SOLIDARIEDADE AOS ESTUDANTES E TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO NA LUTA POR UMA REFORMA INTEGRAL DA EDUCAÇÃO CHILENA
O Chile foi um dos primeiros países latino-americanos a implementar e aprofundar o receituário neoliberal em seu sistema de educação pública. Privatização do Ensino Superior, inclusive com cobranças de mensalidades em Universidades Públicas; Municipalização da Educação Fundamental, além de um sistema educacional que se organiza sobre as bases da Constituição de 1981, promulgada no Governo Militar do Ditador Augusto Pinochet, são algumas das características perversas que circundam a organização da educação chilena.
Neste ano, um amplo processo democrático que envolveu a base dos estudantes secundaristas, universitários e trabalhadores da educação fez emergir uma proposta de REFORMA INTEGRAL DA EDUCAÇÃO CHILENA (www.colegiodeprofesores.cl)Que busca estabelecer as bases da educação como um direito social e humano universal. Entre as principais bandeiras levantadas encontram-se a defesa de uma educação pluralista, gratuita e de qualidade. Apontando para a necessidade imperativa de uma Reforma Constitucional que elimine com a municipalização da educação básica, que crie uma nova concepção de financiamento público da educação em seus diferentes níveis, investindo em transporte escolar e infra-estrutura, além da valorização dos professores. Tudo isso baseado em uma concepção democrática que aprofunde os mecanismos de participação dos estudantes e da comunidade escolar.
No que diz respeito a Universidade, as demandas pelo aumento das fontes de financiamento, por um novo sistema de acesso igualitário, com elevação do suporte destinado a assistência estudantil, além da inclusão dos povos originários são mudanças almejadas no sentido de construção de um outro modelo de Universidade Pública que esteja em consonante com as aspirações por justiça social do povo chileno.
As mobilizações que vem ocorrendo no Chile nos últimos meses, colocam em crise o governo direitista de Sebastián Piñera, que não tem a minima preocupação em resolver e atender as demandas dos estudantes, trabalhadores em educação e comunidade escolar. A sua resposta tem sido a repressão aos legítimos movimentos e mobilizações ocorridas por todo o país, que vem se intensificando com a adesão cada vez maior da população.
No dia 4 de agosto, milhares foram as ruas protestar e levantar a bandeira da Reforma Educacional. A resposta do governo foi a implantação de um estado de sítio, proibindo manifestações nas ruas do país, o que resultou em 874 manifestantes presos, além de vários jovens feridos pela repressão policial.
A União da Juventude Comunista se solidariza com a luta dos estudantes, dos trabalhadores em educação e do povo chileno por uma educação que responda aos anseios por justiça social, democracia e igualdade, que tem se manifestado nas imensas mobilizações em curso no país.
Conclamamos todas as organizações estudantis e juvenis de caráter progressista no Brasil para a construção de um grande ato de solidariedade de caráter nacional a ser realizado em frente a embaixada e consulados chilenos espalhados pelo país.
Toda solidariedade aos estudantes da Coordenação Nacional dos Estudantes Secundaristas (CONES), da Confederação dos Estudantes do Chile (CONFECH) e aos trabalhadores em educação chilenos!
Pela construção da Educação e da Universidade Popular em Nossa América!
Total repúdio ao Governo ditatorial de Sebastián Piñera!
UJC Brasil
Fonte: UJC