Todo repúdio a mais um massacre policial no Rio de Janeiro!

imagemCélula da Saúde – PCB RJ

Viemos a público manifestar nossa indignação e repúdio ao mais recente episódio de matança indiscriminada de filhos e filhas da classe trabalhadora, pobres, quase todos pretos, moradores das favelas de Manguinhos (Vila São Pedro, Vila Turismo, Mandela, João Goulart, CHP2…).

Nos últimos 3 dias, os moradores foram submetidos a uma brutal violência policial. Não bastassem a falta de emprego, os salários de miséria, os precários serviços de saúde e de educação, a falta de saneamento básico e moradia dignas, são obrigados a sobreviver, por conta de ações como essa, em meio a tiroteios e bombas. A alegação da polícia para o mais novo capítulo de repressão foi combater o roubo de carga.

Os relatos de moradores dão conta de pelo menos dois mortos e cinco baleados. O tiroteio e as bombas duraram das 14:30h às 23h do dia 25/9 e voltaram a ocorrer na noite do dia 26. No dia 27 uma operação policial ocorreu na Rua Leopoldo Bulhões (uma das vias de acesso às comunidades). O fortíssimo aparato policial incluía pelo menos dois “caveirões”.

Houve, como de costume, invasão de casas e ocupação das lajes dos moradores, por parte da polícia, para uso como plataforma de tiro. As estatísticas dos últimos dias só ampliam a contagem dos mortos e feridos, quase diários, que uma política de segurança racista formulada pelos ricos e mesmos de sempre vem produzindo.

Sabemos que não se combate o extermínio dos trabalhadores favelados (pretos e pobres, em sua esmagadora maioria), das mulheres vítimas de violência, dos lutadores sociais, com notas e abaixo-assinados. Elas servem para a denúncia que precisamos fazer sistematicamente, e que, por razões óbvias, os grandes veículos de imprensa (empenhados também na construção da imagem do pobre e do preto como violento e perigoso, a justificar assim a brutal repressão sobre ele) não fazem, contando a história como ela deve ser contada.

A única alternativa real que temos, nós, os que vivemos do nosso próprio trabalho, é a organização popular. Mesmo que distante do nosso horizonte, no momento atual, não podemos perdê-la de vista. À luta!

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