Solidariedade à Ocupação Poeta Colibri!

Quando famílias camponesas simples começam a entender de seus direitos e se organizam para ocupar um latifúndio há décadas abandonado, o sistema escancara sua cara.

Por último, foram 38 dias seguidos de constantes ordens de despejo contra a Comunidade Poeta Colibri, localizada em Morrinhos, pequeno município do interior do Ceará.

Trinta e oito dias de perseguição de um juiz que deixou evidente sua macomunação com o latifúndio. O que revoltou a todos.

Porém, contrariando a lógica do poder capitalista, as 52 famílias resistiram. Montaram barricadas, hastearam bandeiras da Palestina, por considerarem suas histórias semelhantes, e conquistaram uma ampla e irrestrita solidariedade.

Sindicatos, movimentos e organizações populares, grupos de universidades, coletivos de médicos e advogados populares, partidos políticos, aldeias indígenas, comunidades rurais e urbanas; enfim, o apoio veio dos quatro cantos do país.

No dia D, em que a polícia apareceria para expulsar a todos com violência, a Comunidade Poeta Colibri não estava de jeito nenhum sozinha.

Com menos de um ano de existência, a Comunidade se tornou um centro de referência na região. Onde antes se cultivava especulação e opressão, agora se planta e se colhe uma infinidade de alimentos. Mesmo sem água encanada, sem energia elétrica e sob covardes ameaças.

“A tendência aqui não é desistir. É resistir”, como declarou calmamente seu Luiz Moreno, um dos moradores.

E no dia D, a carne das barricadas e da solidariedade se fez verbo. Na parte da noite do dia 07/07, a ordem de despejo foi suspensa por um outro juiz.

“Obtivemos uma importante vitória, merecedora de muita comemoração, mas a guerra não acabou. Teremos outras batalhas pela frente e precisamos estar preparados. Ao menos conquistamos uns dias para aprofundar os trabalhos na terra, os laços de solidariedade e fincarmos ainda mais nossas raízes”, falou Thales Emmanuel, militante da OPA, Organização Popular que a Poeta Colibri integra.

Nós, do Partido Comunista Brasileiro, junto com nossos coletivos, que participamos da resistência desde o dia da retomada, em setembro de 2024, seguiremos atentos e dedicados a ir com a Poeta Colibri e a OPA até o final, e mesmo depois dele. Sim, até depois da conquista definitiva da terra, porque o inimigo da humanidade, o capitalismo, provavelmente ainda estará existindo quando isso acontecer. E enquanto ele existir, nenhuma conquista da classe trabalhadora estará definitivamente a salvo.

UNIR! LUTAR! CONSTRUIR PODER POPULAR!

SEMOP – Secretaria Nacional de Movimentos Populares
Partido Comunista Brasileiro – PCB