Nota de pesar diante do assassinato de Marcos Antônio Galdino
MST RJ
É com profundo pesar e indignação que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do Estado do Rio de Janeiro, noticia o assassinato de mais um companheiro na luta pela terra. Marcos Antônio Galdino foi brutalmente assassinado na noite de 27 de Abril, no Acampamento Luis Maranhão.
Marco era um companheiro de luta, acampado há cerca de um ano nas terras da extinta usina Cambhayba em Campos dos Goytacazes, região norte do estado do Rio de Janeiro. A usina Cambhayba possui um histórico de repressão aos trabalhadores desde a utilização do trabalho análogo a escravo até incinerações de corpos de trabalhadores e militantes que lutavam contra a ditadura militar brasileira, casos estes ainda sob investigação na Comissão da Verdade e Justiça.
São mais de 18 anos de luta pela conquista das terras neste complexo de fazendas onde está instalado o acampamento Luis Maranhão, convivendo com constantes perseguições e mortes aos trabalhadores, como foi o caso da morte de Marcos Antônio Galdino, morto no acampamento onde reivindica a imissão de posse deste latifúndio improdutivo, até hoje negado pelo poder judiciário e destratado pelo INCRA.
A morte da companheiro Marcos é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos Sem Terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a Reforma Agrária. O medo existente e a violência são os efeitos da inoperância e do descompromisso com a reforma agrária.
Não podemos mais tolerar que o extermínio se torne o cotidiano em nossas vidas, em que executar uma vereadora com tanta expressão popular como Marielle Franco, uma voz discordante da intervenção militar e do golpe, apenas venha endossar as estatísticas dos noticiários policiais, numa cidade tão marcada pelos homicídios de jovens negros e pobres.
Exigimos a imediata apuração do assassinato de Marcos Antônio Galdino e que as autoridades públicas apresentem um plano para garantir a reforma agrária no Rio de Janeiro!
A CADA COMPANHEIRO/A TOMBADO, NEM UM MINUTO DE SILÊNCIO, MAS TODA UMA VIDA DE LUTA!
Marcos Antônio Galdino, Presente!