A impunidade do “dissidente” Vilar Mendoza

Ogunguerrero/Rebelión

A recente campanha desatada ao redor da morte do cidadão cubano Wilmar Villar Mendoza coloca sobre o tapete político um ponto que parece se camuflar no violento rigor dos debates e os enfrentamentos midiáticos. Refiro-me a sua, virtualmente conhecida, impunidade para cometer delitos pelo simples fato de se considerar um prisioneiro político.

As próprias fontes propagandísticas sem freio da oposição mercenária escapam da contradição entre a data do Certificado Médico em que consta a agressão dele à sua esposa, em julho de 2011, e seu suposto ingresso na Organização que o seduziu, em agosto de 2011. É uma estratégia usada antes com Orlando Zapata Tamayo, que foi captado pela dissidência por ativistas menos dispostos a arriscar sua vida pela causa que dizem defender. Esta demagogia foi a verdadeira causa do fim da vida do recluso.

A necessidade de buscar elementos de ataque à conduta cubana com os presos, que libertou os sempre nomeados na lista e concedeu anistia a outros por causas comuns, fez que, num desenfreado macartismo, organizações e políticos se pronunciassem no caso sem respeitar as mais essenciais normas do direito e das relações internacionais.

São estas violações que, entretanto, passeiam impunemente pelas agências de noticias graças ao abuso de informação que tem a permissão de fazer. Nos códigos aos quais respondem pelos seus cargos, atitudes desse tipo podem ser objeto de criminalização.

Existe um contubérnio com a Guerra Fria que ainda se impõe a Cuba. Mas a norma da dissidência busca a qualquer custo seduzir ao delinqüente com a impunidade.

Pode-se cometer um delito grave em Cuba e declarar-se, já na prisão, opositor, para que sua história seja considerada uma manipulação das fontes oficiais cubanas por parte da bem financiada dissidência, no interior e, sobretudo, fora do país. E, além disso, para que seus delitos sejam bem vistos e convertidos numa espécie de patrimônio intangível da dissidência. Os monopólios da informação e seus replicadores não confirmam os dados e, tampouco, consideram  honesto nada que venha de quem não coopere com seu terrorismo midiático, seus padrões de avaliação de desqualificação.

Basta comprovar que apenas tomaram em conta informações documentais sobre a situação no povoado oriental de Contramestre durante o enterro de Villar, nem consideram válidos o editorial do Diário Granma ou as Declarações do Ministério de Relações Internacionais de Cuba. Tampouco consideraram confiáveis os diagnósticos médicos, obviamente.

O que necessitam, em essência, é seduzir o delinqüente, ou seja, perverter cada vez mais ao lumpem-proletário, para que atue nos âmbitos da propaganda suja como exemplo de uma crueldade que, no fim das contas, não consegue demonstrar. No entanto, o delinqüente comum necessita um longo processo de conscientização para se converter em dissidente político, algo que também é esquecido, apesar de que surge à vista de imediato, nos sumários daqueles que, com sua vida em resguardo, instigam a gente simples a se suicidar.

Traduzido pelo Coletivo Paulo Petry, núcleo da UJC/PCB formado por estudantes de medicina em Cuba.

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