A verdade proibida: Os EUA estão a canalizar armas química para a Al Qaeda na Síria
– Quem cruzou a “Linha vermelha”?
– Obama e John Kerry apoiam uma organização terrorista que consta na lista negra do Departamento de Estado
por Michel Chossudovsky
Estará o presidente Obama a preparar o cenário para uma “intervenção humanitária” ao acusar displicentemente o presidente sírio de matar o seu próprio povo?
“Na sequência de uma revisão deliberativa, nossa comunidade de inteligência estima que o regime Assad utilizou armas químicas, incluindo o agente de nervos sarin, em pequena escala contra a oposição múltiplas vezes durante o ano passado”
O vice-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, afirmou numa declaração: “Nossa comunidade de inteligência tem alta confiança naquela estimativa devido a múltiplas e independentes fontes de informação”.
“Obama avisou o presidente Bashar Al Assad das “enormes consequências” de ter cruzado a “linha vermelha” ao alegadamente utilizar armas químicas.
Dinheiro e armas para a Al Qaeda
A saga das armas de destruição maciça (ADM) no Iraque, com base em provas falsificadas, está a desdobrar-se. Os media ocidentais em coro acusam implacavelmente o governo sírio de assassínio em massa premeditado, conclamando a “comunidade internacional” a vir resgatar o povo sírio.
“A Síria transpõe a “linha vermelha” sobre armas químicas. Como responderá Obama?
A “oposição” síria está clamar junto aos EUA e seus aliado para que implementem uma zona de interdição de voo (no fly zone).
A Casa Branca por sua vez reconheceu que a linha vermelha “fora cruzada”, enfatizando ao mesmo tempo que os EUA e seus aliados “aumentarão o âmbito e a escala da assistência” aos rebeldes.
O pretexto das armas químicas está a ser utilizado para justificar ainda mais ajuda militar aos rebeldes, os quais em grande parte foram liquidados pelas forças do governo sírio.
Estas forças rebeldes derrotadas – em grande parte compostas pela Al Nusrah, associada à Al Qaeda – são apoiadas pela Turquia, Israel, Qatar e Arábia Saudita.
Os EUA-NATO-Israel perderam a guerra no terreno. Seus combatentes da Frente Al Nusrah, os quais constituem a infantaria da aliança militar ocidental, não podem, sob quaisquer circunstâncias, serem repostos através de um fluxo renovado de ajuda militar dos EUA-NATO.
A administração Obama está num impasse: a sua infantaria foi derrotada. Uma “zona de interdição de voo”, nesta etapa, seria uma proposta arriscada dado o sistema de defesa aérea da Síria, o qual inclui o sistema russo S-300 SAM.
Os EUA-NATO estão a treinar rebeldes da “oposição” na utilização de armas químicas
As acusações de armas químicas são falsificadas. Numa ironia amarga, as provas confirmam amplamente que as armas químicas estão a ser utilizadas não pelas forças do governo sírio mas sim pelos rebeldes da Al Qaeda apoiados pelos EUA.
Numa lógica enviesada pela qual as realidades são invertidas, o governo sírio está a ser acusado pelas atrocidades cometidas pelos rebeldes associados a Al Qaeda patrocinados pelos EUA.
Os media ocidentais estão a introduzir desinformação nas cadeias de notícias, refutando despreocupadamente as suas próprias reportagens. Como confirmado por várias fontes, incluindo a CNN, a aliança militar ocidental não só disponibilizou armas químicas para a Frente Al Nusrah como também enviou empreiteiros militares (military contractors) e forças especiais para treinar os rebeldes.
O treino [em armas químicas], o qual está a ter lugar na Jordânia e na Turquia, envolve como monitorar e acumular stocks com segurança, além do manuseamento destas armas em sítios em materiais, segundo as fontes. Alguns dos empreiteiros estão sobre o terreno na Síria a trabalhar com os rebeldes para monitorar alguns dos sítios, segundo um dos responsáveis.
A nacionalidade dos treinadores não foi revelada, embora os responsáveis advirtam contra a suposição de que todos eles sejam americanos. ( CNN , 09/Dezembro/2012, ênfase acrescentada)
Se bem que as notícias e reportagens não confirmem a identidade dos empreiteiros da defesa, as declarações oficiais sugerem um estreito vínculo contratual com o Pentágono.
A decisão estado-unidense de contratar estranhos empreiteiros de defesa para treinar rebeldes sírios a manusearam stocks acumulados de armas químicas parece perigosamente irresponsável ao extremo, especialmente quando se considera quão inepta Washington foi até agora para garantir que apenas rebeldes laicos e confiáveis – na medida em que existam – recebam a sua ajuda e as armas que aliados nos estados do Golfo Árabe têm estado a fornecer.
Isto também corrobora acusações feitas recentemente pelo Ministério das Relações Exteriores sírio de que os EUA estão a trabalhar para compor o quadro de que o regime sírio como tendo utilizado ou preparado a guerra química.
“O que levanta preocupações acerca desta notícia circulada pelos media é o nosso sério temor de que alguns dos países apoiando o terrorismo e terroristas possam proporcionar armas químicas aos grupos terroristas armados e afirmar que foi o governo sírio que utilizou tais armas” , (John Glaser, Us Defense Contractors Training Syrian Rebels , Antiwar.com, December 10, 2012, ênfase acrescentada).
Não tenhamos ilusões. Isto não é um exercício de treino de rebeldes em não proliferação de armas químicas.
Enquanto o presidente Obama acusa Bashar Al Assad, a aliança militar EUA-NATO está a canalizar armas químicas para a Al Nusrah, uma organização terrorista na lista negra do Departamento de Estado.
Com toda a probabilidade, o treino dos rebeldes da Al Nusrah na utilização de armas químicas ficou a cargo de empreiteiros militares privados.
A Missão Independente das Nações Unidas confirma que forças rebeldes estão na posse do gás de nervos Sarin
Enquanto Washington aponta o dedo ao presidente Bashar al Assad, uma comissão de inquérito independente das Nações Unidas em Maio de 2013 confirmou que os rebeldes, ao invés do governo, têm armas químicas na sua posse e estão a utilizar gás de nervos sarin contra a população civil:
Investigadores de direitos humanos da ONU reuniram testemunhos das baixas da guerra civil da Síria e de equipes médicas indicando que forças rebeldes utilizaram o agente de nervos sarin, disse domingo um dos principais investigadores.
A comissão independente de inquérito das Nações Unidas sobre a Síria ainda não viu provas de que forças governamentais tenham utilizado armas químicas, as quais estão proibidas pelo direito internacional, disse Carla Del Ponte, membro da comissão. (ver imagem)
“Nossos investigadores estiveram em países vizinhos a entrevistas vítimas, médicos e hospitais de campo e, segundo o seu relatório da semana passada que vi, há fortes e concretas suspeitas, mas não ainda prova incontroversa, da utilização do gás sarin, a partir do modo como as vítimas foram tratadas “, disse Del Ponte numa entrevista à televisão suíça-italiana.
“Isto foi utilizado por parte da oposição, os rebeldes, não pelas autoridades governamentais”, acrescentou ela, a falar em italiano. (” U.N. has testimony that Syrian rebels used sarin gas: investigator ,” Chicago Tribune, May, 5 2013, ênfase acrescentada)
Relatório da polícia turca: Terroristas do Al Nusrah apoiados pelos EUA possuem armas químicas
Segundo a agência de notícias estatal turca Zaman, o Diretorado Geral Turco de Segurança (Emniyet Genel Müdürlügü):
[A polícia] apreendeu 2 kg de gás sarin na cidade de Adana nas primeiras horas da manhã de ontem. As armas químicas estavam na posse de terroristas do Al Nusra que se acredita terem ido para a Síria.
O gás sarin é incolor, uma substância inodoro que é extremamente difícil de detectar. O gás é proibido pela Convenção das Armas Químicas de 1993.
A EGM [polícia turca] identificou 12 membros da célula terrorista Al Nusra e também apreendeu armas de fogo e equipamento digital. Esta é a segunda confirmação oficial importante da utilização de armas química por terroristas da Al Qaeda na Síria após recentes declarações da inspectora Carla Del Ponte confirmando a utilização de armas químicas pelos terroristas na Síria apoiados pelo Ocidente.
A política turca está actualmente a efectuar novas investigações quanto às operações de grupos ligados à Al Qaeda na Turquia. (Para mais pormenores ver Gearóid Ó Colmáin, Turkish Police find Chemical Weapons in the Possession of Al Nusra Terrorists heading for Syria,Global Research.ca, May 30, 2013 )
Quem cruzou a “Linha vermelha”? Barack Obama e John Kerry estão a apoiar uma organização terrorista na lista do Departamento de Estado.
O que se está a desenrolar é um cenário diabólico – o qual faz parte integral do planeamento militar dos EUA –, nomeadamente uma situação em que terroristas da oposição da Frente Al Nusrah aconselhados por empreiteiros ocidentais da defesa estão realmente na posse de armas químicas.
O Ocidente afirma que está vindo em resgate do povo sírio, cuja vidas alegadamente são ameaçadas por Bashar Al Assad.
Obama não só “Cruzou a linha vermelha” como está a apoiar a Al Qaeda. Ele é um Mentiroso e um Terrorista.
A verdade proibida, que os media ocidentais não revelam, é que a aliança militar EUA-NATO-Israel não só está a apoiar a Frente Al Nusrah como também está a disponibilizar armas química para forças rebeldes da sua “oposição” proxy.
A questão mais ampla é: Quem constitui uma ameaça para o povo sírio? O presidente Bashar al Assad da Síria ou o presidente Barack Obama da América, que ordenou o recrutamento e treino de forças terroristas que estão na lista negra do Departamento de Estado dos EUA?
Numa ironia amarga, segundo o Bureau of Counter-terrorism do Departamento do Estado dos EUA, o presidente Obama e o secretário de Estado John Kerry, para não mencionar o senador John McCain, podiam ser considerados responsáveis por “conscientemente proporcionar, ou tentar ou conspirar para isso, apoio material ou recursos para, ou envolver-se em transacções com, a Frente al-Nusrah”.
O Departamento de Estado emendou o Foreign Terrorist Organization (FTO) e a Executive Order (E.O.) 13224 com as designações da al-Qaida no Iraque (AQI) a fim de incluir os seguintes novos pseudônimos: al-Nusrah Front, Jabhat al-Nusrah, Jabhet al-Nusra, The Victory Front, e Al-Nusrah Front for the People of the Levant. As consequências de acrescentar a Frente al-Nusrah como nova denominação para a Al Qaida incluem uma “proibição contra conscientemente proporcionar, ou tentar ou conspirar para proporcionar, apoio material ou recursos para, ou envolver-se em transacções com a Frente al-Nusrah, e o congelamento de toda propriedade e interesses na propriedade da organização que estão nos Estados Unidos, ou venham a estar dentro dos Estados Unidos ou controle de pessoas dos EUA. (ênfase acrescentada)
O conselho do Departamento de Estado reconhece que de Novembro de 2011 a Dezembro de 2012:
“A Frente Al-Nusrah reivindico aproximadamente 600 ataques – que vão de mais de 40 ataques suicidas a armas pequenas e operações com dispositivos explosivos improvisados – em centros de cidade principais incluindo Damasco, Alepo, Hamah, Dara, Homes, Idlib e Dayr al-Zawr. Durante estes ataques numerosos sírios inocentes foram mortos.
O conselho também confirma que “os Estados Unidos efectuam esta acção [de por a Frente Al Nusrah na lista negra] no contexto do nosso apoio geral ao povo sírio. …
O que se deixa de mencionar é que a administração Obama continua a canalizar dinheiro e armas para a Al Nusrah em desobediência flagrante da legislação contra-terrorismo dos EUA.
O “intermediário” de Washington: O general Salim Idriss
O “intermediário” de Washington é o Chefe do Supremo Conselho Militar da FSA, general de brigada Salem Idriss (v. foto), o qual está em ligação permanente com comandantes militares da Al Nusrah.
O secretário de Estado John Kerry reúne-se com representantes da oposição síria. Responsáveis dos EUA reúnem-se com o general Idriss. Este último, a actuar por conta do Pentágono, canaliza dinheiro e armas para os terroristas. Este modelo de apoio ao Al Nusra é semelhante àquele aplicado no Afeganistão pelo qual o governo militar paquistanês do general Zia Ul Haq canalizou armas para os jihadistas “Combatentes a liberdade” no auge da guerra soviética-afegã.
O apoio dos EUA a terroristas é enviado sempre através de um intermediário de confiança. Segundo um responsável da administração Obama: “Se bem que os Estados Unidos possam ter influência sobre o general Idris, não têm capacidade para controlar alguns jihadistas – como a Frente Nusra, a qual também está a combater forças do governo sírio”. ( New York Times, May 23, 2013 )
John McCain entra na Síria, em mistura com terroristas patrocinados pelos EUA
Enquanto isso, o senador John McCain “entrou na Síria [no princípio de Junho] a partir da fronteira turca do país e permaneceu ali por várias horas … McCain encontrou-se com líderes reunidos de unidades do Free Syrian Army tanto na Turquia como na Síria”. Ver imagem de John McCain junto com o general Salem Idriss).
O papel contraditório do Conselho de Segurança das Nações Unidas
No fim de Maio de 2013 o Conselho de Segurança da ONU acrescentou a Al Nusrah à Lista de sanções da Al Qaida do UNSC. Mas ao mesmo tempo, a decisão do Conselho de Segurança despreocupadamente descartou o facto, amplamente documentado, de que três membros permanentes do Conselho, nomeadamente a Grã-Bretanha, a França e os EUA, continuam a proporcionar ajuda militar à Frente Jabbat Al Nusrah, em desafio ao direito internacional e à Carta das Nações Unidas.
ANEXO 1
THE TERRORIST DESIGNATION OF AL NUSRAH BY THE US STATE DEPARTMENT
Office of the Spokesperson December 11, 2012
STATEMENT BY VICTORIA NULAND, SPOKESPERSON
Terrorist Designations of the al-Nusrah Front as an Alias for al-Qa’ida in Iraq
ANEXO 2
UNITED NATIONS SECURITY COUNCIL
Department of Public Information • News and Media Division • New York
Security Council Al-Qaida Sanctions Committee Amends Entry of One Entity on Its Sanctions List
ANEXO 3
TRANSCRIPT OF STATE DEPARTMENT PRESS BRIEFING CONCERNING AL NUSRAH
Special Briefing Senior Administration Officials
Ver também:
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/…
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .