Nota de repúdio à agressão durante o 15º CONEB da UNE

imagemA Coordenação Nacional da União da Juventude Comunista e a Secretaria Nacional de Juventude do Partido Comunista Brasileiro vêm a público expressar seu repúdio à agressão sofrida por um de seus militantes durante um debate no dia 7 de fevereiro no espaço do 15º CONEB e da 11ª Bienal da UNE, em Salvador, Bahia.

Durante um dos principais debates do evento, o militante da UJC e estudante de História na UFF realizava sua fala após a rodada de intervenções dos debatedores principais, dentre os quais se incluía o ex-presidenciável Ciro Gomes, do PDT. O estudante fez críticas ao comportamento do então candidato Ciro no segundo turno das eleições de 2018, realçando a necessidade da luta contra a candidatura das forças conservadoras e fascistas. E denunciou o discurso absolutamente racista proferido por um membro da plateia, que havia dito a Sônia Guajajara, uma das debatedoras e liderança da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, que “voltasse para a selva”.

A fala desagradou a Ciro Gomes, que se aproximou do estudante para forçá-lo a encerrar sua participação, tolhendo seu direito a crítica, com ofensas e xingamentos de baixo calão. A postura de Ciro desencadeou uma confusão generalizada, que terminou com o estudante sendo jogado do palco antes de terminado seu tempo de intervenção.

A União da Juventude Comunista e o Partido Comunista Brasileiro repudiam veementemente esse tipo de postura ameaçadora e violenta nos espaços de debate estudantil. Defendemos a liberdade de crítica, o debate saudável e a apresentação fraterna de divergências no interior dos movimentos sociais, entendendo que elas potencializam a nossa luta coletiva.

Parte da juventude depositou esperanças em Ciro Gomes durante o processo eleitoral, mas a realidade demonstra o baixo nível de compromisso real dele com a luta social. O comportamento agressivo, ofensivo e antidemocrático do ex-presidenciável num espaço que tem o objetivo de organizar a luta estudantil através da União Nacional dos Estudantes deve ser vista como uma afronta à exposição aberta de nossas críticas e à construção de um movimento mais unido, mais forte, e mais combativo, necessário para as lutas que travaremos na atual conjuntura por que passa o nosso país e o mundo.

Reforçamos nosso compromisso com a unidade nas lutas e com a abertura às críticas dentro do movimento. Cremos que é preciso sabermos avançar através dessas críticas, solidificando um movimento social forte, à altura da resistência que se impõe a nós, e que possa gerar em seu seio uma contraofensiva a partir de um polo combativo e ligado às demandas da classe trabalhadora. Mas não toleraremos que o embate de ideias seja substituído pela agressão física, não toleraremos que figuras do campo progressista possam usar sua maior visibilidade e respaldo para agredir aqueles que externam posições políticas diferentes.

São Paulo, 15 de fevereiro de 2019.

Coordenação Nacional da UJC Secretaria Nacional de Juventude do PCB

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