Comunistas indianos denunciam onda de ataques em Tripura
O Partido Comunista da Índia (Marxista) denunciou recentemente a onda de violência contra seus militantes no estado de Tripura, alegadamente perpetrada por simpatizantes do Partido Bharatiya Janata (PBJ) e membros da organização de extrema-direita RSS.
As agressões e atos de vandalismo promovidos contra comunistas e outros militantes de esquerda ocorreram dias depois do anúncio da vitória do PBJ – força nacionalista hindu de direita no poder na Índia – nas eleições para a Assembleia Legislativa de Tripura, estado no Nordeste do país onde há 25 anos governavam os comunistas.
A imprensa dá conta de alguns confrontos na região logo após o triunfo do PBJ nas eleições, que tiveram lugar em meados de fevereiro, tendo o Partido Comunista da Índia (Marxista) acusado as forças nacionalistas de direita de atacar os seus centros de trabalho.
Perante esta situação, o secretário-geral do PCI (M), Sitaram Yechury, convocou manifestações em nível nacional para repudiar a violência, bem como a destruição de estátuas de Lenin nas localidades de Belonia e Sabroom.
Num comunicado emitido recentemente, o PCI (M) afirma que foram atacadas mais de 1500 casas, 196 das quais pertenciam a «militantes e dirigentes» do partido, e «foram incendiadas». Para além disso, precisa a nota, 134 centros de trabalho do PCI (M) foram danificados, 64 dos quais ficaram totalmente destruídos.
Os comunistas indianos acusaram o governo federal, liderado por Narendra Modi (PBJ), de estar por trás desta onda de violência, afirmando que algumas das suas sedes estavam sendo ocupadas pelo PBJ e «o seu mentor ideológico», o movimento Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), nacionalista hindu, de extrema-direita.
Biplab Deb, que é agora o ministro principal de Tripura, avisou que qualquer pessoa envolvida em atos de violência será julgada, indica a Prensa Latina. Por seu lado, Rajnath Singh, ministro do Interior a nível federal, ligou ao governador do estado de Tripura, Tathagata Roy, e ao chefe da Polícia, A. K. Shukla, para lhes «pedir que assegurem a paz e a segurança».
Ainda de acordo com a Prensa Latina, o vice-ministro do Interior, Hansraj Ahir, também condenou a violência, mas defendendo que «não são necessárias estátuas de líderes estrangeiros na Índia».
Solidariedade do PCP
Numa nota emitida hoje pelo seu gabinete de imprensa, o PCP «condena veementemente as agressões e os atos de vandalismo, destruição e saque perpetrados no estado de Tripura contra os comunistas e outras forças progressistas indianas», a quem expressa a sua solidariedade.
As «inaceitáveis ações anticomunistas e antidemocráticas, promovidas no rescaldo da vitória do Partido Bharatiya Janata e seus aliados nas recentes eleições legislativas neste estado, demonstram o caráter reacionário destas forças nacionalistas», denuncia o PCP, que exige o fim imediato da violência e a «cabal responsabilização dos seus autores» .
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