Apelo da Frente Popular para a Libertação da Palestina

Por ocasião do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino

Ao nosso grandioso povo palestino em todos os lugares.

Às massas de nossa nação árabe e islâmica.

A todos os livres e honrados do mundo.

Com todos os sentimentos de orgulho e coragem, apesar da dor e das feridas, nosso povo comemora este ano, junto com todas as pessoas livres de nossa nação e os dignos deste mundo, no vigésimo nono dia deste mês de novembro corrente, o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino. A data foi aprovada em 29 de novembro de 1977 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que declarou este dia como um dia mundial de solidariedade com o povo palestino, reconhecendo a tragédia que lhe ocorreu, resultante da invasão sionista ocidental desde a catástrofe de 1948, com o apoio ocidental. Um dos resultados mais proeminentes desta tragédia é a expulsão dos palestinos de sua terra, a apropriação de seus bens e a dispersão em todos os cantos do mundo, bem como a capacitação das gangues sionistas a estabelecerem sua entidade usurpadora em toda a terra palestina e a continuação das forças colonizadoras, que fornecem todo o apoio e assistência ao estado da entidade usurpadora, a fim de garantir sua sobrevivência, protegê-la e capacitar-lhe a prosseguir com campanhas de genocídio e limpeza étnica contra o povo palestino, com vistas a liquidar a sua causa nacional.

Ó grandes massas de nosso povo e nossa nação! Ó todos os livres e honrados do mundo! Há mais de cinquenta dias, nosso heróico povo palestino na faixa de Gaza está sendo submetido a uma agressão brutal e a massacres coletivos sem paralelo na história humana. Em uma campanha de genocídio e limpeza étnica, realizada pelo estado da entidade usurpadora, em parceria com os Estados Unidos e com o apoio da maioria dos governos colonizadores do oeste europeu, e com a impotência e a traição árabe oficial. Todos esses crimes brutais e massacres de que a humanidade se envergonha são perpetrados pela ocupação em uma tentativa desesperada e frenética de implementar seus planos de eliminar o povo palestino e liquidar sua justa causa, usando toda a munição proibida internacionalmente e suas capacidades tecnológicas avançadas.

Disparam nos civis inocentes e destroem casas com seus habitantes, alvejando hospitais, equipes médicas e de socorro, escolas, lugares de culto, equipes de imprensa, cercando, promovendo a fome e cortando eletricidade, água e comunicações, prendendo médicos e enfermeiros, dos quais dependem os feridos e as crianças mutiladas nas alas dos hospitais, eliminando tudo o que tem a ver com a vida humana. Todos esses crimes não teriam acontecido se não fosse pela parceria e apoio ocidental que transformou o estado de ocupação em uma entidade acima da lei internacional e humanitária e jogou fora todos os valores, leis humanitárias, éticas e legais sem prestar contas.

Todos esses massacres e crimes são apenas a ponta do iceberg do que o exército de ocupação e seus colonos cometem na Faixa de Gaza em particular e em toda a terra palestina, em Jerusalém, na Cisjordânia e na Palestina ocupada em 1948, incluindo invasões e detenções diárias, ataques contra os cidadãos palestinos, invasão de cidades, aldeias e acampamentos. É uma política de assassinatos diários, que resultou, apenas na Cisjordânia, na martirização de mais de duzentos e trinta cidadãos nos últimos cinquenta dias, ferindo mais de dois mil cidadãos com lesões diferentes e prendendo mais de três mil e duzentos outros, incluindo idosos, crianças e mulheres, além de práticas cruéis contra os prisioneiros palestinos nas prisões e campos sionistas, resultando nos últimos cinquenta dias na martirização de seis prisioneiros devido à tortura e práticas cruéis do serviço penitenciário sionista.

Apesar de todos esses métodos sionistas, que o mundo tem acompanhado nas telas de televisão e nas redes sociais, e que até agora resultaram na morte de mais de vinte mil cidadãos e sete mil desaparecidos, a maioria deles crianças e mulheres, e dezenas de milhares de feridos, com a destruição de cerca de setenta por cento das unidades habitacionais e setores de serviços vitais, nosso povo conseguiu com sua resistência e sacrifícios e a bravura de seus heróis combatentes enfrentar a máquina assassina sionista. Esta só conseguiu matar e destruir e foi incapaz de quebrar a vontade de nosso povo e de alcançar qualquer realização militar nos campos de batalha e nas áreas de confronto. Nosso povo humilhou os líderes e oficiais do exército de ocupação, esmagando sua arrogância e prepotência, ao queimar seus tanques e blindados e combatendo suas tropas nas ruas e vielas da Faixa de Gaza. Muitas surpresas ainda aguardam os sionistas.

Ó grandes massas de nosso grandioso povo palestino! Ó todos os livres e honrados de nossa nação e do mundo! A batalha de 7 de outubro deste ano formou um marco qualitativo e estratégico na história da luta do povo palestino ao longo de mais de um século de resistência e sacrifícios. Foi uma resposta e um grito para este mundo injusto, que não se importou com o sofrimento de nosso povo por mais de cem anos. O que a máquina de mídia sionista-ocidental está divulgando, de que o que está acontecendo em Gaza é uma resposta a 7 de outubro, é uma mentira e um engano para desviar a opinião pública mundial e apresentar a entidade de ocupação como uma vítima, enquanto representa a verdadeira face da brutalidade, criminalidade e falta de valores, ética e padrões humanos. Portanto, afirmamos que esta guerra aberta não começou em 7 de outubro e não terminará nesta rodada de batalha. O conflito permanecerá aberto até que o mundo reconheça sua culpa e seu crime histórico contra nosso povo. Nesses dias gloriosos e dolorosos do nosso povo e da sua luta nacional, diante do tamanho dos riscos e desafios que eles enfrentam, apelamos para o seguinte:

1. Chamamos para a formação imediata de um comando de emergência palestino unificado para enfrentar a agressão sionista, administrar a batalha em termos militares e políticos e para derrotar os objetivos da agressão.

2. Reafirmamos que apenas o nosso povo palestino tem o direito exclusivo de determinar seu próprio destino, e advertimos quem quer que se atreva a negociar com qualquer projeto suspeito, pois nosso povo lidará com eles como lida com as forças de ocupação.

3. Chamamos as massas do nosso povo palestino em todos os lugares e todos os livres em nossa nação e os honrados do mundo a continuar com seus movimentos e atividades solidárias com nosso povo, condenando os crimes da ocupação e continuando a protestar nas ruas e praças até que a agressão pare.

4. Chamamos as massas de nossa nação árabe e islâmica a intensificarem seus movimentos e pressionarem seus regimes a elevar suas posições no nível da pulsação dos povos que aspiram à libertação e se colocam contra as restrições de subserviência à Administração dos Estados Unidos, tomando decisões corajosas e passos ousados que levarão ao fim da agressão e fornecendo tudo o que pode fortalecer a resistência de nosso povo e a permanência à sua terra.

5. Chamamos a iniciar e intensificar campanhas de apoio ao nosso povo de várias formas, em todas as frentes legais, políticas, diplomáticas e midiáticas, para revelar os crimes da ocupação, seus apoiadores e seus cúmplices, rastreando todos os seus movimentos e processando-os perante os tribunais internacionais como criminosos de guerra.

6. Chamamos a boicotar todas as empresas que apoiam a entidade de ocupação e seus produtos, a aumentar a conscientização popular sobre a importância do boicote para privar a economia da ocupação e seus apoiadores, impondo graves perdas às estruturas empregadas em sua execução de massacres e crimes contra o nosso povo.

7. Afirmamos que as Nações Unidas e suas instituições são cúmplices da agressão a nosso povo e as responsabilizamos totalmente por encobrir os crimes da ocupação; exigimos a busca séria em nível internacional por encontrar uma base de referência internacional fora do domínio e controle dos Estados Unidos e seus aliados, pois o mundo não conhecerá segurança e estabilidade sob esse domínio.

Viva o Dia Internacional de Solidariedade com nosso povo. Viva os sacrifícios do nosso povo. Glória aos mártires. Liberdade para os prisioneiros. Rápida recuperação para os feridos.

Certamente, seremos vitoriosos.

Frente Popular para a Libertação da Palestina
Departamento de Mídia Central
28-11-2023