve ser reforçada. As classes populares devem se manter mobilizadas para as tarefas que se apresentam.

“É como disse o Jerónimo Carrera, do Partido Comunista da Venezuela: ‘Não há revolução sem Chávez, mas não há revolução só com Chávez'”, concluiu Ivan.

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