Ocupação da Reitoria da UEM

Desde o inicio do ano a Universidade Estadual de Maringá enfrenta sérias necessidades devidas a cortes no orçamento na ordem de 38%, oriundas do governo neoliberal de Beto Richa, para ajudar na situação, a instituição sofreu também efeitos do corte do orçamento federal de 50 bilhões de reais anunciado no inicio do ano.

Diante de tais medidas, o diretório central dos estudantes, gestão movimente-se (composta por vários membros da União da Juventude Comunista), criou uma pauta de lutas para coibir o possível sucateamento da Universidade, a primeira dessas pautas referente às péssimas condições de trabalho no Restaurante Universitário. As filas só aumentam, enquanto a contratação de funcionários não ocorre para acompanhar o aumento da demanda. Só neste ano foram criados 14 cursos, sem que houvesse investimento em infraestrutura para comportar os estudantes ingressos nesses cursos.

Outro grave problema da Universidade, são os campus de extensão, eles são deixados de lado pela reitoria em detrimento do campus sede, separando os estudantes que poderiam ser mais unidos. Se o R.U da sede já possui condições precárias o que dizer das extensões onde nem R.U existe.

Nossa Universidade sofre também da falta de assistência estudantil para os estudantes com mais necessidade. Não contamos nem com moradia estudantil, muito menos com bolsas que permitam a permanência desses estudantes no curso. As poucas bolas que existem servem para compensar a falta de funcionários, fazendo com que ele perca horas fundamentais de seus dias em atividades que pouco educam. Fora isso há as bolsas do R.U na qual o estudante trabalha para receber alimentação (um regime que lembra muito o análogo à escravidão).

Os cortes no orçamento trabalharam para piorar ainda mais as condições dos estudantes da UEM, faltam professores, funcionários, estrutura, livros, materiais, para ajudar as poucas ações da reitoria visando debelar os efeitos dos cortes orçamentários contribuem para aumentar os embates entre professores de graduação e pós graduação.

Diante de tantas pautas de reinvindicações, nós estudantes organizamos em março um “pula catraca” em apoio aos funcionários do restaurante. A reitoria tomou medidas diversas daquelas exigidas por nós com o ato, não instituiu uma opção vegetariana ao cardápio, tampouco os funcionários que precisava para diminuir as imensas filas que se formam todos os dias. A última da reitoria foi um ataque direto à forma de financiamento do movimento estudantil, tentando acabar com a renda de centros acadêmicos e do DCE.

Diante disso, organizamos um ato no dia 11 de agosto, na frente da reitoria, no qual entregamos uma carta ao reitor, dando um prazo de 15 dias para atender nossos pedidos. Com o fim do prazo, os estudantes do campus sede mais as extensões organizaram um ato que contou com mais de 600 estudantes, e seguimos para frente da reitoria, uma vez lá o reitor entregou respostas que pouco solucionava nossas necessidades (colocou a opção vegetariana para apenas dois dias por semana). Após isso, realizamos uma assembleia geral dos estudantes na qual decidimos por ocupar a reitoria.

Procuramos com estar carta expor nossas necessidades assim como apoio político de vocês para continuarmos na nossa luta, e na nossa ocupação, já que paira sobre nós a possibilidade de uma reintegração de posse pela reitoria, na qual muito provavelmente será usada força excessiva da tropa de elite da polícia militar.

Fonte: União da Juventude Comunista – Curitiba

 


imagemCrédito: UJC PR

OCUPAÇÃO DA REITORIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

A UJC de Maringá-PR é integrante da chapa MOVIMENTE-SE UEM que ganhou em 2010 o DCE. A chapa é composta por 7 militantes da UJC; por um grupo da ANEL; pelo COLETIVO DESCENTRALIZE; por militantes do PSOL (BARRICADAS) e independentes. Retirou do DCE o grupo BONDE DO AMOR, ditos apolíticos, mas dirigido pela UJS/PCdoB que durante duas gestões desestimulou o movimento estudantil na Universidade e aceitou passivamente as políticas privatizantes da reitoria e do Governo do Estado do Paraná.

Em menos de uma gestão a UJC/Maringá articulou por meio do DCE importantes avanços para o Movimento Estudantil: estimularam a discussão sobre o SENUP e principalmente foi liderança na ocupação da Reitoria neste dia 25 de agosto. A imprensa burguesa maringaense reduziu os motivos da ocupação a uma pauta vinculada a questão do restaurante Universitário (RU) todavia, a UJC-Maringá esclarece e mostra que a luta é contra a administração neoliberal que o Governo do Estado do Paraná faz. Isso inclui o Ensino Superior. Um chamado à luta contra o corte de verbas para a educação!

A UJC-Maringá denuncia que o governo Dilma iniciou seu mandato cortando 3,1 bilhão da educação. No estado do Paraná não foi diferente, Pessuti, então governador no final do ano passado anunciou um corte de 38% das verbas para as universidades públicas. Beto Richa assumiu e além de manter o corte realizado pelo seu antecessor, ainda cortou 15% de todas as secretarias (inclusive das Secretarias de Educação e Ciência e Tecnologia).

A UJC-Maringá mostra que esses cortes repercutem no cotidiano dos estudantes por diversos âmbitos: “Nossos problemas vão desde o livro que não temos em nossa biblioteca até falta de professores e funcionários. Os alunos dos novos cursos criados sofrem com a falta de professores e dos materiais necessários para sua aprendizagem.” Afirma Celso Monteiro, militante da UJC e dirigente do DCE-UEM.

Segundo o militante: “O RU não recebe nenhuma aquisição desde 2005. Mesmo com os 14 novos cursos criados, nenhuma melhoria foi concretizada. No primeiro semestre de 2011, os funcionários do RU tiveram parte de suas horas extras cortadas. Por isso, os trabalhadores do RU receberam o solidário apoio dos Estudantes e do DCE.” Sobretudo porque a reitoria cortou mais as horas extras, sob o risco dos técnicos perderem os 5 dias de abonos anuais e os 15 dias de férias remuneradas que possuem.  Conquistas tais, obtidas com muita luta da categoria. A justificativa da reitoria foi que o corte se fez necessário, pois haveria uma auditoria na UEM relacionada, entre outras coisas, à questão do excesso de horas extras. O militante da UJC Leandro Modolo, também integrante do DCE argumenta que há excesso de horas extras, obviamente, pelo fato de haver falta de funcionários para o desenvolvimento dos trabalhos na universidade. Segundo Leandro, se há ainda alguma qualidade, ela existe pelo empenho sobre-humano dos trabalhadores. O militante da UJC-Maringá informa a reitoria atinge também os docentes na tentativa de aumentar a carga horária para 44h semanais, ao invés de contratar novos e a proposta já está no CAD.

João Vicente, também militante da UJC e integrante do DCE, expõe outro item na pauta de reivindicações. Conforme o militante no dia 11 desse mês, o DCE, juntos com os centros acadêmicos, realizaram um ato em frente à reitoria exigindo reivindicações básicas a respeito do RU ao Reitor.  Com uma postura intransigente, Julio Santiago não se mostrou muito disposto a atender as reivindicações. Dessa forma, um prazo de 15 dias foi dado para que a reitoria providenciasse as melhorias. O prazo vence dia 25 e um novo ato foi realizado para ouvir o reitor e tirar novos encaminhamentos do movimento. O militante da UJC João Vicente afirma que o problema do RU é o mesmo da falta de professores, da sobrecarga de trabalho e das ameaças às conquistas e direitos de funcionários e professores: FALTA DE VERBA.

A UJC-Maringá explica a imprensa burguesa maringaense simplificou a ocupação e tentou ridiculariza-la ao noticiar que seria apenas um problema de cardápio, portanto os militantes veem a público pautar suas reivindicações. Eles lutam por:

1 Contra o corte de verbas para a educação;

2 Por melhorias no Restaurante Universitário, com cardápio vegetariano;

3 Pela imediata contratação de 4 funcionários ao RU e pela realização de concurso público para funcionários e professores;

4 Contra o corte de horas extras;

5 Contra o corte dos 15 dias de férias dos funcionários e contra o corte dos abonos.

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