LEALDADE HISTÓRICA COM CHÁVEZ E A REVOLUÇÃO

“É emblema e bandeira das lutas pela libertação nacional, pela revolução venezuelana”, ressaltou Chávez sobre o PCV

“Foi o Partido Comunista, assim ficará escrito na História, o primeiro Partido que postulou o comandante Chávez como candidato presidencial daquelas históricas eleições de 1998”, ressaltou o Presidente (I) Nicolás Maduro em sua intervenção ante a XII Conferência Nacional do PCV, em 10 de março passado.

“O glorioso Partido Comunista da Venezuela se mantém leal e firme com Chávez e a Revolução”, manifestou Maduro entre vivas e palavras de ordem de Lute, lute, lute, não deixe de lutar, por um governo operário, camponês e popular!

O Mandatário Interino e candidato presidencial do processo revolucionário, frente aos comícios de 14 de abril próximo, qualificou a decisão do PCV de apoiar sua candidatura como um compromisso com a continuidade e aprofundamento da Revolução Bolivariana.

Disse que o PCV foi o primeiro partido a apoiar a candidatura de Hugo Chávez para as eleições presidenciais de 1998, quando tinha apenas 4% de votos nas pesquisas. Posteriormente, aproximaram-se outras organizações com as quais foi formado o Polo Patriótico.

Maduro recordou que em uma reunião ocorrida nesse mesmo ano de 1998, dirigentes do PCV recomendaram ao líder do movimento bolivariano que tivesse cuidado com o manejo público dos férreos ataques mantidos pela direita contra as correntes comunistas.

No entanto, relata Maduro, nessa oportunidade, Chávez deu a conhecer o apoio do PCV a sua candidatura e começou a despontar nas pesquisas. Os movimentos operários e camponeses, além de outras organizações políticas, se integraram posteriormente.

Em 1998, a direita utilizou a figura de Henrique Salas Römer para tentar evitar a vitória de Hugo Chávez. Porém, essa tentativa foi derrotada pelo povo. O líder bolivariano obteve 3 milhões 673 mil 685 votos, 56%, enquanto Salas Römer, 2.860.463.

FIRME DESDE O PRINCÍPIO

Inclusive, antes mesmo das eleições presidenciais de 1998, durante o segundo governo de CAP, imediatamente depois da rebelião militar de 4 de fevereiro de 1992, o então Secretário Geral do PCV, Trino Meleán, propôs projetos, tais como a formação de um governo nacional de emergência que substituísse o criminoso e ilegítimo regime de CAP, a revogação dos acordos vigentes entre a Venezuela e o FMI, o fim da repressão contra os movimentos populares e a destituição e reestruturação dos Poderes Públicos.

Um conjunto de propostas políticas de fundo que, em essência, eram coincidentes com as que o MBR-200 tinha apresentado durante esses dias.

Assim, desde o início do movimento cívico-militar liderado pelo Comandante Chávez, o PCV mostrou importantes convergências, o acompanhando e respaldando, com senso crítico e autonomia orgânica, porém também com lealdade e franqueza.

Quando, todavia, seu próprio movimento estava assumindo a opção eleitoral e estava se transformando oficialmente em Partido político registrado sob a sigla MVR, a X Conferência Nacional do PCV aprovou o apoio à candidatura presidencial de Hugo Chávez.

Foi desta maneira que o PCV, desde 1998 – assim como hoje, com o compatriota Nicolás Maduro –, o primeiro Partido que deu o passo a frente para formar a aliança que o levou á presidência e é o único Partido membro dessa aliança original que jamais vacilou em apoiá-lo.

Neste tempo transcorrido, alguns Partidos se foram; outros fizeram um caminho de ida e volta; alguns mais desapareceram ou mudaram de caráter, de natureza ou de nome; porém o PCV continua firme junto daqueles que, como Chávez, sabem viver e morrer com dignidade pelos mais altos interesses do povo.

CRÍTICOS E PROPOSITIVOS

Diversos setores políticos – de direita, como seria natural, e, particularmente, das fileiras do processo –, procuraram, durante anos, gerar atritos mediante a promoção de diferenças artificiais entre o PCV e o Presidente Chávez.

A Direção comunista assinalava que esses setores, disfarçados com camisas vermelhas, representam e vivem dos males que, todavia, existem na sociedade capitalista e que não se interessam pela resolução dos mesmos, empregavam um discurso de chantagem pública com a figura do presidente Chávez e usavam esse discurso para atacar o Partido Comunista, querendo ocultar sua real intenção de golpear o bastião da luta contra a corrupção, a ineficiência e o burocratismo.

O Partido do Galo Vermelho ressalta que esses setores possuem maiores ou menores níveis de organização e de influência, porém que o mais importante é que o povo trabalhador tenha a capacidade de identificar qual interesse representam e que o parâmetro para medir se uma organização é revolucionária está baseado em seu papel quanto às lutas e às necessidades das e dos trabalhadores e de todo o povo.

Embora algumas pessoas não tenham gostado, o PCV converteu-se na organização que diz o que muitos pensam, mas não falam.

Além disso, expressava com clareza que o reconhecimento à liderança do presidente Chávez não estava determinado por dizer ‘Sim’ a tudo o que ele defendia, e que um processo revolucionário necessita de vozes críticas, analíticas, propositivas com o intuito de fortalecer a revolução.

Os comunistas reivindicam que é responsabilidade das organizações revolucionárias – e do PCV em particular – dizer pública ou privadamente apontamentos críticos com relação a aspectos que se considerem equivocados e o PCV o fez e o faz com o objetivo de aprofundar revolucionariamente o processo de mudanças na Venezuela.

VAMOS VIVER

Até os inimigos de classe não podem ocultar o reconhecimento da firmeza e constância do PCV nas lutas operárias e populares durante quase todo o século XX, seu papel de denúncia e combate contra os governos oligárquico-burgueses do período 1958-1998.

É de destacar que, já em junho de 1991, o PCV manifestava publicamente que o nível de mal-estar popular ante a imposição das políticas neoliberais, a corrupção maciça e a decomposição generalizada do país, tinham alcançado o ponto de ebulição e que tal descontentamento não podia passar inadvertido no seio da Força Armada Nacional.

Menos de uma semana depois da rebelião militar de 4 de fevereiro de 1992, na nota editorial do Tribuna Popular, ante a situação de decomposição política, econômica, social e institucional que vivia o país, se perguntava “Como pode esperar-se que esta situação não seja sentida nas Forças Armadas? Os oficiais e soldados não são filhos do povo?”.

Manifestando publicamente a simpatia pelos anseios e propósitos do então MBR-200, que liderava Hugo Chávez, nessa mesma edição do TP era denunciada a repressão aos movimentos populares e as reiteradas violações aos direitos humanos durante e depois das ações do 4-F, eram explicadas as razões pelas quais a representação parlamentar do PCV no Congresso da República não apoiou a suspensão das garantias constitucionais emitidas por CAP, ficando claro ao PCV que as causas que tinham levado à insurgência do 4-F continuavam vivas e vigentes.

Menos de um mês mais tarde, o Tribuna Popular publicou uma das primeiras entrevistas exclusivas feitas aos quatro Comandantes do 4-F, que se encontravam presos no Quartel San Carlos, em Caracas.

No final da esclarecedora entrevista, realizada pelo jornalista Lino Pérez Loyo, então Secretário Político do Comitê Regional do PCV em Caracas, o próprio Comandante Chávez pontuou seus ideais acerca do Partido do Galo Vermelho: “Não temos medo. Não somos anticomunistas. Uma saudação a essas pessoas. Os comunistas, assim como os militares (…), como o povo venezuelano, têm o direito de serem ouvidos”.

Como forma de homenagem póstuma, lembramos e realçamos as palavras com as quais o Comandante Chávez encerrou a entrevista que nos concedeu em meados de março de 1992: “Estamos dispostos a morrer pela Venezuela. Porém, não vamos morrer! Vamos viver para que ela dure!”. E assim, se converteu em palavra de ordem para o povo: Viveremos e venceremos!

Fonte: http://prensapcv.wordpress.com/2013/03/25/lealtad-historica-con-chavez-y-la-revolucion/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)