Chavistas mantêm assembleias permanentes em apoio a Maduro
Assembleias populares chavistas movimentam centro de Caracas – Créditos: Fania Rodrigues Assembleias populares chavistas movimentam centro de Caracas / Fania Rodrigues Dia de batalha política nas ruas de Caracas. No centro da capital venezuelana, chavistas se reuniram nesta quarta-feira (30) em assembleias permanentes na histórica Praça Bolívar e também em frente ao Palácio Presidencial de Miraflores, em vigília realizada desde o dia 23 de janeiro.
Do outro lado da cidade, na zona leste, onde está localizada a maioria dos bairros de classe média alta, a oposição marcha gritando palavras de ordem contra o presidente Nicolás Maduro e de apoio ao deputado da Assembleia Nacional em desacato, Juan Guaidó. À margem dos protestos, um forte esquema de segurança, para garantir que as manifestações ocorram pacificamente.
No centro, a maior parte das pessoas veste vermelho, como reza a tradição chavista. Já no lado leste, a cor predominante é a preta. Apesar da tensão acumulada na última semana, o clima desta quarta foi, pelo menos até o fim da tarde, de tranquilidade.
Luiza Barcena, dona de casa que participou da assembleia chavista em Caracas nesta quarta-feira (30). Foto: Fania Rodrigues
“Estamos aqui para dizer ao mundo, que nós não estamos em guerra. Nós somos um país livre e feliz”, diz a dona de casa Luiza Barcena, uma das participantes da assembleia chavista, na Praça Bolívar. Após a entrevista, ela diz à reportagem: “Vou te contar porque sou chavista. Quando o Hugo Chávez chegou ao poder aqui, não existia Seguridade Social (equivalente à Previdência no Brasil). Hoje, nós temos direito a aposentadoria. Meu filho se formou graças ao Chávez [que criou diversas universidades públicas], porque eu não tinha condições de pagar uma faculdade”, explicou Barcena.
Luis Castillo, foi à Praça Bolívar, porque a assembleia também estava discutindo os direitos dos aposentados. Cada dia um debate temático. Na tarde desta quarta-feira estudantes também organizaram um evento chamado: “Encontro Nacional da Frente Universitária Anti-imperialista”.
Na assembleia popular, Luis Castillo discutia o direito à casa própria: “os aposentados precisam viver tranquilos, não importa se eles moram sozinhos, o importante é ter uma casa em que se sintam bem. Isso, você não vai ver em nenhum país do mundo, só aqui na nossa Revolução Bolivariana, que estão destinando casas populares para os aposentados, por isso viemos hoje aqui apoiar nosso companheiro Nicolás Maduro. Isso é que estamos discutindo hoje aqui, nossos benefícios, que eles [os opositores] nos querem roubar”. O programa Gran Misión Vivienda (Grande Missão Moradia), já entregou 2,5 milhões de casas desde o seu início em 2011, ainda sob o governo de Chávez.
Do lado opositor, os atos foram menores que os vistos no dia 23 de janeiro. Houve pequenas concentrações de pessoas em diferentes bairros da cidade, o maior deles foi em Chacao. A opositora Maria Ramírez foi para a concentração de Chacao. “Estamos lutando pela nossa liberdade e nossos direitos. Estamos lutando pela Venezuela”, disse. A reportagem perguntou a ela se já havia vivido perseguição ou se teve sua liberdade censurada, ao que respondeu: “Minha família é o povo venezuelano. Por cada filho, irmão que tiveram algum sofrimento, para mim é o sofrimento de minha família”. Ela disse que não conhecia pessoalmente nenhum caso de perseguição política.
Marchas chavistas no interior e em Caracas
Em Caracas e no interior do país, o chavismo realizou diversas marchas nesta semana. A cada dia uma manifestação vem sendo realizada em um dos 23 estados do interior do país. Na quarta-feira (30) foi a vez do estado de Aragua. Na terça, foram realizadas marchas nos estados de Apure, Barinas e Amazonas. Na segunda, ocorreram em Monagas e Falcón.
O deputado da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello, vice-presidente do partido PSUV, conduziu o ato no estado Apure.
Veja as imagens das mobilizações no estados em https://www.brasildefato.com.br/2019/01/30/chavistas-mantem-assembleias-permanentes-em-apoio-ao-governo-maduro/