Os planos dos EUA contra Cuba e Fidel Castro

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Armas biológicas, ataques de bandeira falsa e atentados terroristas

Esta semana, o governo dos Estados Unidos anunciou o início de uma série de desclassificações de documentos da CIA e do FBI relacionados ao presidente John F. Kennedy e em grande medida a seu assassinato, os arquivos chamados “Documentos JFK” (JFK Files).

Por insistência dos “Arquivos Nacionais” ao presidente Trump, a quantidade de documentos revelados foram 2.800, uma fração do anunciado e com muitos nomes e situações tachadas “para proteger o interesse da nação” (ao menos pelos 6 meses de prazo que estipulou Trump para justificar sua decisão). No entanto, os projetos contidos no caso Kennedy continuam golpeando a América Latina, revelando uma série de planos que tinham para nosso continente na década de 1960, em especial contra a então jovem Revolução Cubana.

Embora muitas destas ações sempre tenham sido assumidas como possibilidades ou tenham sido tratadas no âmbito das teorias, estes documentos vêm confirmar: tentativas de assassinato, envenenamentos massivos e ataques de falsa bandeira.

Os planos de ataque a Cuba

A década de 1960 começava com a declaração de Cuba reconhecendo-se marxista-leninista e alinhando-se com a União Soviética, a apenas 180 Km dos Estados Unidos. Os serviços de inteligência estadunidenses e o Pentágono tentaram derrubar o governo revolucionário, inclusive com ataques com armas químicas e bacteriológicas, segundo revelado em um dos arquivos desclassificados.

Embora estes Documentos JFK demonstrem planos desesperados para assassinar Fidel Castro, como o uso de um charuto explosivo ou um traje envenenado, além de avançadas conversas com a máfia para levar a cabo o assassinato, existem outros arquivos que mostram ideias criminosas.

Um documento de 1975 detalha estes planos de 1962, onde o objetivo era disparar o setor mais importante da economia cubana: a indústria açucareira, mediante a “incapacidade de grande parte dos trabalhadores açucareiros com o uso secreto de agentes de guerra biológica ou substâncias tóxicas de uso militar”.

Os planos também incluíam outras duas grandes operações: Mangosta, para prestar assistência à derrubada a partir de dentro, e Bounty, que oferecia recompensas em milhões de dólares pelas cabeças de seus principais dirigentes, como Fidel, Raúl, Che Guevara e entre 47.000 e 97.000 dólares por cada comunista estrangeiro. Os EUA planejavam informar à população cubana destas recompensas mediante o lançamento massivo de panfletos por aeronaves.

Outro documento chamado “Pretextos”, enumerava as potenciais justificações para a intervenção militar direta em Cuba. Entre elas, se recomendava levar a cabo uma operação secreta de bandeira falsa, destinada a desatar uma “campanha de terror em Miami e outras cidades da Flórida, inclusive em Washington D.C.”, onde se pretendia atentar contra dissidentes cubanos dentro do território estadunidense e, assim culpar Havana por ataques terroristas, justificando uma invasão.

“A campanha de terror poderia dirigir-se contra os refugiados cubanos que buscam asilo nos EUA. Nós podemos afundar embarcações com cubanos que se dirigem à Flórida (de verdade ou simplesmente como um simulacro). Podemos fomentar atentados contra os refugiados cubanos nos EUA, de tal forma que as sequelas desses ataques sejam amplamente publicitadas”, diz o documento onde também não descartavam detonar bombas com explosivos em lugares cuidadosamente selecionados.

Finalmente, os documentos incluíam planos de financiamento a grupos anticomunistas em muitos países do continente, assim como planos de desestabilização em alguns governos. Devemos esperar outros 6 meses para que se cumpra o prazo estipulado pelo presidente Trump a seus serviços de inteligência para justificar o sigilo dos JKF Files, e saber se tomará a decisão de publicar a totalidade dos documentos ou manter o sigilo.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2017/10/31/los-planes-estadounidenses-desclasificados-para-atacar-a-cuba/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)