Os sindicatos e a luta pela paz mundial
DECLARAÇÃO SOBRE O DIA INTERNACIONAL DA AÇÃO DOS SINDICATOS PELA PAZ
Nós nos recusamos a trabalhar para a guerra
A Federação Sindical Mundial conclamou todos os seus militantes, sindicatos classistas, seus afiliados e amigos para organizarem atividades honrando o Dia Internacional da Ação dos Sindicatos pela Paz estabelecido em 1º de setembro de 2025. O Dia Internacional da Ação pela Paz constitui um apelo anual à luta, em ocasião do fatídico aniversário do início da Segunda Guerra Mundial, com o ataque da Alemanha Nazista à Polônia, pela memória de milhões de vítimas das atrocidades de nazistas e fascistas, e de todos aqueles que sofrem os conflitos imperialistas e pela sede interminável do grande capital por lucro.
Hoje, com a intensificação de novos e antigos conflitos militares, como na Palestina e na Ucrânia, numa era em que a economia de guerra é a agenda dos imperialistas e as despesas militares disparam, enquanto o fascismo, o racismo e a xenofobia avançam, mais do que nunca a luta pela Paz é uma necessidade. O movimento sindical internacional classista permanece sendo contrário a planos e intervenções de guerra. A FSM condena veementemente a decisão da cúpula da OTAN de 2025 de aumentar os gastos militares dos seus membros a níveis sem precedentes, com os membrosda OTAN sendo obrigados a gastar 5% do seu PIB em “defesa”, o que é mais do que o dobro da meta anterior de 2%. Além disso, os gastos militares aumentam em todas as regiões, mesmo com saltos percentuais de dois dígitos em algumas, nomeadamente na Europa e no Oriente Médio, enquanto 15 países gastam cerca de 75% dos gastos militares globais, o que é de mais de 2 trilhões de dólares, exacerbando o confronto e aumentando o risco de um conflito imperialista generalizado e uma guerra com consequências terríveis.
Ao mesmo tempo, não se pode deixar de mencionar a postura inaceitável e suja dos sindicatos pelegos e dos líderes sindicais rendidos, como a liderança da Confederação Sindical Internacional (CSI) e suas estruturas regionais que, seja através das posições que expressam ou através da ausência consciente de qualquer reação ou protesto contra estas políticas, na prática apoiam planos militaristas imperialistas, dando-lhes respaldo político.
Os trabalhadores e as trabalhadoras exigem que todos estes recursos sejam canalizados para as suas necessidades, para uma vida melhor, para cuidados de saúde adequados e educação de qualidade, para salários e pensões dignos, para benefícios sociais e não para serem “investidos” em guerras e derramamento de sangue pelos interesses e monopólios dos imperialistas. Exigimos o fim imediato e incondicional de todas as guerras e intervenções imperialistas em todo o mundo. Afirmamos a exigência de dissolução da OTAN e de todas as coligações militares, e a abolição total das armas nucleares. Exigimos um cessar-fogo imediato e o fim da guerra na Ucrânia, no Iêmen, no Sudão e em todas as zonas de guerra, no Oriente Médio e em outros lugares. Condenamos e denunciamos com todas as nossas forças a continuação do crime indescritível contra o povo palestino, e exigimos o fim do genocídio, as práticas de limpeza étnica e o uso da fome como tática de guerra. Intensificamos nossa luta contra as campanhas armadas israelenses e a agressão contra o Líbano, a Síria e o Irã, pelo fim da ocupação e dos colonatos nos territórios árabes ocupados, garantido o direito de retorno dos refugiados e o estabelecimento de um estado palestino independente nos termos de 1967, com Jerusalém Leste como sua capital.
Exigimos respeito total à soberania, à independência e ao direito de cada povo escolher o seu próprio caminho e decidir livremente pelo seu presente e seu futuro. Condenamos as exclusões, discriminações, embargos e sanções orquestradas pelos EUA, pela UE e pelos seus aliados contra uma série de países, resultando num impacto direto e prejudicial na vida cotidiana das pessoas comuns. Opomo-nos com toda nossa força à estratégia da economia de guerra, a todos os governos burgueses que escolhem e pavimentam este caminho. É evidente que tanto os gastos da economia de guerra como as implicações da guerra econômica impactam negativamente o nível de vida das camadas populares, já sobrecarregadas pelas consequências das dificuldades econômicas, incluindo o aumento dos preços, a inflação desenfreada e os efeitos duradouros das medidas de austeridade de longa data, enquanto as pessoas comuns pagam com a vida pelas guerras conduzidas para o aumento da rentabilidade das multinacionais.
A posição firme da FSM é afirmada forte e claramente: os trabalhadores e as trabalhadoras, as pessoas de todo o mundo nada têm a esperar e nada têm a ganhar com as rivalidades intercapitalistas em prol do controle geopolítico, econômico e da rentabilidade dos monopólios que resultaram em morte, pobreza e miséria. Nós enfrentamos implacavelmente a economia de guerra e nos recusamos a trabalhar para ela. Lutas e iniciativas devem crescer em todos os países, com sindicatos e amigos da FSM na vanguarda. Os trabalhadores e as trabalhadoras devem seguir os exemplos militantes dos sindicatos classistas e enfrentar qualquer atividade de guerra imperialista, opor-se a qualquer envolvimento do seu país nas guerras, recusar-se a trabalhar para a produção, carregamento e transferência de armas e equipamentos militares, e boicotar qualquer colaboração ou facilitação ligada à ocupação israelense ou outras frentes de batalha ativas.
A FSM conclama trabalhadores e trabalhadoras e e sindicatos militantes em todo o mundo a participarem ativamente no Dia Internacional da Ação sob o lema “Nós nos recusamos a trabalhar para a guerra”, amplificando a voz do internacionalismo e da luta de classes em busca de uma paz duradoura contra a agressão imperialista e a barbárie capitalista.
O Secretariado da FSM
Acesse o jornal da Unidade Classista (setembro 2025): http://unidadeclassista.org.br/wp-content/uploads/2025/09/Jornal-Unidade-Classista-Maio-2025.pdf
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