Lançamento do livro agenda FDR/PCB 2019: 60 anos da Revolução Cubana

imagem

Fundação Dinarco Reis

Criada no ano 2000, carregando o nome do “Tenente Vermelho” Dinarco Reis, a Fundação de Estudos Políticos, Econômicos e Sociais Dinarco Reis auxilia o Partido Comunista Brasileiro (PCB) na realização de pesquisas científicas, estudos econômicos, políticos e sociais. Localizada no Rio de Janeiro, é presidida por Dinarco Reis Filho, membro do Comitê Central do PCB.

Desde sua criação, colabora no resgate da memória do movimento comunista brasileiro através de pesquisas que já renderam frutos na publicação de livros e na realização de cursos e eventos. Desde 2009, lança uma série de agendas que tem por finalidade contar a história do PCB, de militantes histórica(o)s e de processos revolucionários em todo o mundo.

A atual edição busca apresentar a trajetória do processo revolucionário cubano e destaca também eventos que revelam a extraordinária coragem e disposição de luta de militantes políticos e sociais em toda a América Latina no combate às forças imperialistas e na defesa dos interesses populares.

A Revolução Cubana deu início à construção de uma sociedade nova, democrática, a serviço da ampla maioria da população e da classe trabalhadora, experiência defendida com garra pelo seu povo, desde o momento em que o Movimento 26 de Julho partiu das montanhas e chegou a Havana, iniciou um processo de edificação da nova sociedade e continua até os dias atuais como uma conquista a ser defendida de armas em punho, caso necessário.

Cuba Socialista sobreviveu a todas as pressões do imperialismo estadunidense, enfrentando o criminoso embargo econômico, tentativas de invasão, sabotagens e cercos, bem como foi capaz de superar as enormes dificuldades causadas pelo colapso dos regimes socialistas do Leste europeu, com os quais estabelecera relações de cooperação econômica muito vantajosas, principalmente com a União Soviética.

O socialismo cubano logrou sucessos reconhecidos até mesmo pelos fóruns multilaterais vinculados à ONU. Trata-se do segundo melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e do melhor sistema educacional da América Latina. O analfabetismo foi erradicado em 1961, dois anos após o triunfo da Revolução, e a taxa de alfabetização se mantém hoje a impressionantes 99,9%. O sistema de saúde, baseado na saúde preventiva e comunitária, é modelo exportado para todo o mundo, com a mortalidade infantil praticamente zerada, pois nenhuma criança passa fome em Cuba. É o segundo país menos violento e a maior expectativa de vida da América Latina.

A luta do povo cubano e dos revolucionários de 1959 são exemplos a serem seguidos por todos aqueles que lutam pela superação do capitalismo e pela construção do Poder Popular, no rumo da sociedade socialista e do comunismo.

A Fundação Dinarco Reis convida você a conhecer, aprofundar e acompanhar o movimento revolucionário cubano, a força da(o)s lutadora(e)s latino-americana(o)s e a admirar aquela(e)s que, com seu desprendimento e heroísmo, garantiram e garantem que se mantenha acesa a chama do Socialismo em nosso continente.

O lançamento público do Livro Agenda será na próxima quarta-feira, dia 14 de novembro, às 18h30, no Bar e Restaurante Os Ximenes, localizado na Praça João Pessoa, 07, Centro do Rio de Janeiro. Dia 14/11 é também dia do aniversariante Dinarco Reis Filho . Venha comemorar com este militante histórico do PCB.

A FIDEL CASTRO

Fidel, Fidel, os povos te agradecem
palavras em ação e fatos que cantam,
por isso de longe te trouxe
uma taça do vinho da minha pátria:
é o sangue de um povo subterrâneo
que chega da sombra a tua garganta,
são mineiros que vivem há séculos
retirando fogo da terra gelada.
Vão abaixo do mar pelos carvões
E quando voltam são como:
se acostumaram à noite eterna,
roubaram-lhe a luz da jornada
e, porém, aqui tens a taça
de tantos sofrimentos e distâncias:
a alegria do homem encarcerado,
povoado pelas trevas e esperanças
que dentro da mina sabe quando
chegou a primavera e seu cheiro
porque sabe que o homem está lutando
até alcançar a claridade maior.
E a Cuba vêm os mineiros austrais,
os filhos solitários da pampa,
os pastores do frio na Patagônia,
os país do estanho e da prata,
os que casando-se com a cordilheira
retiram o cobre de Chuquicamata,
os homens de ônibus escondidos
em povoados puros de nostalgia,
as mulheres de campos e oficinas,
as crianças que choraram suas infâncias:
esta é a taça, toma-a Fidel.
Está cheia de tantas esperanças
que ao bebê-la saberás que tua vitória
é como o velho vinho de minha pária:
não é feito por um homem, mas por muitos homens
e não por uma uva, mas muitas plantas:
não é uma gota, mas muitos rios:
não é um capitão, mas muitas batalhas.
E estão contigo porque representas
toda a honra de nossa longa luta
e se Cuba caísse, cairíamos,
e viríamos para levantá-la,
e se floresce com todas as suas flores
florescerá com nossa própria seiva.
E se se atrevem a tocar a testa
de Cuba, libertada por tuas mãos
encontrarão os punhos dos povos,
sacaremos as armas enterradas:
o sangue e o orgulho comparecerão
para defender a bem-amada Cuba.

Pablo Neruda