Os comunistas diante do G20

LUTAR CONTRA O IMPERIALISMO E FORTALECER A CÚPULA DOS POVOS!

Comitê Regional do PCB RJ

Realiza-se, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro a 19ª Reunião de Cúpula do G20, um fórum informal que reúne as 19 maiores economias do mundo – África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia –, congregando, ainda, a União Europeia e a União Africana. O G20 é presidido pelo Brasil desde o final de 2023, e o mandato se encerra ao final de 2024.
O Grupo foi criado em 1999 em função das crises que vinham ocorrendo na economia global, refletindo as contradições geradas pela globalização e pela vigência das políticas neoliberais em muitos países, como as crises das bolsas do México, em 1994, da Ásia, em 1997, da Rússia, em 1998 e do Brasil, em 1999, além da crise da Libra, em 1992 e da entrada em circulação do Euro, em 1999.

Naquele período, começavam a ocorrer contraposições de governos nacionais a essas políticas, e a Rússia começava a operar como potência. O objetivo da criação do G20 era o garantir a estabilidade da economia mundial e a concepção neoliberal na regência do comércio e dos fluxos financeiros internacionais e também nas políticas nacionais, reforçando, entre outras medidas, a austeridade fiscal, com os cortes nos gastos públicos, que limitam a ação social dos Estados e favorecem as grandes empresas.

O G20, no entanto, debate outros temas de interesse mundial, como os conflitos internacionais, as crises humanitárias e a crise ambiental, a questão da dívida dos países mais pobres, das emergências de saúde, da cooperação no campo energético e em outras áreas.

É clara a prevalência dos países desenvolvidos, que já haviam constituído o G7, em 1975, para organizar o bloco capitalista frente aos avanços, então em marcha, da União Soviética e do bloco Socialista. No entanto, estão no G20 a China e a Rússia, com políticas de formação de alianças internacionais que não repetem os padrões de dominação coloniais e neocoloniais, os países do BRICS, que formam uma coalizão política e econômica alternativa ao poder dos Estados Unidos, ainda que prevaleçam, nesse arranjo, as políticas e estruturas capitalistas, países da África (representados pela União Africana) e outros países que não tem alinhamento automático com os EUA, como Turquia e México. Assim, há uma representatividade maior no G20 e, pode-se dizer, um campo de disputa em confronto com as ações do imperialismo dos EUA e seus aliados.

O Brasil, ao longo do exercício de sua presidência no G20, apresentou três pautas que considera prioritárias para o debate: a necessidade de mudar-se a governança global, com a mudança da estrutura da ONU e de outras organizações multilaterais para sua maior efetividade e a inclusão de mais países em desenvolvimento, o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, e o enfrentamento efetivo da crise ambiental.

O que se pode esperar do Brasil? Não muito além do que o atual governo vem pleiteando nos fóruns internacionais, como uma maior multipolaridade, parcerias para o financiamento do desenvolvimento, iniciativas como as que ora apresenta no G20, que são positivas, mas de efetividade muito limitada, na forma em que dão os acordos e a formação de consensos no G20. O Brasil não é dos trabalhadores, é, predominantemente, dos grandes grupos econômicos, do agronegócio, dos grandes bancos, das grandes empresas industriais e comerciais. E é essa a representação de classes no governo, onde os trabalhadores estão em minoria.

Nesse contexto, os comunistas e todos os que lutam por igualdade e justiça social têm o dever de denunciar o caráter estrutural do G20 – o de ser uma articulação para defender o capitalismo internacional e as políticas neoliberais. Devemos pressionar o governo brasileiro para que suas posições e propostas apresentadas nesse e em outros fóruns se aproximem ao máximo daquelas que dizem respeito à maioria, à classe trabalhadora, como as da soberania e do direito à autodeterminação dos povos, a da denúncia do genocídio praticado por Israel em Gaza e no Líbano e a exigência da retirada das forças armadas israelenses de todos os território ocupados e a da criação do Estado Palestino, o combate à desigualdade entre os países e em meio a cada país, à promoção do desenvolvimento integrado, à taxação dos ricos e dos fluxos financeiros internacionais, a efetividade no enfrentamento da crise ambiental.

Estaremos presentes na Cúpula dos Povos, no dia 14/11, às 14h na ABI e no dia 16 de novembro estaremos na Marcha dos Povos: Palestina Livre do Rio ao Mar – Fora Imperialismo, em Copacabana, no posto 6, e nas outras atividades previstas nesse período, no Rio de Janeiro. No dia 15/11 nos somamos às manifestações convocadas em todo o Brasil pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução de salários.

Reafirmamos nossa luta pelo Socialismo e pelo Poder Popular!