Índia: trabalhadores intensificam a luta
Na Convenção Nacional dos Trabalhadores indianos participaram os líderes de dez centrais sindicais do país
Créditos / Central Trade Unions / Newsclick
AbrilAbril
A Convenção Nacional dos Trabalhadores indianos verificou a necessidade de elevar a luta «para o nível da resistência», avançou para novas exigências e mobilizações, e começou a preparar uma greve geral.
A greve ainda não tem data marcada, mas, de acordo com a moção aprovada no encontro da última quinta-feira, ficou estabelecido que será realizada durante os debates orçamentais do início do próximo ano.
O plenário decidiu ainda que, no próximo dia 26 de novembro, terá lugar uma manifestação nacional na capital do país para assinalar um ano de luta dos agricultores.
A convenção, que se realizou em Nova Déli, foi convocada por uma plataforma que reúne dez centrais sindicais da Índia, além de muitas federações e associações setoriais independentes, incluindo a Samyukta Kisan Morcha – a coligação de sindicatos agrícolas que tem dinamizado a luta contra as leis que prejudicam o setor.
As decisões tomadas no encontro, que reuniu trabalhadores e dirigentes sindicais de todo o país asiático, inscrevem-se num contexto de desemprego crescente, de aumentos de preços dos bens essenciais e de desvalorização dos salários, refere o portal Newsclick.
Na moção aprovada, os dirigentes sindicais acusaram o governo de Narendra Modi de não ter prestado a ajuda necessária aos trabalhadores durante a pandemia e de ter optado por avançar com a «privatização imprudente» dos ativos nacionais e das empresas do setor público, indica a fonte.
Defender o emprego, valorizar o trabalho, exigir mais ajudas e combater as privatizações
Os diversos oradores, que se referiram à luta em curso dos agricultores, pediram aos delegados presentes que transmitam às bases as reivindicações aprovadas na convenção e garantam o êxito da greve em todo o país durante a próxima sessão de debate orçamental, informa o portal Peoples Democracy.
Entre as reivindicações do programa nacional de luta decidido esta quinta-feira, contam-se a revogação dos códigos laborais, a eliminação das leis danosas para o setor agrícola e o «não» às privatizações.
A plataforma de sindicatos exige ainda uma ajuda alimentar e de rendimentos para quem não paga impostos, o prolongamento da garantia de emprego nas zonas urbanas, a segurança social universal para os trabalhadores do sector informal.
Reclama também maior proteção para os trabalhadores na primeira linha de combate à pandemia, aumento do investimento público na agricultura, na educação, na saúde e nos serviços públicos, bem como medidas para barrar a alta dos preços.
«Há sem dúvida desafios colocados ao movimento operário. Mas nós estamos levando adiante a nossa luta unificada no combate a esses desafios», afirmam os trabalhadores na moção aprovada.