Basta de mentiras sobre a Venezuela!
Resposta ao Relatório sobre a Venezuela da Alta Comissionada do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet
O Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos rechaça energicamente o Relatório sobre a Venezuela apresentado em 4 de julho pela Alta Comissionada do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet.
O Relatório mente escandalosamente sobre a realidade da Venezuela, utilizando a mesma narrativa empregada até o cansaço pelo governo dos Estados Unidos na condenação e desqualificação do legítimo presidente Nicolás Maduro.
Ignora vergonhosamente o caráter criminoso de mercenários como Leopoldo López que em 2017 alentaram crimes de ódio com as guarimbas, praticaram assalto e destruição de hospitais , armazéns de alimentos e medicinas e queimaram vivos ante os olhos do mundo jovens humildes por serem chavistas.
Nada diz o Relatório sobre a tentativa de magnicídio ao presidente Maduro em agosto do 2018, financiado pelos EUA e executado por uma oposição mercenária e apátrida.
Também não menciona o desconhecimento da institucionalidade e o ataque à democracia do patético Juan Guaidó que se autoproclamou “presidente ” seguindo instruções da Casa Branca. Nem uma palavra sobre a violação à Convenção de Viena na proteção das embaixadas quando os fantoches de Trump, Pompeo e Bolton, nomearam embaixadores e se consumou o assaltou à sede dos escritórios da embaixada da Venezuela em Washington protegida heroicamente por amigos solidários norte-americanos.
Falta à verdade o Relatório quando minimiza o titânico esforço do governo revolucionário de Venezuela na proteção dos direitos à alimentação, à educação, à moradia e o cuidado à saúde de seu povo.
Resulta ofensivo e grotesco que o Relatório assinale que as mulheres venezuelanas trocam sexo por comida.
Indigna que não mencione a brutal ingerência dos Estados Unidos para destruir a Revolução Bolivariana e impor um governo submetido aos interesses do império. Não condena a ameaça sustentada de intervenção militar, o chamado à deserção à força Armada Nacional Bolivariana, a guerra econômica sem quartel, o bloqueio, saque e roubo dos recursos financeiros do Estado venezuelano.
Não há uma palavra em todo o Relatório que condene as sanções impostas pelos EUA, que entraram em vigor em abril, contra a empresa estatal Petróleos de Venezuela, PDVSA, e que atentam diretamente ao principal recurso econômico do país, violam o direito internacional por seu caráter extraterritorial ao sancionar terceiros países, entidades e empresas que comprem petróleo da Venezuela.
O bloqueio dos EUA é a principal causa do sofrimento do povo venezuelano. Donald Trump e seus falcões são os máximos violadores dos direitos humanos.
Com data de 23 de maio, depois do falecimento do menino venezuelano Giovanni Figuera de seis anos de idade, iniciamos uma campanha de cartas dirigidas à Sra. Bachelet e ao Secretário Geral da ONU. Dias depois faleceu Roberth Redondo de sete anos. Em nossas cartas solicitamos “a urgente intervenção da Alta Comissionada para pôr fim ao bloqueio dos EUA contra a Venezuela e evitar a morte de meninos e adultos com graves sofrimentos”.
Passaram-se dois meses e ainda estamos esperando resposta.
Os nomes dos pequenos Giovanni e Roberth mereciam um lugar no Relatório, uma menção que mitigue a dor de suas famílias e seu povo, uma linha de condenação por negar os recursos dispostos pelo governo venezuelano para a operação de transplante de medula óssea a meninos com leucemia. Meninos que não puderam ser operados por causa do criminoso bloqueio dos EUA.
O Relatório não só manipula e nega a verdade, ignora as provas e considerações contribuídas pelo governo, invisibiliza as vítimas das guarimbas e a todos os que estão sofrendo as consequências do bloqueio dos EUA. Tampouco condena a sabotagem que deixou sem luz e água o povo venezuelano durante uma semana.
A Sra Bachalet é mulher, latino-americana, médica e foi presidenta de um país como o Chile, onde os carabineiros assassinaram um estudante de 14 anos por se manifestar por uma educação melhor. Um país em o que se tornam vulneráveis diariamente os direitos do povo mapuche, onde não se julgaram e condenaram todos os crimes de lesa humanidade perpetrados pela ditadura, onde os operários, os trabalhadores e os mineiros são brutalmente assassinados.
Perguntamo-nos onde ficou a memória de seu pai, assassinado pela ditadura militar de Pinochet. Onde está a objetividade, a imparcialidade, a ética e a verdade de que fala a Alta Comissionada?
O Relatório entregue em 4 de julho seria um presente ao magnata que ocupa a Casa Branca?
É de enorme gravidade que o Relatório Bachelet não contribua com o diálogo e a paz, inclinando a balança em favor do agressor, no lugar de fazer pelo povo agredido.
Chamamos a desconhecer, repudiar e denunciar a distorção política, unilateral, mentirosa, ofensiva e irresponsável do Relatório sobre Venezuela.
A quem mais dano faz não é à Revolução Bolivariana que segue resistindo todos os embates. Seu povo e seu governo saberão levar a verdade que se tergiversa e esconde no pérfido Relatório. O dano enorme é à credibilidade da ONU.
Terá que voltar a pensar no que nos dizia o Padre Miguel D´Escoto, a quem lhe sobrava toda a ética e a valentia política que falta à Sra Bachelet: Há que refundar a ONU.
8 de Julho, 2019
Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos
http://solidariedadecubarj.blogspot.com/2019/07/resposta-do-comite-internacional-ao.html