Plebiscito no Chile: uma derrota política da direita
Foi assim que o presidente do Partido Comunista do Chile, Lautaro Carmona, resumiu o resultado do plebiscito realizado no país. Ele observou que “uma declaração clara e categórica foi feita pelos cidadãos contra uma proposta de texto constitucional construída a partir de um único ângulo, feita com base em um único setor do país e não imaginando que esta é uma sociedade que possui diversas comunidades e tendências”. O dirigente enviou uma mensagem a toda militância do Partido Comunista, pela qual expressou que “temos o direito de sentir uma satisfação saudável por termos dado um contributo. Temos muita clareza de que foi uma diversidade muito grande, do ponto de vista político, do ponto de vista social, do ponto de vista etário, que há uma diversidade muito grande por trás destas abordagens e, dentre elas, houve a contribuição apresentada mediante as bandeiras e o pensamento dos comunistas.”
El Siglo – Santiago. 17/12/2023
“Uma declaração clara e categórica foi feita pelos cidadãos contra uma proposta de texto constitucional construída a partir de um único ângulo, feita com base em um único setor do país, e sem imaginar que esta é uma sociedade que tem diversas comunidades, tendências”.
Esta foi a primeira reação de Lautaro Carmona, presidente do Partido Comunista do Chile, após o triunfo da opção “Contra” no plebiscito deste domingo, quando mais de 55% dos cidadãos rejeitaram o texto que o Partido Republicano havia imposto junto com o conglomerado de direita Chile Vamos. “É uma ótima notícia, sentimos uma grande satisfação”, disse à imprensa. O dirigente destacou que o resultado é “um fato político de grande importância no imediato e com uma perspectiva estratégica”.
“Um triunfo para qualquer um? Eu diria que é mais uma derrota política por parte do Partido Republicano e da direita, que não cedeu nada”, ao hegemonizar o Conselho Constitucional que elaborou a proposta hoje rejeitada, expressou Carmona. Agregou que “queriam impor um acerto de contas pelo que tinha acontecido no dia 4 de setembro do ano passado (a rejeição da proposta da Convenção Constitucional), mas a resposta dos cidadãos não foi nem isso, nem aquilo”.
Consultado sobre estes quatro anos de processo constitucional e duas propostas constitucionais rejeitadas pelo povo, o presidente do PC destacou que “assumo que os partidos têm o desafio de aprender com este processo, que foi constitucional, democrático, de participação cidadã. São muitas as lições que as partes devem tirar para aprofundar, aperfeiçoar e avançar muito mais as políticas com que nos comprometemos com o povo, porque são elas que faltam ao país.”
Como tem sido a linha do oficialismo, o timoneiro do PC garantiu que “é claro e categórico que não há possibilidade de reabertura de um processo constitucional neste período, nem mesmo possibilidade”. Explicou que “primeiro, porque requer uma reforma constitucional que não vai contar com os votos dos partidos no poder, segundo porque há dois anos consecutivos de grandes processos eleitorais (os que estão por vir), incluindo Governo e Parlamento, e terceiro, a leitura destas duas respostas que já recebemos da soberania cidadã e democrática.”
Lautaro Carmona sublinhou que o resultado deste plebiscito atualiza “a urgência de políticas públicas que abordem as grandes questões que o país tem na segurança, na educação, na saúde, nas pensões”.
O presidente do Partido Comunista, Lautaro Carmona, fez chegar uma mensagem aos militantes e às militantes da sua coletividade através do RRSS. O texto completo é o seguinte: “A primeira mensagem é de reconhecimento, saudação e encorajamento a todos os militantes ativos e simpatizantes, homens e mulheres, jovens e idosos, que em todo o Chile se comprometeram com esta grande brigada pela forma de transmitir ideias e conversando com uma multidão de pessoas em sua vizinhança, no trabalho, em centros recreativos, em tantos lugares quanto possível, para dizer-lhes que, para o benefício do Chile, para o benefício das lutas democráticas, dos direitos das mulheres, para o benefício dos direitos sociais que o Estado deve resolver, o mais avançado, o mais produtivo, foi manifestar-se contra este projeto que a direita fez e que obteve grande derrota.”
“Temos o direito de sentir uma satisfação saudável por termos dado uma contribuição. Temos muita clareza, foi uma diversidade muito grande, do ponto de vista político, do ponto de vista social, do ponto de vista etário, que há uma diversidade muito grande por trás destas abordagens, e entre elas, uma contribuição que fizemos por meio das bandeiras e do pensamento dos comunistas, respeitando absolutamente as regras do jogo que nos impusemos para atingir cada vez mais setores. Essa é uma primeira mensagem.
“O que vem a seguir, devemos tirar daqui as conclusões, as energias, que nos permitam fortalecer e consolidar o nosso vínculo com o povo e particularmente sermos contribuidores para o fortalecimento do movimento social, especialmente do movimento sindical, popular, estudantil, cultural, dos direitos humanos, para que a rede social onde os povos indígenas estão incluídos em termos significativos, seja um fator democrático nas definições que surgirem e que serão ordenadas pelas grandes prioridades de políticas públicas que o país exige em segurança, pensões, na saúde, no salário, na educação e na habitação.”
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)