A incursão imperialista contra a Venezuela e a resistência popular

imagemEdgardo Antonio Ramírez

Fracasso do plano de intervenção militar imperialista contra a Venezuela. Foto: Misión Verdad

O decreto presidencial de Obama, com alto teor de interferência, deixou a mesa servida a Trump para a continuação do golpe. Democratas e republicanos apostam juntos a curto, médio e longo prazos. Após consumado o golpe de Estado no Brasil, os agentes assassinos Bolton, Abrams, Pence, Pompeo, Gina Haspel e Marco Rubio colocam a Venezuela na mira e propagam as mentiras na moda: «…a presença de células ativas do Hezbollah e o desenvolvimento de armas de destruição em massa, em conexão com o Irã», «Maduro é o culpado pela falta de alimentos e medicamentos», «o socialismo é ditadura».

O objetivo destes criminosos de guerra é a desestabilização da Bacia do Caribe, tal como aconteceu no Oriente Médio e no Norte da África. Com o terrorismo de Estado eles buscam derrubar o presidente Nicolás Maduro e impor uma guerra civil. Da mesma forma não descartam uma agressão militar contra Cuba e a Nicarágua (eles querem o controle do novo canal interoceânico) e terminam o muro na fronteira do México, para ter controle absoluto perante os cartéis das armas e da venda de drogas.

A ofensiva militar e econômica persegue a destruição da revolução socialista bolivariana e a pilhagem dos recursos naturais estratégicos da Venezuela. O maquinário do horror da guerra civil é o Comando Sul das operações militares no Caribe, América Central e do Sul e as corporações privadas CNN, The Wall Street Journal e Reuters, entre outras, que justificam a morte dos venezuelanos e a maximização dos lucros dos imperialistas com vendas de armas; o roubo de petróleo, gás, coltan, ouro e outros; o roubo de ativos; a privatização das indústrias e a cobrança ilegal de dívidas. Eles partem das mentiras segundo as quais o presidente Nicolás Maduro (eleito com 67% dos votos) é um ditador e as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (honrosas, dignas, patrióticas, anti-imperialistas e soberanas) são uma força degradada.

Os degradados são os ianques imperialistas-racistas, europeus e sionistas (protetores dos mais cruéis ditadores da humanidade) que exercem o terrorismo de Estado bombardeando perenemente os povos do mundo sem piedade, ocupando seus territórios e lavando os dólares das drogas.

A notícia falsa mais cínica e miserável é a «ajuda humanitária»; já que não salva o povo. Exemplos: os milhares de africanos que morrem na travessia infernal do Mar Mediterrâneo, a ocupação do território e a chacina de palestinos, o muro e os assassinatos dos imigrantes mexicanos e centro-americanos, o sofrimento dos haitianos esquecidos e condenados e a escalada xenofóbica contra os venezuelanos.

Um capítulo especial merecem as consequências imorais da «ajuda humanitária» da Colômbia: mais de 200.000 civis mortos e mais de sete milhões de deslocados; as bases militares que atentam contra a soberania e a violação sexual de mulheres pelos militares ianques, perdoadas pelo governo; a violação dos Acordos de Paz e o aumento dos assassinatos de líderes sociais pelos paramilitares; a morte de 5.000 crianças colombianas devido à desnutrição em La Guajira, nos últimos oito anos e ser o primeiro produtor e exportador de cocaína no mundo.

O cinismo do governo dos Estados Unidos é público e notório, dirige a guerra econômica e a violência, bloqueia as finanças e rouba 30 bilhões de dólares, faz sofrer a população venezuelana e ataca a soberania desse país, abrigando-se na falsa defesa da liberdade, democracia, livre comércio e direitos humanos; e impondo estruturas paralelas ilegais com os fantoches descartáveis: «Guaidó e os apátridas à direita, os governos servis da OEA e do Grupo Lima, e os racistas na Europa».

A equação dos imperialistas revela-se no documento público Freedom 2-Operation: «Interesse especial adquire a questão de posicionar a matriz que a Venezuela entra em um estágio de crise humanitária devido à falta de comida, água e remédios, nós devemos continuar com a manipulação do cenário em que a Venezuela está prestes a desmoronar e implodir, exigindo por parte da comunidade internacional uma intervenção humanitária para manter a paz e salvar vidas (…), doutrinariamente, o Estado deve ser responsabilizado como causa da estagnação econômica, inflação e a escassez».

O legítimo presidente Nicolás Maduro e o povo da Venezuela têm estado sob o fogo cruzado da política externa dos EUA da Guerra de Quarta Geração, cujo objetivo estratégico é restaurar a hegemonia perdida diante dos avanços das relações de poder da esquerda e dos Estados soberanos da América Latina e do Caribe, em alianças com a Rússia e a China. A política dos EUA hoje passa pela opção da guerra civil, a derrubada do presidente Maduro e a distribuição do espólio dos recursos naturais.

Por esta razão, é estratégico defender e defender-nos da agressão militar ianque com nossas próprias forças inspiradas pela independência bolivariana e pelo fortalecimento da solidariedade pela paz com os povos e governos do mundo no campo da política, cultura, economia, social e militar e diplomática.

Neste contexto de batalha se aprofunda a concepção vitoriosa bolivariana de Chávez da união cívico-militar, em torno da liderança do presidente Nicolás Maduro, o posicionamento nacional da liderança política militar, do PSUV e o Polo Patriótico; a manutenção operacional dos exercícios militares Angostura 200 em todo o território nacional, em 2019; a organização e desdobramento de dois milhões de milicianos nos 335 municípios; a luta frontal contra os traidores e corruptos; o aumento progressivo da produção de um milhão de barris de petróleo; a inovação e a diversidade de projetos produtivos de alimentos e medicamentos; a consolidação das comunas; o uso da ciência e tecnologia para substituir a dependência das importações; a recolha de milhões de assinaturas exigindo a paz do governo e do povo dos Estados Unidos; a diplomacia bolivariana a favor da paz e pela livre determinação das nações e o fortalecimento da solidariedade internacional com povos, governos e organizações mundiais, como Rússia, China, Irã, Turquia, Índia, Vietnã, Cuba, Bolívia, Alba, Petrocaribe, Celac, OPEP e Mnoal, para alcançar a pátria livre socialista bolivariana inexpugnável.

NO CONTEXTO:

– De acordo com um estudo realizado pela firma de pesquisas Hinterlaces, 86% dos venezuelanos discordaram das agressões imperialistas do governo dos Estados Unidos (EUA) contra o país. Esta informação foi divulgada, em 24 de fevereiro, pelo jornalista José Vicente Rangel em seu programa José Vicente Hoy, transmitido em um canal de televisão privado. A Hinterlaces realizou este estudo entre 4 de fevereiro e 20 de fevereiro, com 1.580 entrevistas diretas em residências da Venezuela toda.

– «Os povos indígenas concentraram-se na fronteira com a Colômbia, no Estado de Zulia, pela dignidade da Venezuela e em apoio à Revolução Bolivariana», disse o Presidente da República, Nicolás Maduro. A informação foi publicada junto com um vídeo do chefe de Estado venezuelano na rede social Twitter.

– No sábado, 23 de fevereiro, em Nova York, foi realizada uma grande manifestação que exigiu o fim das intervenções de outros países nos assuntos do país sul-americano.

– O Congresso Pan-Africano apoia a Revolução Bolivariana: o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela para os Assuntos Internacionais, Adán Chávez, teve uma reunião com representantes de vários países da África. O evento foi realizado na Casa da Diversidade Cultural em Los Rosales.

– A Secretaria Executiva do Fórum de São Paulo denuncia as ações do governo dos Estados Unidos contra a Venezuela.

– A Assembleia Internacional dos Povos reuniu-se no dia 24 de fevereiro no Hotel Alba Caracas, composta por membros de diferentes movimentos sociais ao redor do mundo para expressar sua solidariedade e apoio à nação caribenha, diante das ameaças intervencionistas do governo dos Estados Unidos.

– O chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que, após o bloqueio imposto ao país, ele aceitou a ajuda humanitária legal oferecida pela União Europeia, que será coordenada com a Organização das Nações Unidas. Durante uma reunião com o povo de Caracas, nas imediações do Palácio de Miraflores, Maduro prometeu pagar por todos os suprimentos que cheguem aos portos venezuelanos, porque «não somos mendigos de ninguém».

http://pt.granma.cu/mundo/2019-03-08/a-incursao-imperialista-contra-a-venezuela